segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Guerra Civil Russa - Prelúdio

A guerra civil russa foi um conflito armado que eclodiu em abril de 1918 e terminou em 1921. Durante este período, exércitos e milícias de diversos matizes políticos se enfrentaram com o objetivo de implantar o seu próprio sistema. As partes em conflito incluiram ex-generais czaristas, republicanos liberais (os Cadetes), o Exército Vermelho (bolchevique), milícias anarquistas (o Exército Insurgente Makhnovista) e tropas de ocupação estrangeiras. O Exército Vermelho foi o único vencedor do conflito, após o qual foi criado o Estado Soviético, sob liderança dos bolcheviques

A Queda da Dinastia Romanov

A Primeira Gerra Mundial foi uma confusão tão monumental para todo mundo que se envolveu nela que muitos participantes saíram do conflito com seus governos tão fragmentados a ponto de não poderem se reerguer. O primeiro grande país a desmoronar sob a violenta tensão foi a Rússia. A escassez de alimentos e as greves desintegraram a vida urbana. Falhas no suprimento e uma estratégia estúpida despedaçaram o exército. Conforme continuavam os anos de contínua carnificina, milhares de soldados russos simplesmente desistiram da luta e voltaram para casa, carregando suas armas para o caso de alguém tentar detê-los. 

A Revolução de Fevereiro, que realmente ocorreu em março de 1917, começou quando protestos na capital, Petrogrado, se tornaram violentos. Os soldados enviados para acabar com a greve, em vez de cumprir ordens, se juntaram ao movimento.

O Czar Nicolau estava num trem, viajando velozmente para Petrogrado, a fim de impor sua autoridade, quando ficou óbvio que os acontecimentos o haviam atropelado. Ainda fora da cidade, ele abdicou formalmente. A coroa foi oferecida a parentes, mas ninguém mais da família Romanov quis herdar aquele ninho de vespas em que a Rússia se transformara. No momento o Parlamento ficou no comando, embora o grupo de trabalhadores locais, os Soviete de Petrogrado, controlasse a maioria dos trabalhadores, tornando-se a facção mais vociferante da capital. 

Lênin e os Bolcheviques


Lênin
Em 1903, um cisma dividira os socialistas russos entre uma minoria moderada e uma maioria radical. Os radicais são, daí em diante, conhecidos para a história como bolcheviques, da palavra russa para "maioria", enquanto os moderados ficaram conhecidos como mencheviques, da palavra "minoria".

O líder dos bolcheviques era um intelectual veemente, destituído de humor, amante do trabalho, que nascera com o nome de Vladimir Ulanov, mas que há muito tinha o apelido de Lênin. Exilado da Rússia por atividades revolucionárias, ele vinha, há muitos anos, pulando de país em pais na Europa ocidental. Ao irromper a Primeira Guerra Mundial, os partidos socialistas por toda a Europa haviam se alinhado com diversos governos nacionais em apoio à guerra, em vez de se unirem independentemente das fronteiras nacionais para forçar um fim àquela loucura. Lênin criticou-os acerbamente por seu patriotismo vacilante, e logo tornou-se figura indispensável por todo o continente, até que encontrou um refúgio seguro na neutra Suíça.

Depois da Revolução de Fevereiro, os prisioneiros políticos e exilados do regime do czar viram-se bem recebidos em sua pátria. Os alemães permitiram que Lênin e seus seguidores atravessassem a Alemanha até o mar Báltico, de onde ele retornou a Petrogrado via a neutra Suécia. Lênin começou imediatamente a agitar o ambiente, em prol de uma agenda radical, e tirar a Rússia daquela guerra sem sentido era a primeira opção. Conforme a frente de batalha russa continuava a se deteriorar, os bolqueviques, sob a liderança de Lênin, ganhava mais seguidores e mais poder. Finalmente assumiram o controle do governo com a Revolução de Outubro, na realidade em novembro de 1917. Durante os meses que se seguiram, os bolcheviques consolidaram seu controle sobre o governo e depois deslocaram a capital para Moscou, muito mais no interior do país, a fim de evitar os exércitos alemães e as multidões descontroladas que punham o governo em perigo em Petrogrado. 

Em dezembro, Lênin acertou um cessar-fogo com a Alemanha e começou a negociar os termos do armistício. Finalmente, pelo tratado de Brest-Litovsk, assinado em março de 1918, a União Soviética aceitava a derrota e abria mão das províncias do Báltico, da Ucrânia e da Bielorrússia, para a ocupação alemã.

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