quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Gengis Khan

Gengis Khan, (1162 — 18 de agosto de 1227) foi um conquistador e imperador mongol, nascido com o nome de Temudjin nas proximidades do rio Onon, perto do lago Baikal.

Gengis Khan nasceu cercado de lendas xamânicas sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a Terra. Ainda jovem matou o lobo e ficou muito famoso em sua tribo. Enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, mas voltaria para conquistar sua liderança, vencer seus rivais de clãs distintos e unificar os povos mongóis sob seu comando. 

Estrategista brilhante, com hábeis arqueiros montados à sua disposição, venceu a grande muralha da China, conquistou aquele país e estendeu o seu império em direção ao oeste e ao sul. Gengis morreria antes de ver seu império alcançar sua extensão máxima, mas todos os líderes mongóis posteriores associariam sua própria glória às conquistas de Gengis Khan, "que foi um dos comandantes militares mais bem sucedidos da história da humanidade". Segundo levantamento feito pela revista Mundo Estranho, ele foi o imperador que mais territórios conquistou na história, dominando quase 20 milhões de km² (o equivalente a 2,3 vezes do território brasileiro).

Juventude 

Temujin nasceu de maneira insignificante, em um lugar remoto da Mongólia, por volta de 1162, em uma das diversas tribos rivais da estepe. Quando tinha 9 anos, a tribo rival dos tártaros assassinou seu pai, e então a família precisou fugir para o exílio. Temujin teve de lutar pela supremacia dentro da própria família; matou seu meio irmão mais velho por ele ter ostensivamente roubado um animal que ele próprio abatera numa caçada. 

Temujin casou-se com a idade de 16 anos, mas uma tribo rival sequestrou sua esposa. Embora ele rapidamente a tivesse trazido de volta, ela apareceu grávida, de modo que a paternidade daquele filho, seu primogênito, sempre foi posta em dúvida. Por fim, Temujin se ligou a um líder de tribo que era muito conhecido por, ocasionalmente, ferver a carne de prisioneiros vivos em um caldeirão.

Pessoalmente carismático, Temujin reunia seguidores entre outros indivíduos desvalidos, o que significava que seus acólitos deviam tudo que tinham a ele, e não a um acidente de nascimento. Ele valorizava tanto a lealdade que, mesmo quando a deslealdade entre seus inimigos lhe era vantajosa, o culpado era punido. Numa determinada cidade, os soldados da guarnição se esgueiraram e abriram os portões para que seu exército entrasse. Gêngis Khan mandou-os executar sua traição.

Ascensão

A maior parte da carreira de Temujin foi passada consolidando as tribos das pastagens da Mongólia numa única nação guerreira. Ele incorporou e conquistou tribos para seu exército, espalhando-as por sua organização. Os mongóis vieram a constituir mais um exército do que uma etnia, uma fusão de diferentes clãs que abandonaram seus pequenos feudos e uniram-se e se subordinaram a Temujin. Depois de muitos anos de matança, uma reunião de tribos recentemente unidas, em 1206, proclamou Temujin seu Gêngis Khan, senhor do Universo. 

Com um exército tão poderoso, Gengis Khan resolveu partir para o sul e invadir as terras do reino de Hsi Hsia, também chamado de Xixia, vassalos do império chinês, que, nessa época, se dividia em duas dinastias: o império Jin, ao norte e o império Song, ao sul. Pela primeira vez, os mongóis tiveram de enfrentar cidades muradas. Sem ainda conhecerem ou dominarem as máquinas de cerco, a capital não pôde ser conquistada. Porém, diante da recusa do império Jin em mandar um exército ao auxílio ao reino Xixia, este se submeteu ao poderio militar dos mongóis e lhes pagou um grande tributo que incluiu a filha de seu governante, dada como segunda esposa a Gengis Khan.

Táticas de guerra  

Gengis criou táticas de guerra revolucionárias para as batalhas nas estepes. Seu exército era disciplinado, temido e impiedoso. A arma tradicional dos mongóis era o arco e flecha composto, que tinha um alcance de 500 metros, com isso tornou obrigatório o treinamento dessa arma. Os cavaleiros eram treinados para atirar a flecha com o cavalo em movimento. Um detalhe era que, para maior precisão, a flecha era disparada no momento em que o cavalo estivesse em pleno galope. Esses cavaleiros, os chamados mangudais, eram uma arma poderosa contra infantaria inimiga, já que juntavam dois princípios: arco e flecha e cavalaria, ou seja, um mangudai poderia ser rápido e preciso para atingir os inimigos mesmo estando longe. O arco curvo mongol era até mais potente que os famosos arcos longos utilizados pelos ingleses com grande êxito em batalhas contra os franceses durante a guerra dos cem anos.

Conquistas

Em 1207-1208, os mongóis foram forçados a expandir seu território de pastagem devido a algum problema climático nas estepes e conquistaram o reino tangute de Hsi Hsia. Em seguida, atravessaram a muralha contornando-a e chegaram à China, cujo reino estava dividido entre as dinastias Jin, ao norte e Song, ao sul. As vastas plantações de arroz e a riqueza da cidade atraíram mais a atenção de Genghis do que a possibilidade de se tornar senhor da China. Na conquista do reino Jin, Genghis Khan recrutou um jovem chinês chamado Yeh-lu Ch'u-ts'-ai como seu conselheiro pessoal. A sua influência tornou Genghis mais tolerante e menos agressivo em batalha, estimulando-o a evitar esforços exagerados na guerra e conservar as terras cultivadas ao invés de transformá-las em pastagens.

Gengis marchou até Pequim, o mais avançado centro urbano daquela época e, quando viu que a cidade era cercada de muralhas de doze metros de altura, descobriu que suas táticas de guerra em campo aberto, nas estepes, não o ajudariam naquele momento. Desse modo, não teve pressa e acampou seu exército, cercando a cidade e impediu que os suprimentos entrassem em Pequim. Esses suprimentos foram usados para suprir seu exército. Com a ajuda de engenheiros chineses dissidentes, construiu catapultas e outros artefatos bélicos e finalmente invadiu e dominou Pequim. Gengis, após o ataque inicial aos Jin, retirou-se para a Mongólia, enquanto seus generais se encarregavam de estabelecer seu domínio na China Jin. 

Em 1218, um acidente diplomático provocou a ira de Genghis sobre o reino turco de Kharizm, no norte da Pérsia: um mensageiro trouxe-lhe a cabeça de um de seus generais enviado em missão diplomática à Pérsia. O Cã cavalgou à frente de mais de duzentos mil homens e cerca de dez mil máquinas de assédio adquiridas dos chineses. Houve poucas batalhas campais e os mongóis empreenderam guerras de cerco às cidades fortificadas da Pérsia, que capturaram uma a uma. Algumas, como Bucara e Samarcanda se tornariam, no futuro, espelhos longínquos da presença mongol no sudoeste da Ásia. A velha cidade de Nichapur foi arrasada e nem mesmo os animais ali sobreviveram ao ataque mongol. O exército de Genghis matou mais de um milhão de persas.

As perdas humanas em Khwarizm contavam-se aos milhares. Genghis e seus generais impunham punições brutais aos inimigos. A proximidade da Pérsia com a Europa gerou a fama de selvageria dos mongóis que assombraria o continente pelas décadas seguintes.

Em 1227, enquanto os generais de Gengis conquistavam territórios no sul da Rússia e na Ucrânia, o Grande Cã foi forçado a retornar para as estepes para conter uma revolta de Hsi Hsia, que havia recusado a convocação para a campanha contra Khwarizm. Após vencer os tangutes, Gengis Khan morreu acometido por uma febre alta e dores na cabeça.

Tumba Secreta

Gêngis Khan foi sepultado numa tumba secreta, em algum lugar bem no interior de sua Mongólia natal. Todas as testemunhas que por acaso viram a procissão funerária foram aprisionadas e mortas, para evitar que indicassem o local do sepultamento. Depois o corpo foi queimado com sua fortuna acumulada, os escravos que o carregaram sofreram uma emboscada e foram assassinados para esconder a localização para sempre. Sua sepultura nunca foi achada, mas localizá-la se transformou num dos maiores objetivos dos arqueólogos, capaz de tornar famoso quem o fizer.

Legado de Gengis Khan

Antes da morte de Gengis Khan, este estabeleceu seu filho, Ogedei, como seu sucessor. Ogedei encarregou-se de expandir o território mongol ao máximo, da Síria à Indochina, da Pérsia à Sibéria, da Hungria à China. Posteriormente, o grande império seria dividido em 4 partes, entre filhos e netos de Genghis, porém nenhum destes novos reinos, ou canatos, teria uma existência longa.

No início do século XIV, Timur, o Coxo, alegando ser descendente de Gengis Khan, se tornaria o Cã de um breve império mongol que abarcaria toda a Mesopotâmia, a Pérsia, o Afeganistão, o Paquistão e o norte da Índia. Ainda nesse século, os tártaros ressurgiriam, inspirados pelas conquistas de Genghis, para tomar o território do dissolvido Canato da Horda Dourada, na Rússia. Vários outros levantes mongóis de menor importância tomariam lugar nos séculos seguintes, mas o meio de vida nômade e a incapacidade de estabelecer uma indústria armamentista logo tornaria os hábeis cavaleiros montados obsoletos frente às novas artilharias dos países que ali faziam fronteiras.

Na Mongólia atual, Gengis Khan é considerado o herói máximo e o pai daquela nação, cujo culto à imagem jamais se deixou apagar, mesmo durante o regime comunista. O aeroporto da capital do país foi renomeado para Aeroporto Internacional Gengis-Khan, em homenagem ao imperador.

Orgulho da Mongólia

Escondida no fim do mundo, a Mongólia é uma região selvagem, hostil e poeirenta, que é sinônimo de remota. É onde encontramos ossos de dinossauros e nômades rudes, e nenhuma das grandes redes de fast-food. A Mongólia moderna é um pequeno país do formato de uma bola de futebol americano, que foi jogada para lá e para cá por países maiores durante centenas de anos, mas os mongóis se consolam com o conhecimento de que, em certa época produziram o mais bandido de todos da história da humanidade, Gêngis Khan. 

Na realidade, é claro que os mongóis não podem se vangloriar da indiscriminada mortandade por ele praticada. De fato, eles negam isso enfaticamente, realçando sua coragem, audácia, esplendor, esperteza, ocasionais atos de caridade, juntamente com a façanha, reconhecidamente útil, de ter unido o Oriente e o Ocidente em uma única entidade política. Eles mostram todas a úteis invenções, tais como a massa de farinha de trigo e, talvez, a pólvora, que circulam para cima e para baixo do vasto império sem precedentes. orgulhosos, eles usam a imagem de Gêngis Khan para decorar suas cédulas de dinheiro, garrafas de vodca e de cerveja, lojas, hotéis, letreiros nas ruas e barras de chocolate.

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