quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Hera - ou Juno

Escultura de Hera no Louvre,
uma cópia romana do original
helenístico.
Na mitologia grega Hera é a deusa do casamento, da maternidade e das mulheres equivalente a Juno, na Mitologia romana. Irmã e esposa de Zeus, rainha dos deuses, que rege a fidelidade conjugal. Retratada como majestosa e solene, muitas vezes coroada com os polos (uma coroa alta cilíndrica usada por várias deusas), Hera pode ostentar na sua mão uma romã, símbolo da fertilidade, sangue e morte, e um substituto para as cápsulas da papoula de ópio. A vaca, e mais tarde, o pavão eram animais relacionados com ela.

Retratada como ciumenta e agressiva contra qualquer relação extra-conjugal, odiava e perseguia as amantes de Zeus e os filhos de tais relacionamentos, tanto que tentou matar Hércules quando este era apenas um bebê, e depois o enlouqueceu fazendo induzindo-o a matar sua própria família. O único filho de Zeus que ela não odiava, antes gostava, era Hermes e sua mãe Maia, porque ficou surpresa com a sua inteligência e beleza.

Sendo uma filha de Cronos, ela, assim como seus outros filhos, foi engolido por seu pai, mas depois liberado, e ela foi criada pelas Hespérides, três filhas do rio Asterion. 

Sua personalidade, como descrita por Homero, não é do tipo muito amável, e suas principais características são a inveja, obstinação, e uma disposição a brigas, que às vezes fazia com que o seu próprio marido tremesse. Daí surgem conflitos frequentes entre Hera e Zeus; e em uma ocasião Hera, em conjunto com Poseidon e Atena, colocam Zeus preso. Zeus, em casos como esse, não só a ameaça, mas bate nela; quando depois de preso, ele foi capaz de sair das nuvens, com as mãos acorrentadas, e com duas bigornas suspenso de seus pés. Ela está assustada com suas ameaças, e cede quando ele está com raiva; e quando ela é incapaz de obter os seus fins de qualquer outra forma, ela recorre à astúcia e intrigas. Assim, ela pede emprestado o cinto de Afrodite, que tem o poder de encanto e fascínio, para excitar o amor de Zeus. Com Zeus, ela era a mãe de Ares, Hebe e Hefesto. 

O Nascimento de Hefesto 

A despeito de ser a deusa da família, Hera arremessou Hefesto do alto dos céus, desgostosa por ele ser coxo; em outra versão, ele teria ficado coxo justamente devido à queda. No relato homérico, ele despencou durante nove dias e noites até cair no oceano, onde foi criado pela oceânides Tétis (mãe de Aquiles) e Eurínome.

Depois disso, conta-se que Hefesto se vingou da sua mãe por tê-lo rejeitado, fazendo-lhe um trono mágico que, quando ela se sentou não permitiu que se levanta-se. Os outros deuses imploraram a Hefesto para voltar ao Olimpo para deixá-la sair, mas ele se recusava. Dionísio o embebedou e levou-o de volta para o Olimpo no lombo de uma mula. Hefesto tirou Hera do trono após ter sido dado Afrodite como sua esposa.

Leto - Mãe de Apolo e Ártemis

Quando Hera descobriu que Leto estava grávida e que Zeus era o pai, ela proibiu Leto de dar à luz em terra firme, ou em continente, ou qualquer ilha no mar. Poseidon, com pena de Leto guiou-a para uma ilha flutuante em Delos, que não era nem continente, nem uma verdadeira ilha e Leto foi capaz de dar à luz seus filhos na ilha. Como um gesto de gratidão, Delos foi presa com quatro pilares. A ilha mais tarde se tornou sagrada para Apolo. Alternativamente, Hera impediu que sua filha Ilitia, a deusa do parto, fosse ajudar Leto a dar a luz. Os outros deuses subornaram Hera com um belo colar que ninguém podia resistir, e ela finalmente cedeu. Ártemis teria nascido primeiro e depois assistiu o nascimento de Apolo. Algumas versões dizem que Ártemis ajudou a mãe a dar à luz a Apolo durante nove dias.  

Eco

De acordo com a releitura do mito urbano de Ovídio em Metamorfoses, por um longo tempo, uma ninfa chamada Eco tinha a função de distrair Hera enquanto Zeus namorava outras ninfas. Quando Hera descobriu o engano, ela amaldiçoou Eco para apenas repetir as palavras dos outros.

Sêmele - Mãe de Dioníso

Quando Hera descobriu que Sêmele, filha de Cadmo, o rei de Tebas, estava grávida de Zeus, ela se disfarçou de enfermeira de Semele e convenceu a princesa a insistir que Zeus mostrar-se a ela sua verdadeira forma. Quando ele foi obrigado a fazê-lo, tendo jurado por Estige, seus trovões e relâmpagos destruíram Sêmele. Zeus então, tirou do ventre de Sêmele Dionísio, e o colocou em sua coxa terminando a gestação.

Io

Hera quase pegou Zeus com uma amante chamada Io, um destino evitado por Zeus que transformou Io em uma bela novilha branca. No entanto, Hera não estava completamente enganada e exigiu que Zeus lhe desse a novilha de presente.

Uma vez que Io foi dada a Hera, esta colocou o titã Argos Panoptes para manter Io separada de Zeus. Zeus então ordenou Hermes matar Argos, o que ele fez. Hera, revoltada, enviou um inseto para infestar Io, que vagou da Grécia até o Egito, onde, à beira do Rio Nilo, retornou à forma de mulher, dando à luz Épafo.

Lâmia

Lâmia foi uma rainha da Líbia, amante de Zeus. Hera transformou-a em um monstro e matou seus filhos. Ou, em alternativa, ela matou os filhos de Lâmia e a tristeza transformou-a em um monstro. Por fim, para torturá-la ainda mais, Lâmia foi condenada por Hera a não poder cerrar os olhos, para que ficasse para sempre obcecada com a imagem dos filhos mortos. Zeus, apiedado, deu-lhe o dom de poder extrair os olhos de vez em quando para descansar. Lâmia estava com inveja das outras mães e comeu seus filhos.

Hércules

Hera foi a madrasta e inimiga de Hércules, que foi batizado de "Glória de Hera" em sua honra. Quando Hércules ainda era um bebê, Hera enviou duas serpentes para matá-lo enquanto ele estava deitado em sua cama. Hércules estrangulou uma única serpente em cada mão e foi encontrado por sua ama brincando com seus corpos flácidos como se fossem brinquedos de uma criança. Mais tarde, ela o enlouqueceu e o induziu a matar toda a sua família. Também despertou as amazonas contra ele quando Hercules estava em uma de suas missões. 

Assistência aos Argonautas

Hera odiava Pélias, porque ele tinha matado Sidero, em um dos templos da deusa. Mais tarde, ela convenceu Jasão e Medea matarem Pélias. Jasão se tornou um dos protegidos de Hera, assim como os Argonautas, que foram ajudados por ela em sua busca pelo Velocino de Ouro. 

Durante a Guerra de Troia, Hera junto com Atena, Poseidon, Hefesto, e Tétis, protegeram os gregos. Na guerra, Hera chegou a ferir Ártemis que protegia os troianos, e pegou o cinto mágico de Afrodite para favorecer os gregos.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Deméter - ou Ceres

Deméter - ou Ceres, como é conhecida pelos romanos - é uma deusa grega, filha de Cronos e Reia, deusa da terra cultivada, das colheitas e das estações do ano. É propiciadora do trigo, planta símbolo da civilização. Na qualidade de deusa da agricultura, fez várias e longas viagens com Dionísio ensinando os homens a cuidarem da terra e das plantações.

Filhos 

Com Zeus, seu irmão, ela teve uma filha, Perséfone ("a de braços brancos"). Teve um casal de gêmeos chamado Despina ("a deusa das sombras invernais") e Árion, com seu irmão Poseidon. Abandonou a menina sem nome ao nascimento para procurar Perséfone quando raptada. Despina, que representa o inverno, é o oposto de sua irmã, Perséfone, que representa a primavera e de sua mãe, Deméter, deusa da agricultura. O filho chamado Árion, era um cavalo de crinas azuis, tinha o poder da fala e de ver o futuro. Foi o cavalo mais rápido de todos os tempos e ajudou muitos heróis bravamente em suas conquistas. Ela também é uma das deusas que tiveram filhos com mortais, e teve com o herói cretense Iásio o deus Pluto. Um fragmento do Catálogo de Mulheres, de Hesíodo, sugere que Deméter teve um outro amante mortal, Eetion, que foi fulminado por um raio de Zeus. Alguns críticos consideram que Iásio e Eetion são a mesma pessoa.

O Rapto de Perséfone

Quando Hades raptou Perséfone e a levou para seu reino subterrâneo, Deméter ficou desesperada, saiu como louca terra afora sem comer e nem descansar. Decidiu não voltar para o Olimpo enquanto sua filha não lhe fosse devolvida, e culpando a terra por ter aberto a passagem para Hades levar sua amada filha, ela disse:

– Ingrato solo, que tornei fértil e cobri de ervas e grãos nutritivos, não mais gozará de meus favores!

Durante o tempo em que Deméter ficou fora do Olimpo a terra tornou-se estéril, o gado morreu, o arado quebrou, os grãos não germinaram. Sem comida a população sofria de fome e doenças. A fonte Aretusa (em outras versões, a ninfa Ciana, metarmofoseada em um rio) então contou que a terra abriu-se de má vontade, obedecendo às ordens de Hades e que Perséfone estava no Érebo, triste mas com pose de rainha, como esposa do monarca do mundo dos mortos.

Com a situação caótica em que estava a terra estéril, Zeus pediu a Hades que devolvesse Perséfone. Ele concordou, porém antes, fê-la comer um bago de romã e assim a prendeu para sempre aos infernos, pois quem comesse qualquer alimento nessa região ficava obrigado a retornar.

Com isso, ficou estabelecido que Perséfone passaria um período do ano com a mãe, e outro com Hades, quando é chamada Proserpina. O primeiro período corresponde à primavera, em que os grãos brotam, saindo da terra assim como Proserpina. Neste período Perséfone é chamada Core, a moça. O segundo é o da semeadura de outono, quando os grãos são enterrados, da mesma forma que Perséfone volta a ser Proserpina no reino do seu marido. Durante o inverno, Despina mostra sua ira contra seus pais e sua irmã, congelando lagos e destruindo plantações e flores.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hestia - ou Vesta

Héstia - ou Vesta, na mitologia romana - é a deusa grega do lar e dos laços familiares, simbolizada pelo fogo doméstico.

Filha de Cronos e Reia, era uma das doze divindades olímpicas. Cortejada por Poseidon e Apolo, jurou virgindade perante Zeus, e dele recebeu a honra de ser venerada em todos os lares, ser incluída em todos os sacrifícios e permanecer em paz, em seu palácio cercada do respeito de deuses e mortais.

Embora não apareça com frequência nas histórias mitológicas, era admirada por todos os deuses. Era a personificação da moradia estável, onde as pessoas se reuniam para orar e oferecer sacrifícios aos deuses. Era adorada como protetora das cidades, das famílias e das colônias.

Sua chama sagrada brilhava continuamente nos lares e templos. Todas as cidades possuíam o fogo de Héstia, colocado no palácio onde se reuniam as tribos. Esse fogo deveria ser conseguido direto do sol. Quando os gregos fundavam cidades fora da Grécia, levavam parte do fogo da lareira como símbolo da ligação com a terra materna e com ele, acendiam a lareira onde seria o núcleo político da nova cidade.

Versão Rick Riordan

Em alguns aspectos, Héstia era muito parecida com a mãe, Reia. Tinha um sorriso sincero, olhos castanhos amorosos e cabelos pretos cujos cachos emolduravam o rosto. Era gentil e boa. Nunca falava mal de ninguém. Em uma festa no Monte Olimpo, Héstia não seria a primeira garota a chamar sua atenção; não era extravagante, exagerada nem maluca. Era mais como uma deusa qualquer, meiga e bonita de uma forma nada pretensiosa. Normalmente ela prendia o cabelo debaixo de um xale de linho. Usava vestidos simples e sem estampa e nunca passava maquiagem. 

Eu falei que ninguém a levava a sério, e é verdade: os outros deuses não eram de ouvir seus conselhos. Tendo sido a primeira a ser engolida pelo pai, Héstia foi a última a ser vomitada. Por causa disso, os irmãos pensavam nela como a mais nova, e não a mais velha; afinal, tinha sido a última a aparecer. 

Ela era mais calada e mais tranquila do que os irmãos, mas isso não quer dizer que eles não a amassem. Assim como Reia, Héstia era aquele tipo de pessoa que é impossível não amar. Mas havia um aspecto importante em que Héstia não era como Reia. A mãe dela era conhecida por ser... bem, mãe. A Grande Mãe. A Maior Mamãe. La Madre Grande. Já Héstia não queria saber de ser mãe. 

Ela não tinha problema nenhum com a família dos outros. Amava os irmãos e, quando eles começaram a ter filhos, amou os sobrinhos também. Seu maior desejo era que toda a família olimpiana se desse bem e passasse bons momentos reunida ao redor da lareira, conversando, jantando, jogando Twister ou qualquer outra atividade envolvente. Héstia só não queria se casar. Se vocês pensarem um pouco, vão entender o motivo. 

Héstia passara anos dentro da barriga de Cronos. Ela tinha uma memória muito boa, conseguia se lembrar até de Cronos engolindo-a, recém-nascida. Lembrava-se de ter ouvido a mãe chorando de desespero. Héstia tinha pesadelos em que o mesmo acontecia com ela. Ela não queria se casar e acabar descobrindo que o marido era um canibal engolidor de bebês. E não era paranoia sua. Ela tinha provas de que Zeus podia ser tão mau quanto Cronos. 

domingo, 28 de agosto de 2011

Hades - ou Plutão

Hades, na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos. Equivalente ao deus romano PlutãoÉ considerado um deus da "segunda geração" pelos estudiosos. Oriundo que fora de Cronos e de Reia, formava com seus cinco irmãos, os Crônidas: Hera, Deméter, Hestia, Poseidon e Zeus.

Hades costuma apresentar um papel secundário na mitologia, pois o fato de ser o governante do Mundo dos Mortos faz com que seu trabalho seja "dividido" entre outras divindades, tais como Tanatos, deus da morte, ou as Queres (Ker) - estas últimas retratadas na Ilíada recolhendo avidamente as almas dos guerreiros, enquanto Tanatos surge nos mitos da bondosa Alceste ou do astuto Sísifo.

Guerra dos Titãs

Temendo uma profecia que dizia que seria derrotado por um dos filhos, Cronos passou a devorar os filhos tão logo sua mulher, Reia, os tinha. Assim ocorrera a todos os filhos que teve, à exceção de Zeus que, para ser poupado, foi num ardil materno trocado pela mãe por uma pedra.

Crescendo, o jovem deus teve novamente a ajuda materna para auxiliá-lo: Reia fez com que o marido engolisse uma beberagem que o forçou a vomitar os filhos presos dentro de si. Uma vez libertos, os irmãos ficaram solidários a Zeus, no combate contra o pai. Postaram-se, então, no monte Olimpo e, com ajuda dos titãs hecatônquiros, combateram os outros titãs, que se posicionaram no monte Ótris, numa batalha que durou dez anos.

Os titãs solidários aos olímpicos — Briareu, Coto e Giges — deram aos três irmãos suas armas: a Zeus os raios, a Poseidon o tridente; a Hades coube um capacete, que o tornava invisível. A derrota de Cronos deu-se com o uso das três armas: Hades, invisível com seu elmo, roubou ao pai suas armas e, enquanto Poseidon o distraía com o tridente, Zeus o fulminou com seus raios.

Sendo o mundo dividido em três partes, Zeus procedeu à divisão por sorteio dos reinos entre si e os dois irmãos: para si ficou a Terra e o Céu, a Poseidon coube os mares e rios, ao passo que para Hades ficou o domínio sobre o mundo subterrâneo e os seres das sombras.

Mundo dos Mortos

Não são acordes os autores antigos acerca da localização do mundo inferior; enquanto uns o situam abaixo da superfície terrestre, outros colocam-no ao oeste, em meio ao Oceano. Também sua entrada era controversa, situando-a em algum ponto sombrio e assustador, tal como havia em Cumas — mas uma das passagens estava sempre aberta de modo a permitir a entrada, sem retrocesso. Sua guarda cabia ao cão Cérbero, que era dócil a quem chegava, mas feroz a quem pretendesse sair.

A entrada era separada do interior por vários rios, de águas turbulentas, dos quais o mais famoso era o Estige, tão fiável que os próprios deuses o evocavam como testemunha dos juramentos. Sua passagem era feita pelo barqueiro Caronte, para cujo pagamento colocavam os gregos uma moeda (danake) na boca do falecido. Outros rios eram o Aqueronte (rio da eterna aflição), Lete (o rio do esquecimento), Piriflegetonte (rio de fogo), Cócito (rio do pranto e lamento).

Além do próprio reino dos mortos, duas outras regiões se apresentavam: os Campos Elísios, onde uma ilha de bem-aventurança recebia as almas felizes e o Tártaro — tão profundo que distava da terra tanto quanto esta dos céus. Na ilha de Erítia, onde Gerião mantinha seu rebanho sob os cuidados do pastor Eurítion e do cão Ortro — alvo de um dos trabalhos hercúleos — o pastor Menetes cuidava dos rebanhos de Hades.

Campos Asfodelos - Pessoas medianas
Campos Elísios - Pessoas Especiais
Campos de Punição - Pessoas ruins

O Rapto de Perséfone

Após os titãs terem sido aprisionados no Etna, os cataclismos provocados por suas lutas pela liberdade fizeram com que Hades temesse que seu mundo fosse exposto ao Sol.

Então, a fim de verificar o que estava se passando, finalmente Hades decide sair de seu reino, montado em seu carro de negros corceis. Estava Afrodite, naquele momento, sentada no monte Érix junto a seu filho Eros (então personificado como Cupido) e desafiou-o a lançar suas flechas no deus solitário quando, por ali, a filha de Deméter transitava no vale de Ena (uma pradaria siciliana), igualmente solteira.

Flechado pelo Amor, Hades rapta a bela sobrinha que, apavorada, clama por socorro à mãe e suas amigas mas, sem ter como reagir, acaba resignando-se. Hades excita os cavalos a fugirem o mais depressa possível até que chegaram ao rio Cíano, que se recusou a dar-lhe passagem. O deus então feriu-lhe a margem, abrindo a terra e criando uma entrada para o Tártaro.

Deméter parte numa busca inútil à filha, indo de Eos (a Aurora) até as Hespérides (no poente). Em sua peregrinação salva um menino, a quem incumbe de ensinar a agricultura aos homens. Desesperançada, pára à margem do mesmo rio Cíano onde a filha fora levada. A ninfa que ali habitava fica oculta, temendo represálias do deus dos Infernos, mas deixa fluir sobre as águas a guirlanda que Perséfone derrubara ao ser levada. Ao vê-la a deusa se revolta, culpando a terra por seu sofrimento: a maldição que lança provoca a infertilidade do solo e a morte do gado.

Vendo a desolação provocada pela vingança da deusa, a fonte Aretusa resolveu interceder. Procurando Deméter, conta sua história - de como fora perseguida por Alfeu, no curso do rio de mesmo nome e, ajudada por Artêmis, que lhe abrira um caminho subterrâneo para a fuga até a Sicília, viu então Perséfone sendo levada por Hades — ainda triste, mas já ostentando o semblante de Rainha do Mundo Inferior.

A deusa de imediato vai ao Olimpo, onde pleiteia a Zeus fosse a filha restituída. O Senhor dos deuses consente, impondo contudo a condição de que Perséfone não tivesse, no mundo inferior, ingerido alimento algum — uma condição que faria com que as Parcas vedassem-lhe a saída. Hermes, guia das almas, é enviado como mensageiro junto a Primavera. Hades concorda com o pedido mas, num ardil, oferece a Perséfone uma romã, da qual a jovem chupa alguns grãos, selando assim o seu destino, pois jamais poderia se libertar dos Infernos.

Apesar de ter a esposa para sempre presa ao Submundo, o deus das sombras faz um acordo com a sogra, anuindo que Perséfone passasse uma parte do tempo ao seu lado e outra, com a mãe. Deméter concorda com o ajuste, e devolve à terra sua fertilidade.

Os monarcas Hades e Perséfone não apenas governavam as almas dos mortos, mas tinham o papel de juízes da humanidade depois da vida. Nisto eram auxiliados por três heróis que foram, em vida, reconhecidos por seu senso de justiça e sabedoria: Minos, seu irmão Radamanto e Éaco que, numa versão mais tardia, era o responsável pelas portas do mundo inferior.

sábado, 27 de agosto de 2011

Poseidon - Netuno

Poseidon, também conhecido como Netuno para os romanos, era o grande rei dos mares, um homem muito forte, com barbas e sempre representado com seu tridente na mão e as vezes com um golfinho. Era filho de Cronos, deus do tempo, e da deusa da fertilidade Réia. Sua casa era no fundo do mar e com seu tridente causava maremotos, tremores, além de fazer brotar água do solo.

Anfitrite e Tritão

Poseidon era casado com Anfitrite. Quando se conheceram Poseidon se apaixonou por ela, mas Anfitrite o recusou e assustada pela forma rude com que fora pedida em casamento, se escondeu nas profundezas de uma gruta, e só sua mãe sabia da sua localização. 

Tritão
Poseidon, sem sabe do paradeiro de sua amada, resolveu pedir a Zeus que o ajudasse a encontrá-la. Ao descobrir sua localização, Poseidon foi ao seu encontro e mais uma vez a pediu em casamento - agora usando um pouco mais de humildade. E ela, tentada com a ideia de ser a rainha do oceano, acabou aceitando o pedido. Os dois tiveram um filho chamado Tritão, geralmente representado com cabeça e tronco humano e cauda de peixe. Aterrorizava os marinheiros com um barulho espantoso que ele fazia quando soprava o búzio, um instrumento, mas também com ele fazia sons maravilhosos. 

Entretanto, na sua vida Poseidon teve muitos outros amores e fora de seu casamento teve mais filhos que ficaram muito conhecidos por sua crueldade, os dois que mais conhecidos foram o Ciclope e o gigante Orion

Pégaso e Arion

Poseidon é também o pai de Pégaso, um cavalo alado símbolo da imortalidade gerado por Medusa, quando esta foi decapitada por Perseu. Ela estava grávida de Poseidon naquela época. Por esse motivo, Poseidon sempre esteve muito ligado aos cavalos e foi o primeiro a colocar cavalos na região. 

Outro caso de amor muito conhecido de Poseidon foi com sua irmã Demeter, ele a perseguiu e ela para evitá-lo se transformou em égua, porém ele se transformou em um garanhão e com ela teve um encantador cavalo, Arion

Guerra de Tróia

Na história da Guerra de Tróia, Poseidon e Apolo ajudaram o rei na construção dos muros daquela cidade e a eles foi prometida uma recompensa, porém tinham sidos enganados, pois o rei não os recompensou. Foi então que Poseidon muito enfurecido se vingou de Tróia e enviou um monstro do mar que saqueou toda a terra de Tróia e durante a guerra ele ajudou os gregos.

Poseidon disputou com Atena, a deusa da sabedoria, para ser a deidade da cidade hoje conhecida como Atenas, porém Atena ganhou a competição e a cidade ficou conhecida com o seu nome.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Atena - Minerva

Atena é, na mitologia grega, a deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia em batalha, das artes, da justiça e da habilidade. Os romanos a chamavam de Minerva. Foi concebida da união de Zeus e da deusa Métis. A versão mais corrente de seu mito a dá como filha partenogênica de Zeus, nascendo de sua cabeça plenamente armada. Jamais se casou ou tomou amantes, mantendo uma virgindade perpétua. Era imbatível na guerra, nem mesmo Ares lhe fazia páreo. Foi padroeira de várias cidades, mas se tornou mais conhecida como a protetora de Atenas e de toda a Ática. Também protegeu vários heróis e outras figuras míticas, aparecendo em uma grande quantidade de episódios da mitologia. 

Nascimento

Atena era a filha predileta de Zeus, porém quando Métis ficou grávida, Zeus engoliu a esposa com medo de sua filha nascer mais poderosa que ele e lhe tirar o trono, mas para que isso acontecesse convenceu Métis a participar de uma brincadeira divina, onde cada um se transformava em um animal diferente e Métis pouco prudente acabou se transformando em uma mosca, e Zeus a engoliu. Métis foi para a cabeça de Zeus. Mas com o passar dos anos, Zeus sentiu uma forte dor de cabeça e pediu para que Hefesto lhe desse uma machadada, foi então que Atena já adulta saltou de dentro do cérebro de seu pai, já com armadura, elmo e escudo.

Atena leva uma lança em sua mão, mas que não significa guerra e sim uma estratégia de vencer, também foi a inventora do freio, sendo a primeira que amansou os cavalos para que os homens conseguissem domá-los. A cidade Atenas era sua preferida já que levou seu nome e onde também se fazia cultos em sua homenagem.

Disputa Entre Atena e Poseidon

Atena e Poseidon, seu tio, chegaram a disputar o padroado de uma cidade importante, para isso estabeleceram um concurso: quem desse o melhor presente à cidade ganharia a disputa. Poseidon bateu com seu tridente e fez jorrar água do mar e também fez aparecer um cavalo. Já Atena além de domar o cavalo e torna-lo um animal doméstico, também deu como presente uma Oliveira que produzia alimento, óleo e madeira, foi então que ganhou e assim a cidade levou seu nome, Atenas.

O Julgamento de Oreste

Atena também ficou conhecida como Minerva pelo voto de desempate que deu quando julgou Orestes juntamente com o povo de Atenas. Orestes matou a mãe para se vingar da morte do pai. Atena deu o voto de Minerva como é conhecido hoje, e declarou Orestes inocente.

Atena e Hefesto

Certa vez, Atena foi encomendar armas a Hefesto, mas este, tomado de paixão pela deusa, tentou seduzi-la. Ela repeliu seu avanço, mas não obstante Hefesto ejaculou sobre a sua coxa. Atena limpou o sêmen e enojada arrojou o pano que usara sobre a terra. Gaia, a terra, em segredo gerou um filho da semente de Hefesto, Erictônio, planejando torná-lo imortal. Colocou-o dentro de um cesto, que confiou aos cuidados de uma filha de Cécrops, Pandroso, mas proibindo-a de olhar seu conteúdo. As irmãs de Pandroso, vencidas pela curiosidade, abriram o cesto mas se horrorizaram ante a visão de uma serpente envolvendo o bebê. O Pseudo-Apolorodo continuou a história dizendo que algumas versões do mito mostram em seguida as irmãs morrendo pela picada da serpente, ou tornadas loucas pela ira de Atena, que por fim as arremessou do alto da Acrópole. Atena então tomou a criança e a criou numa gruta sagrada. Ao chegar à idade adulta, Erictônio expulsou Anfictião e tornou-se rei de Atenas, quando introduziu o festival das Panatenaias, o mais importante dentre os festivais religiosos dedicados a Atena. 

Punições Feitas Por Atena

Vários personagens míticos foram punidos por Atena em consequência de profanações, húbris ou ultrajes à sua divindade, como as irmãs de Pandroso, há pouco citadas. Ájax, filho de Oileu, príncipe da Lócrida, por ter estuprado Cassandra dentro do santuário de Atena, foi punido com o naufrágio do seu barco, que a deusa atingiu com um raio. Seu povo também teve de pagar pela ofensa, sendo assolado por uma praga e sendo obrigado a expiá-la por mil anos enviando duas donzelas anualmente para serem sacrificadas pelos troianos. 

Para castigar Auge, sua sacerdotisa, que tivera relações sexuais dentro do seu santuário na Arcádia, tornou a região infértil até que o rei a expulsasse, vendendo-a como escrava. Pelo mesmo motivo mandou que Tideu matasse Ismene, princesa da Beócia. Ilus foi cego pela deusa por ter desvelado a estátua do Paládio, cuja contemplação era vedada aos mortais. Transformou Aracne em aranha por ela ter desafiado Atena em uma competição de bordado; transformou Mérope em uma coruja por ela ter ridicularizado os olhos cinzentos da deusa e zombado dos outros deuses; enlouqueceu Aias Telamanios porque ele ameaçara matar os líderes gregos durante a Guerra de Troia; matou Laocoonte e seus filhos mandando duas serpentes marinhas estrangulá-los, para impedir que ele revelasse aos troianos o segredo do Cavalo de Troia, e fez a peste desolar a Arcádia porque seu príncipe Teutis a ferira acidentalmente. Transformou Medusa em um monstro por ela ter gabado sua beleza como superior à de Atena, depois ajudou Perseu a matá-la e fixou sua cabeça em seu escudo (ou sua aegis, conforme outras versões), com o que aterrorizava seus inimigos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hermes - ou Mercúrio

Hermes - ou Mercúrio, como é conhecido pelos romanos - é, na mitologia grega, um dos deuses olímpicos, filho de Zeus e de Maia, e possuidor de vários atributos. 

Divindade muito antiga, já era cultuado na história pré-Grécia antiga possivelmente como um deus da fertilidade, dos rebanhos, da magia, da divinação, das estradas e viagens, entre outros atributos. Ao longo dos séculos seu mito foi extensamente ampliado, tornando-se o mensageiro dos deuses e patrono da ginástica, dos ladrões, dos diplomatas, dos comerciantes, da astronomia, da eloquência e de algumas formas de iniciação, além de ser o guia das almas dos mortos para o reino de Hades, apenas para citar-se algumas de suas funções mais conhecidas. 

As primeiras descrições literárias sobre Hermes datam do período arcaico da Grécia, e o mostram nascendo na Arcádia. Já no primeiro dia de vida realizou várias proezas e exibiu vários poderes: furtou cinquenta vacas de seu irmão Apolo, inventou os sacrifícios, as sandálias mágicas e a lira. No dia seguinte, perdoado pelo furto das vacas, foi investido de poderes adicionais por Apolo e por seu pai Zeus, e por sua vez concedeu a Apolo a arte de uma nova música, sendo admitido no Olimpo como um dos grandes deuses. 

Foi um dos deuses mais populares da Antiguidade clássica, teve muitos amores e gerou prole numerosa. As figuras de Hermes e de seu principal distintivo, o caduceu, ainda hoje são conhecidas e usadas por seu valor simbólico, e vários autores o consideram a imagem tutelar da cultura ocidental contemporânea.

O Castigo de Quelone

Era casamento de Júpiter, o rei do universo, e Juno, a rainha dos céus. Todos haviam sido convidados para a grande festa no Olimpo. Na entrada do palácio, era feita a conferência dos convidados, com identificação de cada um dos que chegavam. Quando avisado da ausência de Quelone, Mercúrio, o deus dos pés ligeiros, apressou as sandálias aladas e foi ao encontro da ninfa, temendo que, se Juno descobrisse sua ausência, matasse-a. 

Quelone não sentia vontade de fazer nada e, embora houvesse cogitado algumas vezes ir ao casamento, desistiu de todas elas ao se lembrar da trabalheira que daria para se arrumar de maneira adequada e se deslocar até o Olimpo. Quando Mercúrio a encontrou, Quelone estava descansando. A ninfa deu algumas desculpas, até que, convencida, resolveu acompanhar Mercúrio. No entanto, Quelone insistia em atrasar a chegada dos dois. Temendo a reação de Juno caso notasse a sua ausência, Mercúrio resolveu ir à frente. Sozinha, Quelone sentou na estrada do arco-íris e adormeceu. 

Somente no dia seguinte, quando os convidados voltavam das bodas, Quelone se deu conta de que não havia conseguido ir à festa. Levantou-se assustada. Ensaiou algumas desculpas, mas resolveu voltar pra casa. Quando chegou, Mercúrio já a esperava. Sem paciência para explicações, o deus pegou a ninfa pelos pés e a jogou dentro de um lago e, em seguida, lançou também sua casa. Foi o castigo de Quelone. Agora, a ninfa tinha quatro patas e seu rosto havia ficado enrugado. Sua casa se transformou em uma carapaça, que era carregada em suas costas. E Quelone nunca havia sido tão lenta quanto agora! Havia sido transformada em uma tartaruga.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Apolo - Febo

Estátua de Apolo
na Academia de Atenas.
Apolo, também conhecido com Febo (brilhante), na mitologia grega é considerado o deus da juventude e da luz, identificado primordialmente como uma divindade solar, uma das divindades mais ecléticas da mitologia greco-romana. Filho de Zeus e da titã Latona (Leto). Tinha uma irmã gêmea Ártemis que era conhecida pelos romanos como Diana, a deusa da caça. Segundo a lenda, Apolo e sua irmã nasceram na ilha de Delos onde sua mãe Leto se refugiou para se esconder da Hera, a esposa de Zeus.

Apolo e a Cobra Píton

Esse deus também tinha sua parte negra, era considerado um arqueiro de grande habilidade. Com um ano de idade seguiu a serpente Píton - que tinha sido enviada por Hera para perseguir sua mãe - e a matou com flechadas. A partir deste momento foi considerado um grande arqueiro. O seu arco disparava dardos letais que matavam os homens com doenças ou então mortes súbitas. O poder de Apolo se exercia em todos os lugares da natureza e do homem.

Oráculo de Delfos

Situado em Delfos, o Oráculo de Delfos era dedicado principalmente a Apolo e centrado num grande templo, ao qual vinham os antigos gregos para colocar questões aos deuses. 

Delfos era um recinto e um complexo de construções num terreno sagrado para os antigos gregos, onde se realizavam os Jogos Píticos e havia um templo consagrado ao deus Apolo, originalmente consagrado à Pítia. Neste templo, as sacerdotisas de Apolo (Pitonisa) faziam profecias em transes. As respostas e profecias ali obtidas eram consideradas verdades absolutas. Hoje, suspeita-se que os transes e visões das sacerdotisas eram provocados por gases emitidos por uma fenda subterrânea no local, o que torna interessante a análise. Delfos foi uma invenção da antiguidade. 

Das rochas da montanha circundante brotam várias nascentes que formam fontes. Uma das fontes mais conhecidas desde tempos muito antigos era a fonte de Castália, rodeada de um bosque de loureiros consagrado ao deus Apolo. A lenda e a mitologia contam que no monte Parnaso e próximo desta fonte se reuniam algumas divindades, deusas menores do canto e da poesia, chamadas musas, e as ninfas das fontes, chamadas náiades. Nestas reuniões Apolo tocava a lira e as divindades cantavam. Conta-se que o oráculo de Delfos ganhou tamanho significado mágico após o deus Apolo matar a serpente Píton neste local, daí que se deriva o nome das sacerdotisas (pitonisas).

Amor Não Correspondido Entre Apolo e Dafne

Apolo e Dafne,
Museu em Viena
Uma grande história de amor não correspondido de Apolo foi com a Dafne. Por ser um deus muito belo, e ter muitas qualidades, quis ser bem mais que o deus Cupido. Afirmou que suas flechas eram bem mais poderosas que as do deus do Amor, mas Cupido argumentou que as flechas que possuía além de serem mais poderosas, atingiriam até o próprio Apolo. Apolo naquele momento não acreditou, foi então que o Cupido lançou uma flecha no coração dele com ouro na ponta e ele se apaixonou pela moça Dafne, mas o cupido para mostrar que era mais poderoso lançou uma flecha com chumbo na ponta no coração de Dafne que repudiava Apolo e sua paixão. Dafne não aguentava mais o deus Apolo a perseguindo, foi então que pediu a seu pai Peneu que mudasse sua forma; seu pai a atendeu e a transformou em um loureiro.

Amizade Entre Apolo e Jacinto

Jacinto, um dos eromenoi
de Apolo, morre
em seus braços. 
Outro grande momento que marcou a vida de Apolo foi sua grande admiração por Jacinto. Apolo tinha muito apego por Jacinto. Certo dia foram jogar discos, Apolo foi o primeiro a lançar; lançou muito forte e com precisão e Jacinto com muita vontade de jogar também foi correndo atrás do disco para pega-lo, mas Zéfiro (um dos deuses do vento) sentia muita inveja, pois Jacinto preferia Apolo. Então soprou o disco que bateu na testa de Jacinto. Apolo correu para ajuda-lo e enquanto tentava reviver o amigo, nasceu uma linda flor do sangue que escorreu de sua testa, que após sua morte recebeu o nome de Jacinto.

Asclépio - Filho de Apolo

Corônis lhe deu como filho Asclépio, mas o traiu, e por isso morreu pela seta do deus ultrajado. Asclépio, tornando-se um mestre na arte de curar tão poderoso que podia ressuscitar os mortos, ameaçava com isso o poder soberano de Zeus, ultrajava Têmis e roubava súditos a Hades, pelo que foi morto pelo raio de Zeus. Para vingar-se, como não podia voltar-se contra seu pai, Apolo matou os Ciclopes, que haviam forjado os raios, e por isso foi castigado. 

Deveria ter sido desterrado para o Tártaro, mas graças à interferência de sua mãe o castigo foi comutado em um ano de trabalhos forçados como um mortal para o rei Admeto. Sendo bem tratado pelo rei durante sua expiação, Apolo ajudou-o a obter Alceste e a ter uma vida mais longa que a que o destino lhe reservara. Uma versão da história a amplia, e diz que enquanto Apolo estava entre os mortais ensinou-lhes a música, a dança e todas as artes e ofícios que tornam a vida mais agradável; ensinou às pessoas também os jogos atléticos, a caça, a contemplação da natureza e a percepção de suas belezas próprias, e todo o dia parecia um dia de festa. Os deuses, vendo que a vida na Terra se tornava mais aprazível que a sua, chamaram de volta Apolo para o Olimpo.

Amores Não Correspondidos

Também disputou o amor de Marpessa com Idas, e Zeus ordenou que ela escolhesse entre ambos. Temendo ser rejeitada quando ficasse velha e perdesse sua beleza, ela decidiu por Idas. Desejou a princesa troiana Cassandra, e deu-lhe como presente o dom da profecia. Mesmo assim ela repudiou o deus, e Apolo a puniu fazendo com que ninguém acreditasse nela, embora suas profecias se revelassem depois sempre verdadeiras. 

Destino semelhante teve a Sibila de Cumas, que exigiu o prolongamento de sua vida em tantos anos quantos os grãos de areia que tinha na mão. Concedido o favor, ela negou seu amor, e então Apolo não revogou-lhe o dom, mas fez com que sua beleza e juventude não fossem preservadas ao longo de sua vida de milênios, envelhecendo até se tornar uma criatura horrenda, seca e encarquilhada, escondida dentro de um vaso, cujo único desejo era morrer. Entretanto, Apolo foi feliz com Cirene, uma ninfa, tendo o filho Aristeu, que se tornou uma deidade da vegetação e agricultura.

Filhos

Com Corônis gerou Asclépio
Com Creúsa gerou Íon, o fundador mítico do povo jônico. 
De Dríope gerou Anfiso. 
Com Hécuba, esposa de Príamo, às vezes se diz que gerou Troilo, príncipe de Troia. 
De Manto, uma vidente, teve Mopso, um profeta. 
Teve ainda romances com algumas Musas: com Tália foi o pai da geração dos Coribantes, monstros seguidores de Dionísio, e com Urânia gerou os músicos Lino e Orfeu.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Ártemis - Diana

Ártemis, deusa grega, ou Diana, como era conhecida entre os romanos, divindade responsável pelas atividades da caça, é representada como uma imagem lunar arisca e selvagem, constantemente seguida de perto por feras selvagens, especialmente por cães ou leões. Ela traz sempre consigo, no abrigo de suas mãos, um arco dourado, nos ombros um coldre de setas, e pode ser vista trajando uma túnica de tamanho curto.

Esta deusa famosa dos gregos foi concebida por Zeus e Leto e era irmã gêmea de Apolo – enquanto ele simbolizava a luz solar, ela representava a esfera lunar. 

Dizem que quando ela ainda era uma criança, ao sentar-se no colo de seu pai Zeus, pediu para que ele lhe concedesse seis desejos: manter-se sempre virgem; ter muitos nomes para diferenciá-la de seu irmão Apolo; ser a Portadora da Luz; ter um arco e flecha e uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar; ter sessenta "filhas Okeanos", todas com nove anos de idade, para ser suas companheiras; e vinte ninfas como servas para cuidar de seus cães e arco enquanto ela descansava. Ela desejou não ter nenhuma cidade dedicada a ela, mas para governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto.

Ártemis acreditava que ela tinha sido escolhida pelas Parcas para ser parteira, especialmente desde que ela tinha ajudado á mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo. Todos as suas companheiras permaneceram virgens, e Ártemis vigiou de perto sua própria castidade. Seus símbolos incluem o arco, a flecha de ouro, o cão de caça, o veado, e a lua.  

Hipólito - Filho de Teseu

Hipólito, filho de Teseu e de Hipólita rainha das amazonas, que herdou da mãe o gosto pela caça e pelos exercícios violentos tinha uma amizade muito grande com Ártemis. Afrodite, enciumada pela intimidade dos dois, vingou-se fazendo Fedra, segunda esposa de Teseu, apaixonar-se por seu enteado, jovem e casto. Ao ser informado por uma serva do amor que lhe dedica a madrasta, Hipólito repele-a com veemência. Rejeitada, Fedra suicidou-se deixando uma mensagem a Teseu que acusa falsamente Hipólito de violentá-la. Teseu expulsa o rapaz e invoca a punição de Poseidon que provoca um acidente com a carruagem de Hipólito. O jovem conduzia seu carro junto ao mar quando, assustado por um monstro marinho, seus cavalos precipitaram-se pelas rochas causando-lhe a morte. Enquanto Hipólito morre, ouve-se a voz de Ártemis, que revela a verdade a Teseu.

Adônis - Amado de Afrodite

Em algumas versões da história de Adônis, que foi uma adição tardia à mitologia grega no período helenístico, Ártemis enviou um javali para matar Adônis como castigo por sua ostentação arrogante que ele era um caçador melhor do que ela. 

Em outras versões, Ártemis matou Adônis por vingança. Em mitos posteriores, Adônis havia sido relacionado como um dos favoritos de Afrodite e Afrodite foi responsável pela morte de Hipólito, que tinha sido um favorito de Ártemis. Portanto, Ártemis matou Adônis para vingar a morte de Hipólito. 

Em outra versão, Adônis não foi morto por Ártemis, mas por Ares, que tinha ciúmes de Adônis com Afrodite. 

Orion

Orion foi companheiro de caça de Ártemis. Em algumas versões, ele é morto por Ártemis, enquanto em outras ele é morto por um escorpião enviado por Gaia. Em algumas versões, Orion tenta seduzir Opis (outro nome para Ártemis), e ela o matou. Em uma versão de Arato, Orion pegou o robe de Ártemis e ela o matou em legítima defesa. 

Em outra versão, Apolo envia o escorpião. De acordo com Higino Ártemis uma vez Orion, mas foi enganado e matado por seu irmão Apolo, que era "protetor" da virgindade de sua irmã. 

Acteão

Acteão sendo devorado
pelos seus cães grupo de esculturas
em Caserna.
Várias versões do mito de Acteão sobrevivem, embora muitas estejam fragmentadas. Os detalhes variam, e uma delas envolve um grande caçador, Actéon que, depois de acidentalmente ter visto a deusa tomando banho numa fonte, como castigo é transformado por ela em um alce e acaba sendo morto pelos próprios cães de caça e companheiros, que não o reconhecem. 

Os Aloadae

Os gigantes filhos gêmeos de Poseidon, Otos e Efialtes, cresceram enormemente em uma idade jovem. Eles eram agressivos, grandes caçadores, e não poderiam serem mortos, a menos que se matassem. O crescimento dos Aloadae nunca parou, e eles se gabavam de que assim que eles pudessem alcançar o céu, eles iriam sequestrar Ártemis e Hera e tomá-las como esposas. Os deuses estavam com medo deles, com exceção de Ártemis que capturou um belo veado e jogou entre os gigantes. Os Aloadae jogaram suas lanças um ao outro por engano e mataram um ao outro.

Calisto

Calisto era filha de Licaon, rei de Arcadia e também foi uma das caçadoras de Ártemis. Como uma companheira de Ártemis, ela fez um voto de castidade. Zeus lhe apareceu disfarçado como Ártemis, ou em algumas histórias como Apolo, ganhou a confiança dela, então se aproveitou de sua virgindade. Como resultado desse encontro, ela concebeu um filho, Arcas. 

Enfurecida, Hera ou Ártemis (alguns relatos dizem as duas) transformou-a em um urso. Arcas quase matou o urso, mas Zeus parou na hora certa. Por piedade, Zeus colocou Calisto como um urso nos céus, assim, a origem da constelação de Urso. Algumas histórias dizem que ele colocou tanto Arcas e Calisto nos céus como ursos, formando as constelações Ursa Menor e Ursa Maior.  

Níobe

A rainha de Tebas e esposa de Anfião, Niobe se gabava de sua superioridade sobre Leto, proibindo seu culto em Tebas e afirmando que enquanto ela tinha quatorze crianças, sete meninos e sete meninas, Leto tinha apenas um de cada. Leto pediu vingança aos seus filhos, Ártemis e Apolo; Assim, Apolo matou os filhos de Níobe enquanto eles praticavam atletismo, e Ártemis atirou nas suas filhas, que morreram instantaneamente, sem um som. Apolo e Ártemis usaram veneno nas setas para matá-los, mas de acordo com algumas versões, dois filhos foram poupados, um menino e uma menina. Anfião, com a visão de seus filhos mortos, se matou. Níobe devastada com a morte dos filhos, fez Zeus ficar compadecido com sua dor e a transformou numa rocha, mas ela ainda chorava a perda dos filhos, vertendo água constantemente numa nascente. 

Chione 

Chione era uma princesa de Pokis. Ela era amada por dois deuses, Hermes e Apolo, e vangloriou-se de que ela era mais bonita do que Ártemis, porque ela fez dois deuses se apaixonar por ela ao mesmo tempo. Ártemis ficou furiosa e matou Chione com sua flecha ou a golpeou, tirando fora a língua. No entanto, algumas versões desse mito diz que Apolo e Hermes protege-la da ira de Ártemis. 

Atalanta, Eneu e as Meleagrids

Artemis salvou o bebê Atalanta de morrer depois que seu pai a abandonou. Ela enviou uma ursa para dar de mamar o bebê, que foi, então, criado por caçadores. Mas logo depois ela enviou um urso para ferir Atalanta porque as pessoas diziam que ela era uma caçadora melhor. Isto é, em algumas histórias. 

Entre outras aventuras, Atalanta participou da caçada ao javali Calydonian, que Ártemis tinha enviado para destruir Calidão porque o rei Eneu tinha esquecido de fazer os sacrifícios de colheita para ela. Na caça, Atalanta tirou o primeiro sangue do javali, e foi agraciada com a pele do animal como prêmio. Ela pendurou a pele em um bosque sagrado em Tégea como uma dedicação a Ártemis.  

Aura

Aura era a deusa grega da brisa e ar fresco, filha do titã Lelantos e Periboea. Ela era uma caçadora virgem, assim como Ártemis e orgulhosa de sua virgindade. Um dia, ela afirmou que o corpo de Ártemis era muito feminino e que ela duvidava de sua virgindade. Ártemis pediu a Nêmesis ajuda para vingar a sua dignidade e causou a violação de Aura por Dionísio. Aura tornou-se uma assassina louca e perigosa. Quando ela deu à luz a filhos gêmeos, ela comeu um deles, enquanto o outro, Iakhos, foi salvo por Ártemis. Iakhos mais tarde tornou-se um atendente de Deméter e líder da Mistérios de Elêusis. 

Ifigénia Sacrificada

Ártemis puniu Agamenon depois dele ter matado um veado em um bosque sagrado da deusa e se gabou de que ele era um caçador melhor do que ela. Quando a frota grega estava se preparando para ir para Tróia e participar da Guerra de Tróia, Ártemis acalmou os ventos impedindo o navio de zarpar. O vidente Calcas aconselhou Agamenon que a única maneira de apaziguar Ártemis era sacrificar sua filha Ifigénia. Ártemis, em seguida, pegou Ifigênia do altar de sacrifício e substituiu por um cervo. Vários mitos foram feitos sobre o aconteceu depois que Ártemis a levou. Ou ela foi trazida para Tauros e viveu com seus pais, ou tornou-se uma das companheiras imortais de Ártemis.

Defensora de Troia

Ártemis foi representada como uma defensora de Troia, porque seu irmão Apolo era o deus padroeiro da cidade e ela mesma foi amplamente adorada no oeste da Anatólia em tempos históricos. Na Ilíada 27 ela chegou às vias de fato com Hera, quando os aliados divinos dos gregos e troianos brigaram entre si no conflito. Hera golpeou Ártemis nas orelhas com sua própria aljava, fazendo com que as flechas da caçadora caírem. Depois Ártemis fugiu chorando para Zeus, e Leto recolheu seu arco e flechas. 

Enéias foi ajudado por Ártemis, Leto, e Apolo. Apolo o encontrou ferido por Diomedes e levantou-o para o céu. Lá, os três secretamente o curou em uma grande câmara.

domingo, 21 de agosto de 2011

Hefesto - ou Vulcano

Hefesto era conhecido como deus grego do fogo ou Vulcano (na mitologia romana) e também protetor das atividades relacionadas ao metal, era filho de Zeus e de Hera. Comenta-se que o deus do fogo teria nascido muito feio e com aparência de anão, pois tinha problemas na perna. E, por esse motivo a sua mãe Hera muito envergonhada teria jogado-o ao mar. Mas com muita generosidade foi recolhida pela deusa Tétis.  

Hefesto ao ser cuidado por Tétis durante nove anos cresceu e aprendeu a trabalhar com metal, e a fazer jóias também. Um dia sua mãe Hera viu uma de suas jóias. Gostando muito, quis saber quem as fazia, foi quando soube que era seu filho rejeitado, e o quis então de volta ao Olimpo, porém Hefesto recusou o convite de sua mãe. Mas Hera não desistiu da volta de seu filho e pediu para que Dionísio o convencesse a voltar. Dionísio só conseguiu isso após embriagá-lo com vinho e com uma mula ajudando ele a carregar Hefesto de volta ao Olimpo.

Um tempo antes de voltar para o Olimpo, Hefesto se vingou de sua mãe, construiu um lindo trono de ouro e mandou entregá-lo. Sua mãe Hera muito contente, sentou-se no trono, mas nele havia fios transparentes que seguraram Hera no trono e ninguém conseguia tirá-la, até que Hefesto soltou sua mãe e disse que voltaria ao Olimpo apenas se sua mãe lhe desse a mão da mulher mais bela.

No Olimpo Hefesto continuou suas criativas obras e mesmo com as críticas e risadas irônicas por causa de suas pernas conseguiu a atenção de todos os deuses pelo fato de sua grande sabedoria e criatividade. Foi então que Hera para reparar seus danos lhe deu a mão de Afrodite. Hefesto casou-se com Afrodite, no entanto, apesar da beleza de Afrodite ser muito grande, seu caráter não era.

Afrodite sempre manteve um caso com o deus Ares, mas Hefesto tomou conhecimento da traição e preparou uma armadilha para os dois. Hefesto saiu de casa e Afrodite se encontrou com Ares em sua residência e na cama Hefesto tinha colocado uma rede com fios transparentes, foi então que os dois deitaram e ficaram amarrados na frente de todos os deuses passando humilhação. Logo depois de sua separação casou com Caris que era deusa da graça e primavera, foi quando Hefesto teve paz. O deus Hefesto não teve nenhum filho.

sábado, 20 de agosto de 2011

Afrodite - Venus

O Nascimento de Afrodite
Afrodite é uma deusa da Mitologia Grega. É a deusa do amor, da beleza e do sexo. Corresponde a deusa Vênus da Mitologia Romana.   

Segundo a versão de Hesíodo, Afrodite nasceu de uma forma incomum. Após Cronos cortar os órgãos de Urano (seu pai) e jogá-los ao mar, formou-se em torno desses órgãos uma espuma branca que, misturando-se ao mar, como se fosse uma fecundação, que deu origem a Afrodite.

Afrodite nunca foi criança, sendo constantemente retratada nascendo já adulta, nua e bela. Nos mitos, é normalmente retratada como vaidosa, sedutora, charmosa, uma amante fervorosa que quando amava, amava incondicionalmente. No Hino Homérico de número 6 dedicado a Afrodite, Homero narra que todo lugar que a deusa pisa com seus pés delicados as flores nascem. Homero também relata uma Afrodite bastante maternal, chegando a se sacrificar pelo seu filho Eneias, entrando em combate para protege-lo. Em mitos mais tarde, ela passou a ser retratada como temperamental e facilmente ofendida, se vingando e punindo mortais como Psiquê. Embora ela seja casada, Afrodite é um das poucas deusas do panteão que é freqüentemente infiel ao marido.

Casamento Com Hefesto

De acordo com uma versão da história de Afrodite, Afrodite se casa com Hefesto depois que sua mãe, Hera, o lança do Olimpo, considerando-o muito feio e deformado para habitar com os deuses. Ele se vinga prendendo a mãe num trono mágico que construiu. Em troca de sua libertação, ele pede para ser dado a mão de Afrodite em casamento. Em outra versão da história, por causa de sua imensa beleza, Zeus teme que os outros deuses passaram a brigar um com os outros por causa dela. Para evitar isso, ele a obriga a casar-se com Hefesto, o deus ferreiro, sem senso de humor e feio. 

Hefesto fica feliz por ser casado com a deusa da beleza, e forja para ela belas joias, incluindo o cestus, um cinto de ouro que faz dela ainda mais irresistível para os homens. O descontentamento de Afrodite com seu casamento arranjado faz com que busque outras companhias masculinas, na maioria das vezes Ares.

Afrodite e Ares são
surpreendidos por Hefesto.
No conto cantado pelo bardo na sala de Alcíno, o Deus do sol Hélio uma vez espiou Ares e Afrodite amando um ao outro secretamente na sala de Hefesto, e ele prontamente informou o incidente ao cônjuge olímpico de Afrodite. Hefesto conseguiu pegar o casal em flagrante, e para tanto, ele fez uma rede especial, fina e resistente como o diamante para pegar os amantes ilícitos. No momento apropriado, esta rede foi jogada, e encurralou Ares e Afrodite em um abraço apaixonado. Mas Hefesto ainda não estava satisfeito com a sua vingança — ele convidou os deuses Olimpos e deusas para ver o casal infeliz. Alguns comentaram a beleza de Afrodite, os outros opinavam em trocar de lugar ansiosamente com Ares, mas todos zombam e riem dos dois. Uma vez que o casal foi solto, Ares, embaraçado, fugiu para a sua pátria, Trácia, e Afrodite envergonhada foge para Chipre.

O Julgamento de Páris e a Guerra de Tróia

O casamento de Peleu e Tétis, foi um grande evento e todos os deuses foram convidados, menos Éris, deusa da discórdia. Ofendida, ela lançou um pomo de ouro com a inscrição para a mais bela (kallistei), entre as deusas. Hera, Atena e Afrodite se consideraram as mais belas e disputaram a posse do pomo. 

Julgamento de Páris
Elas resolveram deixar a decisão com Zeus, que não querendo privilegiar nenhuma, deixou a decisão com Páris, filho de Príamo, príncipe de Troia. As três deusas se exibiram para Páris, mas mesmo assim ele não foi capaz de decidir e elas recorreram a subornos. No fim, Páris escolhe Afrodite, e recebe da deusa ajuda para receber sua recompensa por tê-la escolhido: o amor da mais bela das mulheres, Helena, esposa do rei de Esparta, Menelau. Páris em um ato imaturo rapta Helena, dando início à Guerra de Troia. Na guerra, Afrodite se torna um dos deuses protetores de Troia, juntamente com Ares, Apolo, Ártemis e Leto. Ela também se torna protetora de Helena, Heitor e Páris, salvando a vida deste em um duelo; Na guerra, ela também protege seu filho mortal, Eneias, e por causa disso, acaba sendo ferida em combate. Após muitos anos de guerra entre os aqueus e os troianos, Troia é vencida e destruída.

A Corrida de Hipômenes e Atalanta

Um príncipe de Onkhestos, na Beócia, chamado Hipômenes, se apaixonou por Atalanta. Ela era uma caçadora e não gostava da idéia de se casar e queria ficar virgem para ser consagrada a Artemis. Aborrecido por homens que admiravam a sua beleza enquanto ela corria pela floresta, disse que quem queria se casar com ela, teria que ganhar uma corrida a pé, mas com a condição de que aqueles perdidos, seriam punidos com a morte.

Atalanta e Hipômenes
Atalanta bateu todos os pretendentes, exceto Hipômenes que derrotou-a pela sua astúcia, e não pela velocidade. Hipômenes sabia que ele não poderia ganhar Atalanta numa corrida, e implorou ajuda a Afrodite, que como deusa do Amor, não gostava da rejeição de Atalanta ao sentimento. Então Afrodite lhe deu três maçãs de ouro sagradas do jardim das Hespérides, dizendo para Hipômenes que as deixasse cair na corrida para distrair Atalanta. Depois de largar as duas primeiras maçãs, Atalanta foi capaz de pegá-las e continuar a corrida, mas quando a terceira maça caiu, e Atalanta parou para pegar, ela não conseguiu recuperar rapidamente e Hipômenes venceu a corrida e, com isso, ganhou a mão de Atalanta.

A estátua de Pigmalião  

Pigmalião e Galatéia
Pigmaleão era um escultor e rei de Chipre que se apaixonou por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher ideal. Na verdade ele havia decidido viver em celibato na Ilha por não concordar com a atitude libertina das mulheres dali, que haviam dado fama à mesma como lugar de cortesãs.

Afrodite, apiedando-se dele e atendendo a seu pedido, não encontrando na ilha uma mulher que chegasse aos pés da que Pigmaleão esculpira, em beleza e pudor, transformou a estátua numa mulher de carne e osso, com quem Pigmaleão casou-se e, nove meses depois, teve uma filha chamada Pafos, que deu nome à ilha.

Ira da deusa

Embora seja considerada a deusa do Amor, Afrodite não foi muito amável com seus adversários, sendo muito vingativa e impiedosa nas suas vinganças. Uma das coisas comuns que irava a deusa, foi quando ela privilegiou mortais e eles não a honraram, como Hipômenes que não teria pagado a Afrodite os devidos tributos por ela te-lo ajudado na corrida. Afrodite teria se vingado, levando Hipômenes a ter relações sexuais com Atalanta no templo de Reia, fazendo com que essa deusa transformasse a dupla em leões. 

Outro caso famoso e de Menelau, príncipe de Micenas e mais tarde rei da Lacedemónia, que como uma centena de outros pretendentes pediu a mão de Helena em casamento. Ele prometeu sacrificar a Afrodite cem cabeças de gado se ele ganhar o concurso, mas após o casamento não honrou sua promessa. A deusa teria se vingado fazendo Helena se apaixonar por Páris e fugir com ele para Troia. 

Outra causa para suas vinganças são retaliações pessoais: Para punir o deus Sol, Hélio, por ter advertido Hefesto do seu adultério com Ares, ela o fez se apaixonar por Leucoteia, uma princesa persa, e sem querer provocar sua morte. Castigou da mesma maneira, a musa Clio, que havia criticado o seu amor por Adônis, fazendo-a apaixonar-se pelo mortal Pieros.

Narciso e Eco

Como deusa do Amor, foi justiceira dos românticos e odiava quando alguém rejeitava o amor. Um caso famoso é o de Narciso, um belo jovem de Fócida, que era bastante orgulhoso e insensível. Narciso menosprezava todas as jovens que se apaixonavam por ele, incluindo uma ninfa chamada Eco. Afrodite o puniu por sua arrogância, fazendo-o se apaixonar pelo seu próprio reflexo. O rapaz acabou morrendo olhando para o seu reflexo no lago e foi transformado pela deusa em uma flor, narciso.

A morte de Hipólito - Amigo de Ártemis

Hipólito, foi um que ganhou a ira de Afrodite por rejeitar o amor. Filho de Teseu e de Hipólita a Rainha das Amazonas, cultuava Ártemis a quem dedicou sua vida e fez voto de celibato. Hipólito recusou-se a honrar ou fazer ritos a Afrodite, por ela ser a deusa do amor e ele desprezava o sentimento. Afrodite, com raiva, fez Fedra, segunda esposa de Teseu, apaixonar-se por seu enteado. Fedra tentou resistir à paixão, lutou contra seu desejo ilícito e ficou doente. Finalmente, uma criada descobriu a causa de sua miséria, e falou a Hipólito em favor dela. Ele, ficou tão insultado e horrorizado diante da sugestão de ter um romance com sua madrasta que irrompeu num discurso longo e alto, que ela pode ouvi-lo. Rejeitada e humilhada, Fedra suicidou-se deixando uma mensagem a Teseu que acusa falsamente Hipólito de violentá-la. Teseu expulsa o rapaz e invoca a punição de Poseidon que provoca um acidente com a carruagem de Hipólito. O jovem conduzia seu carro junto ao mar quando, assustado por um monstro marinho, seus cavalos precipitaram-se pelas rochas causando-lhe a morte. Enquanto Hipólito morre, ouve-se a voz de Ártemis, que revela a verdade a Teseu.  

Segundo Pseudo-Apolodoro, Ártemis matou Adônis por vingança. Nos mitos mais tarde, Adônis tinha sido relacionado como um dos favoritos de Afrodite, que foi responsável pela morte de Hipólito, que tinha sido um favorito de Ártemis. Portanto, Ártemis matou Adônis para vingar a morte de Hipólito.

Perseguição a Psiquê 

Afrodite, Psiquê e Cupido.
Psiquê é a mais famosa de um ciclo de três personagens da mitologia que ganharam o ódio de Afrodite por serem vangloriados como mais bonitos do quer ela. Psiquê foi uma princesa mortal cuja beleza estonteante fez os homens abandonarem a adoração a Afrodite para ficar admirando sua beleza, irritando á deusa que não aceitava que uma simples mortal merecesse mais adoração do quer ela. 

Afrodite ordenou a seu filho Eros que fizesse Psiquê se apaixonar por um monstro, mas o próprio deus se apaixonou por ela e a levou para morar com ele num palácio em segredo. No entanto Eros escondeu sua verdadeira identidade, e ordenou-lhe para nunca mais olhar para o rosto dele. Psiquê acabou sendo enganada por suas irmãs invejosas e viu o rosto do deus enquanto este dormia, e ele a abandonou. Em seu desespero, ela procurou ajuda em todo o mundo por seu amor perdido, e acabou parando no Templo de Afrodite. A deusa, vendo que foi enganada pelo filho, ordenou que Psiquê realizasse uma série de trabalhos difíceis, que culminaram em uma viagem ao submundo. No final, Afrodite aceita Psiquê como nora, quando Eros clama ajuda a Zeus que transforma a garota em imortal. Psiquê e Eros se casam em uma cerimônia com a presença dos deuses.

Os outros dois casos de mortais que tiveram sua beleza vangloriada e irritando Afrodite, foi Akhilleus, um filho de Zeus e Lamia, um menino de extraordinária beleza que desafiou Afrodite para um concurso de beleza. A deusa foi ofendida por sua arrogância e transformou-o em um peixe feio. Kenkhreis, a rainha de Chipre que se gabava que sua filha Mirra era mais bonita que Afrodite, acabou recebendo o ódio da deusa, que deu origem ao mito de Adônis.

Afrodite e Seu Amor por Adônis

Afrodite e Adônis
Afrodite era para Adônis amante e uma mãe de aluguel. Cíniras, o rei de Chipre, teve uma filha muito bela chamada Mirra. A mãe de Mirra, Kenkhreis, vivia se gabando que sua filha era mais bonita que Afrodite. Então, Mirra é punida por Afrodite que a faz desejar o próprio pai. Mirra passa a rejeitar seus pretendentes por causa da sua paixão incestuosa pelo pai. Ela confessa sua paixão para sua criada, que fala para Cíniras que uma jovem prostituta deseja se deitar com ele, mas secretamente. Mirra se disfarça de prostituta e secretamente dorme com o pai durante a noite.

Posteriormente, Mirra fica grávida e é descoberta por Cíniras. Num acesso de raiva, ele persegue-a para fora da casa com uma faca. Mirra foge dele, orando aos deuses por misericórdia enquanto corre. Os deuses ouvem sua súplica, ea  transforma em uma árvore de mirra para que seu pai não possa matá-la (Em outra versão do mito, Afrodite se sentido culpada pelo sofrimento de Mirra a transforma na árvore). Eventualmente, Cíniras tira a própria vida na tentativa de restaurar a honra da família.

Mirra dá à luz a um menino chamado Adônis. Afrodite passa pela árvore de mirra, e vendo-o, tem pena da criança. Ela coloca Adônis em uma caixa, e o leva para o mundo inferior, para que Hades e Perséfone cuidem ele. Adônis cresce e se transforma em um jovem extraordinariamente bonito, e Afrodite acaba se apaixonado por ele. Perséfone, no entanto, não está disposta a abrir mão dele, e deseja que Adônis fique com ela no submundo. As duas deusas começar a brigar e Zeus é forçado a interferir. Ele decreta que Adônis vai passar um terço do ano com Afrodite, um terço do ano com Perséfone e um terço do ano com quem ele quiser. Adônis que amava Afrodite, escolhe passar o resto do ano com ela.

Adônis começa seu ano na Terra com Afrodite. Uma de suas maiores paixões é a caça, e apesar de Afrodite não ser, naturalmente, uma caçadora, ela pratica o esporte apenas para que possar ficar com ele. Eles passam dia e noite juntos, e Afrodite está encantada com o jovem. No entanto, ela acaba negligenciado seus deveres como deusa, e para reparar-los é obrigada a deixar Adônis por um curto período de tempo. Antes de sair, ela dá a Adônis um aviso: não ataque um animal que não demonstre medo. Adônis concorda com o seu conselho, mas, por duvidar de sua habilidade como caçadora, rapidamente esquece seu aviso.

Não muito tempo depois que Afrodite saiu, Adônis se depara com um enorme javali, muito maior do que qualquer outro que ele já viu. Em alguns mitos este javali é o deus Ares, um dos amantes de Afrodite que estava com ciúmes do amor desta com Adônis. Embora javalis sejam perigosos quando provocados, Adônis ignora o aviso de Afrodite e persegue a criatura gigante. Logo, porém, Adônis é o que está sendo perseguido; ele não é páreo para o javali gigante. 

No ataque, Adônis é castrado pelo javali, e morre de perda de sangue. Afrodite é avisada, em algumas versões, pelo Ventos ou pelas ninfas e corre de volta para Adônis, mas é muito tarde para salvá-lo e ela só pode lamentar sobre seu corpo. Onde o sangue de Adônis caiu, Afrodite faz crescer anêmonas em sua memória. Ela jura que no aniversário de sua morte, a cada ano, haverá um festival realizado em sua homenagem.

Em sua morte, Adônis volta ao submundo, e Perséfone tem o prazer de vê-lo novamente. Eventualmente, Afrodite percebe que ele está lá, e corre de volta para recuperá-lo. Mais uma vez, ela e Perséfone discutem sobre quem deve ficar com Adônis e Zeus intervém. Desta vez, ele diz que Adônis deve passar seis meses com Afrodite e seis meses com Perséfone, a forma como ele deveria ter sido em primeiro lugar.

Consortes e Filhos

Os mitos mais importantes da deusa, como Ares e Adônis, giram em torno do amor que era o atributo principal de Afrodite. O seu primeiro amor teria sido Nerites, um jovem deus do oceano que ela amou ainda quando vivia no mar. Quando Afrodite saiu do oceano e foi viver no Olimpo, ela voltou ao mar para buscar Nerites para ele viver com ela. Entretanto, o deus se recusou a ir com Afrodite; Ela com raiva e traída, transformou Nerites em um tubarão feio.   

Zeus, teria tentando seduzir Afrodite assim quando ela saiu do mar em Chipre. Porém, esta, assustada com os avanços do deus, saiu correndo. Mais tarde, ela teria se entregado a Zeus de livre e espontânea vontade, ganhando o ódio eterno de Hera, esposa de Zeus. Esta, quando soube que Afrodite estava grávida de Zeus, maldosamente colocou a mão na barriga de Afrodite, fazendo o seu filho nascer deformado. Essa criança viria ser o deus Priapo. Porém, outros mitos dizem que Priapo é filho de Dionísio ou de Adônis. 

Outros amores divinos incluem Hefesto, Dionísio, que ela teve um curto caso por eles "terem tudo em comum" e com ele o filho Iakkhos. Hermes, com quem teve Hermafrodito, e Poseidon, que ela ficou encantada e agradecida com o deus, por ele ter convencido Hefesto a soltar Ares e ela, quando este pegou os dois juntos. Com Poseidon teve Rhode e Herophile. 

Seu principal consorte e romance mais longo foi Ares, sendo desde Ilíada retratada como companheira dele. Tiveram sete filhos: Phobos, Deimos, Harmonia, Os Erotes: Eros, Anteros, Himeros e Photos. Embora a maioria dos mitos retratem Afrodite gerando Eros sozinha.

Entre seus amores mortais, o mais famoso foi Adônis que era tido como seu grande amor e teve com ele Beroe, que deu nome a capital do Líbano. Anquises, príncipe de Troia, foi outro amor famoso, e algumas versões do mito dizem que Afrodite se apaixonou por Anquises como punição de Zeus por ela ter feito os deuses se apaixonarem por mulheres mortais. Com Anquises teve Eneias e Lyros, e logo depois do nascimento dos filhos, sua paixão por Anquises sumiu, embora continuasse a proteger ele e os filhos.