segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ciclopes

Polifemo, o mais famoso dos
Ciclopes.
Os ciclopes eram, na mitologia grega, gigantes imortais com um só olho no meio da testa que, segundo o hino de Calímaco, trabalhavam com Hefesto como ferreiros, forjando os raios usados por Zeus.

Os ciclopes podem ser divididos em dois grupos de acordo com o tempo de existência: os ciclopes antigos (ou primeira geração) e os ciclopes jovens (nova geração).

Eles aparecem em muitos mitos da Grécia, porém com uma origem bastante controversa. De acordo com sua origem, esses seres são organizados em três diferentes espécies: os urânios, filhos de Urano e Gaia, os sicilianos, filhos do deus dos mares Poseidon, e os construtores, que provêm do território da Lícia.

Os urânios 

Arges, Brontes e Estéropes são considerados os ciclopes mais antigos, descendendo de Urano e Gaia. Diz a lenda que, ao nascerem e por causa de seus enormes poderes, seu pai Urano, senhor dos céus, trancou-os no interior da Terra com seus irmãos, os hecatônquiros, gigantes de cem braços e cinquenta cabeças. Gaia, encolerizada por ter os filhos presos no Tártaro, incita-os a apoiar a guerra travada por cinco dos seis titãs, também seus filhos com Urano, a fim de tomar o trono do pai que, à época, governava o céu. Os titãs vencem, porém os ciclopes são enviados novamente para o abismo do Tártaro.

Por vezes, Zeus, assim como seus irmãos Poseidon e Hades, libertava os ciclopes com a intenção de tê-los como aliados na guerra contra Cronos e os titãs. Os ciclopes, como bons ferreiros, forjaram armas mágicas e poderosas para os irmãos: Zeus recebera raios e relâmpagos, Poseidon, um tridente capaz de provocar terríveis tempestades, e Hades, o Elmo do Terror, que lhe dava invisibilidade.

Tempos depois, quando os ciclopes já eram considerados ministros de Zeus e seus ferreiros permanentes, o grande deus percebeu uma ameaça no médico Asclépio, filho do deus Apolo. Asclépio, por meio de muito estudo, conseguiu fazer ressuscitar os mortos. Então, para que isso não causasse qualquer impacto com a ordem do mundo, Zeus decidiu exterminá-lo. Transtornado e ofendido com a ira de Zeus sobre seu filho, Apolo decidiu matar os ciclopes que fabricavam os seus raios. Há indícios de que não foram os ciclopes que morreram pelas mãos de Apolo, mas sim seus filhos.

Os sicilianos - Polifemo

Essa raça é retratada nos poemas homéricos como gigantescos e insolentes pastores fora da lei, os quais habitavam a parte sudoeste da Sicília. Não se importavam muito com a agricultura e todos os pomares cultivados naquelas terras eram invadidos por eles, quando procuravam por comida. Registra-se que, por vezes, comiam até mesmo carne humana. Por este motivo, eram considerados como seres que não possuíam leis ou moral, morando em cavernas, cada um deles, com sua esposa e filhos, os quais eram disciplinados de forma bastante arbitrária pelos mesmos.

Ainda segundo Homero, nem todos os ciclopes possuíam apenas um olho no centro da testa, entretanto Polifemo, que era considerado o principal dentre todos os outros, esse sim tinha apenas um olho em sua testa.

Polifemo era filho de Poseidon com a ninfa Teosa. Vivia uma existência solitária em uma caverna próxima a Sicília (junto ao Etna), cuidando de ovelhas. 

Sua vida é interrompida quando Odisseu (Ulisses) e seus homens desembarcam na terra dos ciclopes procurando comida durante a viagem de Troia de volta para casa. Odisseu e os seus companheiros entraram no antro de Polifermo procurando comida e bebidas, não sabendo que se tratava do local onde o ciclope dormia e guardava as suas ovelhas. 

Quando Polifemo regressa, fecha a caverna com uma rocha enorme, aprisionando os marinheiros. Ofegantes, frente a figura do gigante de um olho só no meio da testa, eles revelam sua presença. O cíclope agarra dois homens e os devora. Depois de bloquear a entrada da caverna com uma pedra enorme, Polifemo continua devorando dois homens de cada vez. 

Odisseu então arranja um plano para todos escaparem e oferece vinho a Polifemo, que pergunta quem lhe oferece a bebida, ao que Odisseu responde: "foi Ninguém". 

Quando Polifemo adormece devido à bebida, Odisseu e seus homens afiam uma vara e a espetam no olho do cíclope, cegando-o. 

No dia seguinte, Polifemo abre a caverna para deixar sair as ovelhas, verificando com o tacto se são realmente ovelhas ou os prisioneiros. Porém estes escondem-se, segurando-se por baixo das ovelhas, conseguindo escapar. Polifemo, ao aperceber-se da fuga, grita que "Ninguém tinha-o cegado" aos seus companheiros ciclopes, mas estes ignoram-no. 

Já em seu navio Odisseu zomba de Polifemo e revela seu nome (grita que não tinha sido "Ninguém" a feri-lo, mas sim Odisseu). Polifemo, furioso, atira grandes rochas ao acaso para o mar, que quase atingem a embarcação. 

O cíclope pede a seu pai Posêidon que se vingue de Odisseu, amaldiçoando os gregos. Poseidon atende, atormentando Odisseu durante o resto da viagem. 

Outro mito sobre os sicilianos

Segundo Virgílio e Eurípedes, os ciclopes eram assistentes de Hefesto e trabalhavam dentro dos vulcões junto com o deus, tanto no Monte Etna, na Sicília, como em outras ilhas mais próximas. Os dois filósofos não os descreviam mais como pastores, mas como ferreiros que trabalhavam para os deuses e heróis, forjando suas armas. O poder dos ciclopes era tão grande que a Sicília, e outros locais mais próximos, conseguiam ouvir o som de suas marteladas quando trabalhavam na forja. Acredita-se que o número de ciclopes tenha aumentado, segundo os poetas, e que sua moradia tenha sido remanejada para a parte sudeste da Sicília.

domingo, 30 de outubro de 2011

Centauros

Os centauros eram seres fantásticos, meio homens, meio cavalos, que habitavam as regiões próximas às montanhas e às florestas. Eles reuniam em si as características racionais dos seres humanos e as paixões inferiores, mas também alguns valores importantes dos cavalos, do ponto de vista da mitologia grega.

Ixion e a Origem dos Centauros

Ixion preso na roda
Dizem as lendas que Ixion, o primeiro homem a liquidar um familiar, foi condenado por crimes terríveis e perdoado por Zeus em um momento de extremo bom-humor. Acolhido no reino dos deuses, o criminoso revelou sua mais completa ingratidão ao cortejar Hera, esposa de seu benfeitor. Ainda em seus melhores momentos, o deus dos deuses gera uma nuvem com o formato da deusa, confere-lhe a existência e se distrai vendo seu rival desonrar a falsa Hera. Mas Ixion vai além e se orgulha diante de todos por ter alcançado seus objetivos escusos com a companheira de Zeus. É quando o condescendente deus esgota sua capacidade de tolerância e atira o infeliz no Hades, fixo em uma roda que para sempre arderia em chamas.

Desta ligação entre Ixion e a suposta Hera foi concebido um ser misto, meio homem e meio cavalo, o qual foi batizado como Centauro, que depois daria origem a uma descendência assim caracterizada. Destes seres, apenas Quíron e Folo fogem ao estereótipo colérico de seus semelhantes. O primeiro foi fruto da união entre Cronos e Filira, filha do Oceano; o segundo provinha do relacionamento entre Sileno e a ninfa Melos. Portanto, nenhum dos dois era descendente de Ixion, resguardando-se assim de sua truculência.

Quiron

Quíron e Aquiles
Quiron foi celebrizado pela sua dedicação à arte de curar. Ele era extremamente devotado à Humanidade, à prática do bem e da justiça. Alguns estudiosos afirmam que sua mãe se desgostou tanto por ter produzido uma criatura aparentemente monstruosa, que teria implorado aos deuses que a mantivessem à distância dessa provação, sendo assim convertida em tília, uma árvore que produz folhas e flores medicinais. Outros insistem que a figura materna teria permanecido ao lado de seu filho em uma caverna, assessorando-o na formação de diversos jovens guerreiros.

Ao crescer, Quiron teria acompanhado Ártemis em suas aventuras de caça. Assim ele teria conquistado o domínio de várias disciplinas, entre elas a botânica, astronomia, medicina e cirurgia. Ele se tornaria hábil na Medicina, transferindo depois suas técnicas a vários heróis gregos. Entre seus pupilos estavam diversos heróis, como Asclépio, Aristeu, Ajax, Enéas, Actéon, Ceneu, Teseu, Aquiles, Jasão, Peleu, Télamon, Héracles, Oileu, Fênix, e em algumas versões do mito, Dionísio.

Amigo de Hércules, ele foi acidentalmente atingido pelo companheiro, o que gerou um ferimento incurável. Desesperado com a dor, ele implora para se tornar um mortal, presenteando Prometeu com sua imortalidade. Mas é imortalizado de outra maneira, pois Zeus, em sua homenagem, o representa na esfera celestial com a Constelação de Sagitário.

Folo

Outro centauro morto sem querer por Hércules foi Folo, seu grande amigo. Ao receber uma visita do herói, ele se alegra tanto que decide abrir uma garrafa de vinho para comemorar. Outros centauros, atraídos pelo aroma da bebida, invadem a casa onde eles se encontram e são alvejados pelo guerreiro que, em sua ânsia de vencê-los, acerta acidentalmente Folo, que não resiste e morre.

Confronto Com Os Lápitas

Os centauros são conhecidos também por sua famosa participação no confronto com os Lápitas. O monarca de Pisa, Enomau, teria convidado alguns destes seres para o matrimônio de sua filha, a quem o pai destinara ao adversário que o vencesse em uma corrida de carros. Após eliminar vários de seus rivais, ele foi enganado por Piritos, que finalmente derrotou o sogro depois de Mirtilo, o cocheiro, ter arruinado as rodas do carro do rei.

Durante a festa, o centauro Erítion bebe em demasia, tenta violar a noiva, no que é imitado por seus companheiros, dando início a uma terrível luta contra os homens. Os centauros remanescentes fogem então da Tessália. Muitos escritores da Antiguidade narraram este episódio sob a forma de poesia épica; vários artistas o retrataram em obras de arte concebidas para adornar os templos gregos.

sábado, 29 de outubro de 2011

Hecatônquiros e Outras Raças de Gigantes

Ohecatônquiros, eram três gigantes da mitologia grega, filhos de Urano e Gaia e irmãos dos doze Titãs e dos três Ciclopes. Seus nomes eram Briareu ("o vigoroso" - também chamado Aigaion, Coto ("o furioso") e Giges ("o de grandes membros"). Possuíam cem mãos e cinquenta cabeças.

Logo após seu nascimento, Urano, horrorizado com a natureza monstruosa dos seres que havia gerado, escondeu-os nas profundezas do Tártaro. Cronos, cumprindo uma profecia do oráculo de Delfos, ajudou-os a escapar do Tártaro e a formar uma rebelião que culminaria com a castração de seu pai, Urano. Depois da queda de Urano, Cronos subiu ao poder e voltou a aprisioná-los no Tártaro.

Os hecatônquiros foram novamente libertados do Tártaro por Zeus, que havia sido orientado por sua avó Gaia de que eles poderiam ser decisivos na titanomaquia, a guerra dos deuses olímpicos contra os Titãs. Nesta guerra, os hecatônquiros lançaram centenas de enormes pedras contra os Titãs, ajudando a derrotá-los.

Depois da vitória contra os Titãs, Briareu ganhou uma morada nas profundezas do mar Egeu, enquanto Coto e Giges se estabeleceram em palácios no rio Oceano.

Os Lestrigões

Povo de gigantes antropófagos (canibais), habitavam a região de Fórmias, ao sul do Lácio, na fronteira com a Campânia. Quando Ulisses e seus companheiros lá aportaram, os gigantes atiraram enormes rochedos contra os navios. Todos afundaram, exceto o que transportava Ulisses, único sobrevivente do massacre.

Os Aloídas

Os Aloídas eram dois irmãos gêmeos, Oto e Efialtes, gigantes filhos de Poseidon e Ifimedia, esposa de Aloeu. Embora considerados gigantes, são posteriores aos filhos de Gaia e não têm nenhuma relação com eles. Segundo a descrição de Homero, distinguiam-se por uma grande beleza. 

Conta a lenda que Ifimedia, apaixonada por Poseidon, costumava passear à beira do mar, pegando água das ondas em suas mãos e derramando-a em seu peito. Poseidon acabou cedendo ao seu amor e lhe deu dois filhos, Oto e Efialtes. Como seu esposo se chamava Aloeu, seus filhos passaram a ser conhecidos como Aloídas. 

Eram gigantes fortes e agressivos, com um crescimento extraordinário: cada ano, cresciam cerca de 50 cm em largura e cerca de 150 cm em altura. Aos nove anos, com 13 metros de altura e 4,5 de largura, decidiram fazer guerra aos deuses. 

Para isso, colocaram o monte Ossa sobre o monte Olimpo, e o monte Pélion em cima dos outros dois, ameaçando escalar o céu. Depois anunciaram que jogariam montanhas no mar para secá-lo, e colocariam o mar onde, até então, era a terra. 

Aprisionaram Ares num vaso de bronze e o deixaram assim treze meses até que Hermes conseguisse libertá-lo, num estado de esgotamento extremo. Puseram-se em seguida a fazer a corte às deusas. Oto queria raptar Hera, enquanto Efialtes perseguia Ártemis. 

Todas essas façanhas exageradas acabaram atraindo para os dois irmãos o castigo dos deuses. Ártemis, seguindo conselho de seu irmão Apolo, conseguiu enganar os gigantes, transformando-se em corça e saltando entre eles. Na ânsia de caçar o esplêndido animal, atiraram suas lanças um contra o outro, matando-se, porque eles só seriam mortos se um matasse o outro. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Argos

Hermes e Argos
Argos Panoptes (Argo de muitos olhos) era um gigante com cem olhos. Servo fiel de Hera, é incumbido pela deusa de tomar conta de Io, uma princesa e amante de Zeus transformada em novilha. Era um excelente boiadeiro, visto que, quando dormia, mantinha 50 de seus olhos despertos. Para libertar Io a mando de Zeus, Hermes o pôs para dormir e em seguida cortou sua cabeça.

Hera o homenageou transformando-o em pavão - sua ave sagrada -, em cuja cauda pôs seus cem olhos.

Argos também foi responsável pela morte da Équidna, uma serpente fabulosa.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Equidna: A Mãe de Todos os Monstros

Equidna, era uma criatura monstruosa da mitologia grega, com tronco de uma bela mulher (ou ninfa) e cauda de serpente em lugar dos membros. Era gigante, como um titã. Por isso era a única capaz de se unir com o horrendo Tifão. Vivia numa caverna no Peloponeso ou na Síria. 

As tradições divergem bastante quanto à sua origem. Segundo Hesíodo era filha de Fórcis e Ceto, e portanto neta de Ponto e Gaia. Em outras versões seria descendente de Tártaro e Gaia ou ainda de Crisaor e Calírroe.

Nas versões mais conhecidas, Equidna, em função da própria monstruosidade, casou-se com o horrendo gigante Tifão, tornando-se a "mãe de todos os monstros".

Seus filhos com Tifão foram:


Cérbero, monstruoso cão de múltiplas cabeças e pescoço que guardava a entrada do mundo inferior, deixando as almas entrarem, mas jamais saírem e despedaçando os mortais que por lá se aventurassem. 

Ortros, um cão bicéfalo. Considerado o cão de guarda mais feroz da antiguidade, sua cauda era uma serpente. Ortros era mascote de Gerião, gigante de três corpos, seis asas e seis braços, pastor de um dos maiores e melhores rebanhos de toda a África. Conta-se que depois de ter sido morto por Héracles, em um de seus doze trabalhos, Ortro ascendeu aos céus e transformou-se na estrela Sirius (estrela do cão), que é a estrela mais brilhante do céu noturno.

Hidra de Lerna, serpente de sete cabeças, cujo hálito venenoso matava todos os que dela se aproximassem.  Essas cabeças tinham a propriedade de renascer se cortadas. A cabeça do centro era imortal. Sua morte foi um dos doze trabalhos de Hércules. 

Quimeramonstro representado com cabeça de leão, a parte dianteira de uma cabra e a parte traseira de um dragão. Foi morto por Belerofonte, na Lícia.

Ladão, o dragão de cem cabeças, conhecido como o guardião do velocino de ouro, no qual o herói Jasão e os argonautas conseguiram se apoderar. O dragão da Cólquida era muito grande, mas era muito lento. A lenda diz que dormia com um olho aberto e outro fechado. Muitos heróis tentaram, mas apenas Jasão conseguiu matá-lo.  

Cila, monstro da lenda de Odisseu também é considerada em algumas versões sua filha com Tifão.

Do seu filho Ortros, Equidna concebeu:

Leão da Nemeia, uma criatura que terrível fera não podia ser morta por um homem normal por possuir um couro impenetrável para os mortais e suas armas; e todos os que tentavam enfrentá-lo ficavam completamente aterrorizados pelo seu rugido, que podia ser ouvido a quilômetros de distância. 

Fix ou Sfix, a Esfinge de Tebas, monstro feminino com rosto e busto de mulher, corpo de leão, cauda de dragão e asas semelhantes às das Harpias. Foi enviado Hera a Tebas para punir a cidade de um crime atribuído a Laio. Instalada em um rochedo, a Esfinge propunha um enigma aos viajantes. Não obtendo resposta satisfatória, devorava-os. Édipo também recebeu o enigma: que animal tem quatro pés de manhã, dois ao meio-dia e três à tarde? E respondeu: o homem; na infância, arrasta-se sobre os pés e as mãos, depois se mantém em pé e na velhice utiliza um bastão. Desapontada, a Esfinge precipitou-se do rochedo.

Segundo uma lenda do Ponto Euxino ela se uniu a Héracles numa passagem do herói pela Cítia, concebendo desta união: Agatirso, Gélon e Cites, que deu origem aos Citas.

A descendência de Equidna ainda incluía:

- o dragão da Cólquida, que guardava o velocino de ouro
- o dragão que guardava o jardim das Hespérides
- Ethon, a águia que comia o fígado de Prometeu

Equidna, assim como suas crias, possuía uma natureza terrível e adorava devorar viajantes inocentes. Veio finalmente a ser morta por Argos Panoptes, o monstro de cem olhos, que a surpreendeu adormecida.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Minotauro

Na mitologia grega, o Minotauro, era segundo sua representação mais tradicional entre os gregos antigos, uma criatura imaginada com a cabeça de um touro sobre o corpo de um homem. O autor romano Ovídio descreveu-o simplesmente como "parte homem e parte touro." Habitava o centro do Labirinto, uma elaborada construção erguida para o rei Minos de Creta, e projetada pelo arquiteto Dédalo e seu filho, Ícaro especificamente para abrigar a criatura. No mito, o Minotauro eventualmente morre pelas mãos do herói ateniense Teseu.

Nascimento

Após assumir o trono de Creta, Minos passou a combater seus irmãos pelo direito de governar a ilha. Rogou então ao deus do mar, Poseidon que lhe enviasse um touro branco como a neve, como um sinal de aprovação ao seu reinado. Uma vez com o touro, Minos deveria sacrificar o touro em homenagem ao deus, porém decidiu mantê-lo devido a sua imensa beleza. Como forma de punir Minos, a deusa Afrodite fez com que Pasífae, mulher de Minos, se apaixonasse perdidamente pelo touro vindo do mar. Pasífae pediu então ao arquetípico artesão Dédalo que lhe construísse uma vaca de madeira na qual ela pudesse se esconder no interior, de modo a copular com o touro branco. O filho deste cruzamento foi o monstruoso Minotauro. Parsífae cuidou dele durante sua infância, porém eventualmente ele cresceu e se tornou feroz; sendo fruto de uma união não-natural, entre homem e animal selvagem, ele não tinha qualquer fonte natural de alimento, e precisava devorar homens para sobreviver. Minos, após aconselhar-se com o oráculo em Delfos, pediu a Dédalo que lhe construísse um gigantesco labirinto para abrigar a criatura, localizado próximo ao palácio do próprio Minos, em Cnossos.

Tributo e Teseu

Androgeu, filho de Minos, foi morto pelos atenienses, invejosos das vitórias obtidas por ele nos Jogos Panatenaicos. Já outra versão do mito afirma que Androgeu teria morrido em Maratona, atacado pelo Touro Cretense, o ex-amante taurino de sua mãe, que Egeu, rei de Atenas, tinha ordenado que ele matasse. A tradição mais comum conta que Minos teria então declarado guerra a Atenas para vingar a morte de seu filho, e saiu vitorioso do confronto. E como tributo a ser pago pelos atenienses, Minos exigia que pelo menos sete rapazes e sete donzelas de Atenas, escolhidos através de sorteio, lhe fossem enviados a cada nove anos (ou, segundo alguns relatos, anualmente) para ser devorado pelo Minotauro.

Minotauro Sendo Morto Por Teseu
Quando se aproximava a data do envio do terceiro sacrifício o jovem príncipe Teseu se ofereceu para assassinar o monstro, prometendo a seu pai, Egeu, que ordenaria que o navio que o trouxesse de volta para casa erguesse velas brancas, caso ele tivesse sido bem-sucedido na empreitada, ou velas negras, caso ele tivesse morrido. Em Creta, Ariadne, filha de Minos, se apaixona por Teseu e o ajuda a se deslocar pelo labirinto, que tinha um único caminho que levava até seu centro. Na maior parte dos relatos Ariadne dá a ele um novelo, que ele utiliza para marcar seu caminho de modo que ele possa retornar por ele. Teseu então mata o Minotauro com a espada de Egeu, e lidera os outros atenienses para fora do labirinto. Na viagem de volta, no entanto, ele se esquece de erguer as velas brancas e seu pai, ao ver o navio e imaginar que Teseu estava morto, se suicida, arremessando-se no mar que desde então leva seu nome.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hidra de Lerna

A Hidra de Lerna era um animal fantástico da mitologia grega, filho dos monstros Tifão e Equidna, que habitava um pântano junto ao lago de Lerna, na Argólida, costa leste do Peloponeso. A Hidra tinha corpo de dragão e nove cabeças de serpente (algumas versões falam em sete cabeças e outras em números muito maiores) cujo hálito era venenoso e que podiam se regenerar.

A Hidra era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito; se alguém chegasse perto dela enquanto ela estava dormindo, apenas de cheirar o seu rastro a pessoa já morria em terrível tormento.

Criação de Hera

Segundo a tradição, o monstro foi criado por Hera para matar Héracles. Quando percebeu que Héracles iria matar a serpente, Hera enviou-lhe a ajuda de um enorme caranguejo, mas Héracles pisou-o e o animal converteu-se na constelação de caranguejo (ou Câncer).

Héracles e a Hidra de Lerna
Logo após, a Hidra foi derrotada por Héracles, que estava em seu segundo trabalho. Inicialmente Héracles tentou esmagar suas cabeças, mas a cada cabeça que esmagava surgiam duas no lugar. Decidiu então mudar de tática e, para que as cabeças não se regenerassem, pediu ao sobrinho Jolau para que as queimassem com um tição logo após o corte, cicatrizando desta forma a ferida. Sobrou então apenas a cabeça do meio, considerada imortal. Héracles cortou e enterrou a última cabeça com uma enorme pedra. Assim, o monete foi castrado.

Instruído por Atena, Héracles, após matar a Hidra, aproveitou para banhar suas flechas no sangue do monstro, para torná-las venenosas. Euristeu não considerou este trabalho válido, pois o herói teve ajuda.

Héracles morreu, mais tarde, na Frígia, por causa do veneno da Hidra: após ferir mortalmente o centauro Nesso com flechas envenenadas no sangue da Hidra, este deu seu sangue a Dejanira, dizendo que era uma poção do amor, para ser usada na roupa. Dejanira acreditou, e, quando sentiu ciúmes de Íole, usou o sangue de Nesso para banhar as roupas de Héracles, que sentiu dores de queimadura insuportáveis, preferindo o suicídio na pira crematória.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quimera

Quimera é uma figura mística caracterizada por uma aparência híbrida de dois ou mais animais e a capacidade de lançar fogo pelas narinas, sendo portanto, uma fera ou besta mitológica.

Oriunda da Anatólia e cujo tipo surgiu na Grécia durante o século VII a.C., sempre exerceu atração sobre o imaginário popular. De acordo com a versão mais difundida da lenda, a quimera era um monstruoso produto da união entre Equidna - metade mulher, metade serpente - e o gigantesco Tifão.

Outras lendas a fazem filha da hidra de Lerna e do leão da Nemeia, que foram mortos por Hércules. Criada pelo rei de Cária, mais tarde assolaria este reino e o de Lícia bafejando fogo incessantemente, até que o herói Belerofonte, montado no cavalo alado Pégaso, conseguiu matá-la.

Sua aparência é descrita de forma diversa nas várias narrativas mitológicas ou nas artes plásticas. Por exemplo:

1. Cabeça e corpo de leão, com duas cabeças anexas, uma de cabra e outra de serpente.
2. Cabeça e corpo de leão, com duas cabeças anexas, uma de cabra e outra de dragão.
3. Duas cabeças ou até mesmo uma cabeça de leão e cabra, corpo de leão e cauda de serpente.
4. Cabeça de Leão, corpo de Cabra, rabo de serpente e solta fogo pelas narinas.
5. Cabeça de Leão, cabeça de cabra, cabeça de dragão, corpo de leão e cauda de serpente.

Após a Idade Média, com a expansão da ideia do dragão, a quimera perdeu espaço. Visivelmente claro na Igreja Católica de hoje, com São Jorge matando um dragão substituindo Belerofonte e a quimera.

domingo, 16 de outubro de 2011

Manticora

Manticora é uma criatura mitológica, semelhante às quimeras, com cabeça de homem, três afiadas fileiras de dentes de tubarão e com voz trovejante - e corpo de leão (geralmente, com pelo ruivo), olhos de cores diferentes e cauda de escorpião ou de dragão com a qual pode disparar espinhos venenosos, que matam qualquer ser, exceto o elefante. Em algumas descrições, aparece com asas de dragão ou Morcego, variando as descrições, no que diz respeito às suas dimensões: pode ter desde o tamanho de um leão até o tamanho de um cavalo.

Originária da mitologia persa, onde era apresentada como um monstro antropófago, o termo que a identifica tem também origem na língua persa: de martiya (homem) e khvar (comer). A palavra foi depois usada pelos gregos, na forma Mantikhoras, que deu origem ao latim Mantichora. A figura passou a ser referida na Europa através dos relatos de Ctésias de Cnido, um médico grego da corte do Rei Artaxerxes II, no século IV a.C., nas suas notas sobre a Índia ("Indika"). Esta obra, muito utilizada pelos escritores gregos de História Natural, não sobreviveu até a atualidade. Plínio, o Velho incluiu-a na sua História Natural. Mais tarde, o escritor grego Flávio Filóstrato mencionou-a em sua obra Vida de Apolônio de Tiana (livro III, capitulo XLV). existentes, com uma pele que repele quase todos os feitiços conhecidos. Segundo algumas lendas, as manticoras surgiram quando um rei foi amaldiçoado e se transformou em manticora. Aparentemente estas criaturas foram inspiradas em tigres.

Até hoje, muitas histórias de pessoas desaparecidas na Índia são ligadas às Manticoras. Hoje sabemos que, na verdade, os responsáveis pelos desaparecimentos eram os tigres. A manticora é famosa por cantarolar baixinho enquanto come sua presa afim de distrai-la e/ou amedronta-la

sábado, 15 de outubro de 2011

Cérbero e Ortros - e Outros Cães

Cérbero
Cérbero era um monstruoso cão de múltiplas cabeças e pescoço que guardava a entrada do Hades, o reino subterrâneo dos mortos, não impedindo a entrada e sim a saída. Quando alguém chegava, Cérbero fazia festa, era uma criatura adorável. Mas quando a pessoa queria ir embora, ele a impedia; tornando-se um cão feroz e temido por todos. Os únicos que conseguiram passar por Cérbero saindo vivos do submundo foram Héracles, Orfeu, Eneias e Psiquê.

Era filho de Tífon (ou Tifão) e Equídina, irmão de Ortros e da Hidra de Lerna. Da sua união com Quimera, nasceram o Leão da Nemeia e a Esfinge.

Para acalmar a fúria de Cérbero, os mortos que residiam no submundo jogavam-lhe um bolo de farinha e mel que os seus entes queridos haviam deixado no túmulo.

Ortro
Ortro era um cão bicéfalo da mitologia grega. Considerado o cão de guarda mais feroz da antiguidade, sua cauda era uma serpente. Sua mãe, Equidna, era uma mulher-serpente e seu pai, Tifão, possuía cabeça de cavalo. Ortro era irmão do cão Cérbero, que guardava o Hades.

Ortro era mascote de Gerião, gigante de três corpos, seis asas e seis braços, pastor de um dos maiores e melhores rebanhos de toda a África. Ortro vigiava seu gado, na ilha de Erítia, onde Héracles o matou, para cumprir o seu décimo trabalho.

Há quem diga que o dono original de Ortro foi Atlas, o titã que carregava a Terra nos ombros.

Conta-se que depois de ter sido morto por Héracles, Ortro ascendeu aos céus e transformou-se na estrela Sírius (Estrela do Cão), que é a estrela mais brilhante do céu noturno.