A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que organizaram-se em duas alianças opostas: os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios Centrais (originalmente Tríplice Aliança entre Império Alemão, Áustria-Hungria e Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva contra o acordo, a Itália não entrou em guerra). Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se em mais nações que entraram na guerra.
Disputa por Fronteiras
Disputa por Fronteiras
Por anos, fronteiras disputadas vinham dividindo as nações por toda a Europa. A Alemanha e a França discutiam sobre a posse da Alsácia-Lorena. Tanto a Áustria quanto a Sérvia se achavam com direito à Bósnia; Itália e Áustria faziam o mesmo quanto ao Tirol, assim como a Bulgária e a Grécia sobre a Trácia, e a Alemanha e a Dinamarca sobre Schleswig-Holstein. Na Europa, as fronteiras étnicas estavam tão intricadas que toda nação tinha pequenos enclaves estrangeiros que prefeririam pertencer a um país vizinho. Tudo isso parece terrivelmente complicado, mas criava uma política exterior bem simples; seu vizinho era seu inimigo, o vizinho de seu vizinho era o inimigo de seu vizinho, e, portanto, seu amigo.
Na escala maior, as nações também competiam pelo domínio da chamada “ordem de bicagem”. Derrotando a França em 1871, a Alemanha tornara-se o chefe da matilha na Europa, e os alemães haviam recentemente deslanchado um maciço programa de construção de navios, para desafiar o domínio da Inglaterra nos mares. A Áustria e a Rússia competiam para substituir o poder decrescente da Turquia como senhora dos Bálcãs. Para estimular essas rivalidades, cada nação buscava aliados para apoiá-la em tempo de crise. A França, por exemplo, precisava de alguém do outro lado da Alemanha, para fazer com que os alemães pensassem duas vezes antes de invadi-la de novo. Os franceses podiam se aliar ou à Rússia ou à Áustria, não importa, mas, qualquer uma que ela escolhesse, a outra se ligaria à Alemanha, por princípio.
Depois de uma geração de mudanças, implicâncias e tomadas de posição, a Europa se dividira em dois blocos de poder: a Tríplice Aliança, com a Alemanha, Áustria e Itália, versus a Tríplice Entende, com a França, Grã-Bretanha e a Rússia. (A Itália, ou melhor, os homens que tomavam decisões pela Itália, decidiram que seu país não precisava realmente se envolver na disputa inicial, de modo que ignoraram as declarações de guerra iniciais, a despeito das obrigações do país em ajudar a Alemanha e a Áustria.
A Centelha
Gavrilo Princip criou o século XX no dia 28 de junho de 1914. Quase toda tendência política que se desdobrou pelo planeta durante as oito décadas seguintes pode ser rastreada até o dia em que esse terrorista sérvio assassinou o herdeiro dos Hasburgo ao trono austro-húngaro, na capital provincial da Bósnia-Herzegovina. Depois de ser preso pela polícia, os interrogadores austríacos souberam que o assassinato fora planejado em Belgrado. Eles enviaram um ultimato à Sérvia: deixei que sigamos nossas pistas, ou então...
A Sérvia recusou e o Império Austo-Húngaro declarou guerra àquele país. A Rússia não podia deixar a Áustria destruir aquela nação eslávica, ortodoxa oriental, e ganhar outro quinhão nos Bálcãs, de modo que os russos declararam guerra à Áustria. A Alemanha não podia deixar que uma nação aparentada com ela e que compartilhava sua mais longa fronteira fosse esmagada pela Rússia, de modo que os alemães entraram também na briga.
Em seguida, os alemães exigiram uma garantia da França de que este país não invadiria a Alemanha, enquanto a Alemanha estivesse ocupada invadindo a Rússia. Queria até mesmo que a França permitisse que as tropas alemãs ocupassem as fortificações-chave francesa na fronteira, de modo que a França não pudesse lhes trazer nenhum problema. A França, é claro, recusou, então a Alemanha declarou guerra a ela também.
Alemanha Versus... França ou Rússia?
Há muito os alemães tinham percebido que a aliança entre a França e a Rússia os colocaria num torno, de modo que o estado-maior geral alemão já elaborara um plano com todos os detalhes, e que ficara arquivado esperando a ocasião de ser posto em prática. Defrontados com uma guerra em duas frentes, os alemães precisavam pôr a nocaute um desses inimigos, de maneira rápida e decisiva.
Mas qual? A Rússia era grande demais e extensa demais para uma invasão relâmpago, o que tornava a França um alvo mais tentador. Sua capital estava mais perto, pois a distância entre a fronteira alemã e São Petersburgo era duas vezes a distância entre a Alemanha e Paris. Além disso, os exércitos franceses seriam mobilizados muito mais cedo, de modo que a Alemanha precisava agir rápido. Felizmente o grande e lerdo Império Russo levaria algum tempo para se mobilizar, permitindo que a Alemanha fosse para cima da França primeiro. Infelizmente a fronteira da Alemanha com a França era curta, e os alemães nunca encontrariam uma brecha para avançar. Teriam de desbordar as defesas francesas. Isso significava passar pela neutra Bélgica, o que quase certamente enraiveceria os ingleses, mas, se tudo corresse bem, Paris seria conquistada antes que os ingleses conseguissem se mobilizar e cruzar o Canal da Mancha.
Avançando Através da Bélgica
Os alemães avançaram rapidamente através da Bélgica. Para assegurar velocidade às suas tropas, eles eliminaram sem piedade todo foco de resistência que descobriam entre a população belga. Tendo penetrado fundo na Bélgica, o exército alemão virou para a esquerda e entrou avassaladoramente na França, ao longo de uma frente ampla, mas então descobriu que as armas modernas favoreciam a defesa, ainda mais do que os planejadores pré-guerra haviam suspeitado. Metralhadoras abatiam sem piedade os atacantes, e daí essa fase da abertura das campanhas ficou lembrada na história da Alemanha como Kindermord, isto é, o "Massacre dos Inocentes". O exército alemão precisava preencher toda posição cada vez com mais soldados, apenas para compensar os soldados que eram trucidados quando carregavam contra as posições inimigas em campo aberto. Isso significava que os alemães tinham de compactar e encurtar suas linhas ofensivas.
Os franceses estavam descobrindo o lado agradável da contenda. Como as metralhadoras eram tão eficientes em empilhar cadáveres alemães, as linhas defensivas podiam ser esticadas, fincando mais finas e compridas. Quando os elementos da vanguarda alemã atingiram o rio Marne, a pouca distância de Paris, os franceses ká os haviam flanqueado e um contra-ataque os fez parar.
Enquanto as principais forças dos dois exércitos cavavam trincheiras fora de Paris, os flancos avançaram, procurando contornar os flancos do inimigo, ao mesmo tempo que evitavam que isso acontecesse com eles. Essa corrida para o mar terminou quando não havia mais flanco para ser desbordado.
Em seguida, os alemães exigiram uma garantia da França de que este país não invadiria a Alemanha, enquanto a Alemanha estivesse ocupada invadindo a Rússia. Queria até mesmo que a França permitisse que as tropas alemãs ocupassem as fortificações-chave francesa na fronteira, de modo que a França não pudesse lhes trazer nenhum problema. A França, é claro, recusou, então a Alemanha declarou guerra a ela também.
Alemanha Versus... França ou Rússia?
Há muito os alemães tinham percebido que a aliança entre a França e a Rússia os colocaria num torno, de modo que o estado-maior geral alemão já elaborara um plano com todos os detalhes, e que ficara arquivado esperando a ocasião de ser posto em prática. Defrontados com uma guerra em duas frentes, os alemães precisavam pôr a nocaute um desses inimigos, de maneira rápida e decisiva.
Mas qual? A Rússia era grande demais e extensa demais para uma invasão relâmpago, o que tornava a França um alvo mais tentador. Sua capital estava mais perto, pois a distância entre a fronteira alemã e São Petersburgo era duas vezes a distância entre a Alemanha e Paris. Além disso, os exércitos franceses seriam mobilizados muito mais cedo, de modo que a Alemanha precisava agir rápido. Felizmente o grande e lerdo Império Russo levaria algum tempo para se mobilizar, permitindo que a Alemanha fosse para cima da França primeiro. Infelizmente a fronteira da Alemanha com a França era curta, e os alemães nunca encontrariam uma brecha para avançar. Teriam de desbordar as defesas francesas. Isso significava passar pela neutra Bélgica, o que quase certamente enraiveceria os ingleses, mas, se tudo corresse bem, Paris seria conquistada antes que os ingleses conseguissem se mobilizar e cruzar o Canal da Mancha.
Avançando Através da Bélgica
Os alemães avançaram rapidamente através da Bélgica. Para assegurar velocidade às suas tropas, eles eliminaram sem piedade todo foco de resistência que descobriam entre a população belga. Tendo penetrado fundo na Bélgica, o exército alemão virou para a esquerda e entrou avassaladoramente na França, ao longo de uma frente ampla, mas então descobriu que as armas modernas favoreciam a defesa, ainda mais do que os planejadores pré-guerra haviam suspeitado. Metralhadoras abatiam sem piedade os atacantes, e daí essa fase da abertura das campanhas ficou lembrada na história da Alemanha como Kindermord, isto é, o "Massacre dos Inocentes". O exército alemão precisava preencher toda posição cada vez com mais soldados, apenas para compensar os soldados que eram trucidados quando carregavam contra as posições inimigas em campo aberto. Isso significava que os alemães tinham de compactar e encurtar suas linhas ofensivas.
Os franceses estavam descobrindo o lado agradável da contenda. Como as metralhadoras eram tão eficientes em empilhar cadáveres alemães, as linhas defensivas podiam ser esticadas, fincando mais finas e compridas. Quando os elementos da vanguarda alemã atingiram o rio Marne, a pouca distância de Paris, os franceses ká os haviam flanqueado e um contra-ataque os fez parar.
Enquanto as principais forças dos dois exércitos cavavam trincheiras fora de Paris, os flancos avançaram, procurando contornar os flancos do inimigo, ao mesmo tempo que evitavam que isso acontecesse com eles. Essa corrida para o mar terminou quando não havia mais flanco para ser desbordado.
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