sábado, 3 de agosto de 2013

II Guerra Mundial - Holocausto

Como todos os construtores de impérios, os alemães exploraram a mão de obra barata dos inimigos conquistados. Por volta de 1944, 8 milhões de estrangeiros, a maioria civis, haviam sido levados para a Alemanha para o trabalho escravo. Outros 2 milhões trabalhavam sob a supervisão alemã em territórios conquistados. Exerciam tarefas de fazendeiros, trabalhadores nas fábricas e empregados domésticos. Os trabalhadores supriam um quarto da mão de obra na indústria química, e um terço na de armamentos.

Entretanto, Hitler tinha planos maiores para o Terceiro Reich. Para purificar seu novo império europeu, ele classificou quem não se enquadrava na sociedade convencional como sub-humano, e programou o seu extermínio. Homossexuais, testemunhas de Jeová, maçons e doentes mentais foram aprisionados, mortos por gás, fuzilados e castrados às dezenas de milhares.

Judeus no Topo da Lista

Os judeus estavam no topo da lista dos alvos de Hitler. Além da tradicional desconfiança europeia em relação àquela etnia, com sua religião diferente, e a suspeita paranoica de que eles controlavam a sociedade com seus bancos e impérios jornalísticos, os nazistas acrescentaram um pseudocientífico medo da poluição genética por parte dos judeus que viviam entre eles. Ao assumir o controle da Alemanha, Hitler restringiu a liberdade dos judeus. Foram sendo proibidos de exercer uma profissão após outra, e banidos da companhia de gente decente. Na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, batizada de Kristallnacht, ou "Noite dos Cristais", multidões saíram às ruas para espancar judeus e saquear seus bens. Quando a guerra começou, dois terços de judeus na Alemanha e na Áustria já haviam visto para onde a história se encaminhava e fugido para outros países.

Entretanto a conquista da Europa trouxe milhões mais de judeus sob o controle de Hitler. Não apenas mais judeus do que ele podia simplesmente expulsar, mas também estava sendo provado que eles eram em maior número do que se podia massacrar com facilidade. Em janeiro de 1942, grande parte da classe gerencial nazista se reuniu numa villa em Wannsee, nos arredores de Berlim, para planejar a Solução Final para o problema judeu.

Onde conquistavam um novo território, os alemães imediatamente registravam todos os judeus. Alguns eram fuzilados no ato, mas a maioria foi reunida em guetos locais. Guetos menores foram depois eliminados ou consolidados em guetos maiores, e o maior de todos na Europa foi o gueto de Varsóvia. Separados por um muro do restante da cidade, os judeus podiam sair de lá para trabalhar, mas, a não ser por isso, eram mantidos em quarentena. As doenças e a desnutrição reduziram drasticamente a população, mas mesmo isso não era bastante rápido, de modo que os alemães começaram a despachá-los para os campos de concentração para serem usados como mão de obra escrava.

Os nazistas perceberam que simplesmente fuzilar os judeus era ineficaz. Imobilizava tropas e caminhões, e era um desperdício de munição. Uma rajada de metralhadoras sobre uma linha de judeus deixava inúmeros feridos que precisavam ser mortos com tiros de pistola na cabeça. O enterro dos corpos acrescentava mais trabalho ao processo, e o barulho alertava a vizinhança para o que estava acontecendo.

 Zyclon-B - Gás de Cianeto

O gás de cianeto foi a resposta. Levou algum tempo para que os nazistas aplainassem as dificuldades, mas por fim surgiu a solução nos campos de morte espalhados pela Polônia. Com histórias mentirosas sobre reassentamento no leste, os judeus eram reunidos nas estações de trem junto aos guetos, e despachados em vagões de carga. Chegando aos campos de morte, eles eram rapidamente separados por idade, sexo e potencial para servir de mão de obra.

Judeus que não eram necessários para o trabalho forçado eram aliviados de seus pertences e enviados para o chuveiro. No lugar de água, cristais de Zyklon-B, o nome comercial do cianeto de hidrogênio, eram deixados cair de aberturas no telhado, vaporizando-se em gás venenoso. Depois de uns frenéticos minutos de gritar e se debater, as vítimas silenciavam. O gás era extraído da câmara, e os cadáveres, levados para fornos crematórios de alta capacidade.

Os Campos de Concentração

De meados de 1942 a meados de 1943, em pouco mais de um ano, 600 mil pessoas foram mortas no campo de Belzec, que era apenas o terceiro, em capacidade. O maior dos campos, o de Auschwitz, ficou aberto por três anos, durante os quais 1,1 milhão de pessoas foram mortas. Num único ano em que o campo de Treblinka esteve em operação, 800 mil judeus foram executados. Um terço de milhão foi morto em Chelmno e um quarto de milhão em Sobibor. O sistema era tão eficiente que Treblinka operava com menos de 150 guardas e auxiliares, suplementados por mão de obra prisioneira que podia ser liquidada depois de realizada a tarefa. Ao término de 1943, a maioria dos judeus sob controle alemão estava morta, e todos os campos de morte, com exceção de Auschwitz, foram fechados.

Alguns países aliados dos alemães, como a Croácia e a Romênia, se sentiram bem à vontade para cooperar com a Solução Final, e estabeleceram seus próprios campos de concentração, enquanto outros, como a Bulgária, Finlândia, Hungria e Itália, tentaram ficar fora do processo. Não obstante, a maioria dos países do Eixo registrou os judeus nativos, limitaram sua participação na vida pública e prazerosamente deportaram judeus estrangeiros de volta para seus países sob o controle de Hitler. Para os judeus-italianos e húngaros, a relutância de seus governos em assassiná-los foi apenas uma suspensão temporária da pena. Quando a maré da guerra se voltou contra a Alemanha, aqueles dois países tentaram cair fora do Eixo, mas as tropas alemãs avançaram rapidamente e depuseram os governos periclitantes. Centenas de milhares de judeus locais foram então arrebanhados, despachados e mortos nas câmaras de gás com espantosa eficiência.

O povo Roma, ou cigano, foi outra minoria desenraizada a ser vilipendiada e visada pelos nazistas. Há muito caluniados como ladrões e dados à feitiçaria, os ciganos foram caçados e exterminados, tanto quanto os judeus. A estimativa mais comum é que 250 mil cigano tenham morrido, mas ninguém sabe realmente ao certo. Pode ter sido mais do que 1 milhão.

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