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Coroação de Eduardo III. |
Quando o rei da França morreu, sem deixar filhos, em 1328, seu primo-irmão, o rei Eduardo III da Inglaterra reivindicou o trono para si. Em vez de aceitar a reivindicação, a nobreza francesa escolheu um nobre fraco, que eles podiam dominar, em vez de um rei poderoso, tal como seria Eduardo da Inglaterra. É claro que ele ficou furioso.
Como as guerras e intrigas locais o deixavam ocupados, Eduardo não se lançou à guerra para fazer valer seus direitos senão depois de decorridos dez anos. Por essa época, ele já tinha uma impressionante nova arma no seu arsenal. Ele vira pela primeira vez o arco longo ao caçar faisões nas fronteiras selvagens com o País de Gales. Feito de árvore chamada teixo e da altura de um homem, o arco exigia enorme força física para ser vergado, mas com ele um arqueiro treinado poderia, com uma flecha, atravessar três centímetros de carvalho sólido, a duzentos metros de distância, e uma couraça de armadura a cem metros. Impressionado como o arco comprido matava facilmente seus melhores cavalheiros e quebrara o ímpeto de seus ataques, Eduardo fez com que esses arqueiros constituíssem uma parte integral de seu próprio exército.
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Batalha de Sluys, em 1340. |
Depois que os ingleses desembarcaram na França em 1346, os dois exércitos ficaram manobrando, um em torno do outro, no norte daquele país por diversos meses, tentando encurralar o outro no campo de batalha mais desvantajoso. O rei Eduardo percebeu que o melhor uso tático de sua força era dispor cavaleiros desmontados, soldados de infantaria e arqueiros em uma linha defensiva tipo porco espinho, eriçada de lanças, espadas e machados de batalha, e depois fazer com que os franceses atacassem.
Crecy
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Batalha de Crecy, em 26 de agosto de 1346 |
O avanço e a conquista inglesa só não foram maiores porque após a batalha de Crécy, ocorreu a chamada "Peste Negra", que dizimou praticamente um terço da população europeia. A peste foi responsável por interromper a guerra.
Calais
Cerco de Calais, em 1346. |
O Príncipe Negro e a Batalha de Poitiers
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Eduardo III e o Príncipe Nego. |
Com o norte sob controle, a guerra se moveu para o sul. Em 1356, o filho do rei, Eduardo, o Príncipe, saiu saqueando o país a partir da Equitânia, região francesa controlada pelos ingleses na costa oeste. Chefiando seu exército, ele atravessou 420 quilômetros do centro da França, queimando cidades e castelos, a fim de provocar o rei francês, desafiando-o para a batalha. Quando chegaram ao rio Loire, entretanto, os ingleses descobriram que os franceses haviam destruído as pontes, ficando os ingleses sem recursos, a 250 quilômetros do Canal da Mancha. Os invasores fizeram meia volta para retornar a seu país, mas o exército francês os alcançou em efetivo na proporção de cinco para um.
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Batalha de Poitiers. |
Entre os cativos da Batalha de Poitiers estavam o rei João da França e seu filho, os quais foram levados para a Inglaterra. O Príncipe Negro os levou em uma parada real, onde foram ovacionados pela população. Apenas pelo fato de os depois países estarem em guerra, não havia razão para ser mal educado com um hóspede. As negociações para a soltura dos reféns não foram adiante, e o rei francês morreu ainda como prisioneiro, em Londres, em 1364.
Depois de negociada uma trégua em 1360, o exército inglês deveria levantar acampamento e voltar para casa, mas um grande número de mercenários subitamente desempregados não tinha um lar aconchegante para onde voltar. Eles haviam gostado de viver às custas dos franceses conquistados e recusaram-se a desistir. Em vez disso, ficaram na França e percorreram o interior com exércitos predatórios, saqueando, estuprando e extorquindo a população.
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