terça-feira, 13 de agosto de 2013

I Guerra Mundial - Part III

Depois de três miseráveis anos de guerra, as tropas francesas que se dirigiam para a batalha às vezes gemiam como carneiros quando passavam por um grupo de generais. Eles sabiam que estavam sendo enviados para o matadouro. Em maio de 1917, depois que outra destinada ofensiva matou e feriu 100 mil franceses, os soldados se recusaram a avançar. Dezenas de milhares de soldados desertaram, e metade do exército, isto é, 54 divisões recusou-se a receber quaisquer ordens posteriores vindas do alto escalão.

O motim francês foi resolvido por uma combinação de execuções e reformas. Os líderes comuns foram mandados de volta para casa durante algum tempo. Por fim, o alto-comando conseguiu restaurar a confiança do exército com ofensivas menores, que garantiram um sucesso limitado, em vez de lançar os avanços colossais, sangrentos com os quais haviam se acostumado.

Itália é Eliminada do Jogo

Durante anos a frente italiana presenciara nada mais do que uma inútil batalha após outra ao longo do rio Isonzo; foram quatro em 1915, cinco em 1916 e três em 1917. Na 12ª Batalha de Isonzo, que começou em outubro de 1917, as forças austro-germânicas finalmente conseguiram romper as linhas italianas, fazendo fugir os defensores em pânico e tomando um grande número de prisioneiros. No período de um mês, foram capturados 280 mil italianos; 350 mil desertaram. Mesmo que depois a frente se estabilizasse, os italianos perderam 96 quilômetros de seu território, e o exército italiano não representou mais nada no restante da guerra.

Rússia Também em Apuros

Entretanto a situação na Rússia era pior. Os russos já haviam perdido 1 milhão de soldados travando batalha após batalha, sempre derrotados, e haviam mandado de volta para a retaguarda muito mais feridos. As finanças do governo estavam arrasadas e o alimento não chegava às cidades. Uma série de motins e rebeliões derrubou o czar em março de 1917, e a nação desmoronou numa selvagem guerra civil. As tropas alemãs ocuparam grandes parcelas de país e começaram a despachar alimentos e suprimentos para a Alemanha.

Com a queda da Rússia, os alemães levaram suas divisões de combate para o oeste, aumentando seus efetivos o bastante para retomar a ofensiva, com o uso de táticas de infiltração recentemente desenvolvidas. Vagarosa, sangrenta, mas eficientemente, uma renovada ofensiva alemã empurrou as linhas aliadas na direção de Paris. Conforme decorriam as semanas, entretanto, os Aliados aprenderam a se defender das táticas inimigas, e a ofensiva alemã fracassou no momento em que tropas frescas dos Estados Unidos lançavam um contra-ataque

Estados Unidos Entra na Guerra

Durante anos os Estados Unidos vinham tentando se manter ao largo da insanidade europeia. Laços econômicos ligavam os Estados Unidos a ambos os lados. A ancestralidade histórica geral aproximava o país da Grã-Bretanha, mas um substancial fluxo de imigração alemã e irlandesa, de antes da guerra, fez diminuir aquele sentimento; entretanto, os repetidos ataques alemães contra navios mercantes civis enfureceram a opinião pública americana. 

Felizmente para a Alemanha, a guerra na Europa não era a única sendo travada no momento. A revolução Mexicana estava em plena efervescência, e as tropas americanas haviam acabado de voltar para casa depois de caçarem Pancho Villa até bem no interior do México. Os alemães ofereceram uma aliança secreta com o governo mexicano, esperando manter os americanos ocupados em seu próprio hemisfério, mas, quando a oferta veio a público, os americanos, enraivecidos, declararam guerra à Alemanha, em abril de 1917. 

Os americanos levaram quase um ano para mobilizar todo o seu potencial, não participando de uma ação bélica de importância senão em março de 1918, mas o influxo constante de 2 milhões de tropas frescas mostraram ser mais do que a Alemanha poderia aguentar. Os alemães foram recuando paulatinamente em face aos renovados ataques dos Aliados. Com as linhas alemãs empurradas inexoravelmente para trás, Berlim entrou em pânico. Assomava no horizonte a conquista da cidade. Esperar que o exército fosse totalmente destruído deixaria o país sem poder de barganha. Em outubro, o governo começou a explorar a possibilidade de um cessar-fogo. 

A Guerra dos Gigantes Termina

Enquanto os telegramas iam e vinham, os aliados dos alemães abandonavam a causa. Uma inesperada ofensiva aliada partindo da Grécia avançou avassaladoramente sobe os Balcãs. A Bulgária, a Turquia e o Império Austro-Húngaro jogaram a toalha em setembro, outubro e novembro, respectivamente. Os austríacos chegaram até mesmo a derrubar seu imperador, enquanto estavam com a mão na massa. Enquanto os alemães retardavam sua decisão, os Aliados tornaram claro que o imperador alemão tinha de abdicar antes de qualquer cessar-fogo entrasse em vigor. O kaiser Guilherme abdicou no dia 9 de novembro, e, dois dias mais tarde, cessaram os combates.

Mais ou menos. "A Guerra dos Gigantes terminou", declarou Churchill. "Começaram as brigas dos pigmeus". No rescaldo da guerra, as brasas continuavam a queimar. A Rússia estava sendo arruinada pela guerra civil. A Finlândia também tinha sua guerra interna. A Hungria e a Romênia travavam uma nova guerra, disputando por onde passaria sua fronteira comum, da mesma forma que a Rússia e a Polônia. A Grécia e a Turquia também brigavam por causa da fronteira comum, enquanto os dois regimes rivais, na Turquia, brigavam para ver se o país permanecia uma monarquia ou se tornava uma república. Em 1919, as potências beligerantes se reuniram nos tranquilos arredores de Paris para negociar os detalhes exatos dos tratados de paz, mas a paz duraria apenas o bastante para que as nações rivais produzissem uma nova geração de soldados. 

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