domingo, 4 de agosto de 2013

II Guerra Mundial - Aliados versus Eixo

Depois que ficaram inteiramente escorraçados da Europa continental, os ingleses não tinham um meio fácil de manter um papel ativo na guerra, e foram forçados a ficar na defensiva. Hitler tentou quebrar a teimosia britânica com um bloqueio submarino e incansáveis reides aéreos. Na Batalha da Grã-Bretanha, a a aviação alemã tacou a Inglaterra diretamente por diversos meses, em 1940, chegando a matar 60 mil civis sem ganhar o controle inconteste do céu ou mudar o equilíbrio militar, de qualquer modo que fosse. Os submarinos alemães patrulhavam as rotas marítimas em torno da ilha para evitar que chegassem suprimentos vitais àquela. Como acontecera na Primeira Guerra Mundial, o bloqueio alemão causou uma fricção com os teoricamente neutros americanos, levando a uma guerra aberta, mas não declarada, entre as duas potencias. 

Declarando Guerra Contra os Estados Unidos

Finalmente em dezembro de 1941, poucos dias depois de Pearl Harbor, Hitler declarou guerra formalmente aos Estados Unidos. Por fim, os especialistas britânicos conseguiram desvendar os códigos alemães, permitindo que os submarinos fossem detectados, e a partir daí a força aérea britânica e americana, baseadas nas ilhas do Atlântico Norte, começaram a fornecer uma cobertura eficaz para os comboios ao longo de grande parte das viagens.

Durante uns poucos anos, os britânicos puderam apenas fazer operações tímidas nas bordas da Europa fascista. Bloquearam facilmente as tentativas italianas de se apoderar do Egito e da Grécia, mas as forças alemãs chegaram para reforçar os italianos e fazer os britânicos recuarem de novo. Na Grécia, a coisa terminou a favor do Eixo, mas no Egito, a defesa britânica finalmente se firmou e fez estancar a ofensiva inimiga. Depois começaram os contra-ataques. Por fim, os americanos e britânicos limparam o norte da África e atacaram o território italiano. Isso tirou os italianos da guerra, mas as forças alemãs cavaram trincheiras no meio da península e se mostraram difíceis de desalojar.

Japão Conquista a Birmânia

Nesse ínterim, a fim de cortara rota de suprimentos entre as forças nacionalistas na China e o mundo exterior, os japoneses conquistaram a Birmânia, mas logo descobriram que as linhas de transportes por terra naquela parte do mundo correm inutilmente do norte para o sul, do interior para o litoral, enquanto as rotas marítimas correm perigosamente em torno da península malaia, onde espreitavam os submarinos Aliados. Com seu exército agora abrindo caminho para o oeste, na direção da Índia, os japoneses precisavam ligar seu palco de operações na Tailândia diretamente com a frente birmanesa. Eles recrutaram mão de obra nativa para construir uma ferrovia através do país, passando por cima de montanhas e atravessando vales de rios profundos, contra o sentido geológico natural da região. Cinquenta a cem mil civis birmaneses e 16 mil prisioneiros de guerra Aliados trabalharam até a morte nesse projeto.

O Povo Indiano Passa Fome Novamente

Ao mesmo tempo, o exército britânico na Índia enviava desordenadamente tropas e suprimentos para o leste, no caminho do exército japonês que se aproximava. Infelizmente, quando conquistaram a Birmânia, o celeiro de arroz do Sudeste Asiático, os japoneses cortaram as exportações de alimentos que sustentavam grande parte da população da Índia. O exército britânico requisitou todos os meios de transportes locais para fins militares, e enviou apenas tropas e munição para o leste da Índia. Sem transporte, as importações civis cessaram, enquanto os comerciantes de cereais guardavam as colheitas locais para auferirem mais lucros com a revenda. Mostrando sua costumeira falta de preocupação para com o povo indiano, os britânicos se recusaram a interferir no preço dos alimentos, que subiu astronomicamente, estabelecido pelo livre-mercado, e deixaram o povo de Bengali morrer de inanição. Pelo menos 1,5 milhão de indianos, possivelmente 3 a 4 milhões, morreram de fome antes que alguém se importasse com eles. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha deu de ombros quando soube do caso, dizendo ser culpa dos nativos que "procriam como coelhos".

As Maldades dos Japoneses

Nesse ínterim, os japoneses se preparavam para explorar os povos asiáticos capturados. Milhões de nativos morreram de fome na Indochina e na Indonésia depois que suas colheitas foram confiscadas para alimentar o Japão. Escravas sexuais chinesas e coreanas, "mulheres para conforto", como eram chamadas, foram arrebanhadas e despachadas para divertir as guarnições japonesas.

Na Manchúria, os japoneses estabeleceram um laboratório secreto de guerra biológica, a Unidade 731. Prisioneiros eram feridos deliberadamente, a fim de que os médicos pudessem testar procedimentos cirúrgicos arriscados. Outros eram amarrados e vivissectados sem anestesia, para revelar o misteriosos funcionamento interno do corpo. Foram desenvolvidos germes experimentais usando-se prisioneiros de guerra como cobaias. Em 1940, os aviões japoneses propagaram moscas infectadas com uma praga na cidade de Ningbo, no litoral central da China. Em 1942, os aviões de combate japoneses deixaram cair vírus do cólera nas aldeias chinesas ao longo da linha de suprimento dos Aliados na província da Yunnan, na fronteira com a Birmânia, matando cerca de 200 mil civis na epidemia resultante.

O Encolhimento do Reich

Foram necessários alguns poucos anos para que os americanos mobilizassem inteiramente seu enorme potencial industrial e de mão de obra, mas por volta ade 1944 eles estavam prontos para tentar um assalto em grande escala contra o continente europeu. Reuniram uma força de combate na Inglaterra e lançaram um maciço ataque anfíbio contra as fortificações alemãs no litoral francês da Normandia, no dia 6 de junho de 1944. Ao final do primeiro dia, o Dia D, os Aliados anglo-americanos haviam desembarcado com sucesso 133 mil soldados e 20 mil veículos na praia, lançando outros 23. 500 por via aérea atrás das linhas inimigas, e foram avançando terra adentro para se apossar de encruzilhadas-chave, ao custo de 3 mil baixas.

Depois de aproximadamente um mês, os Aliados haviam reforçado suas tropas o bastante para romper as defesas inimigas na península da Normandia. As divisões blindadas americanas e britânicas avançaram avassaladoramente pelo interior da França na direção da fronteira com a Alemanha e o rio Reno. Um contra-ataque alemão em dezembro, chamada de "A Ofensiva das Ardenas" por historiadores negativistas e de "A Batalha do Bolsão", na lembrança americana, retardou a travessia do Reno por alguns meses, mas o esforço consumiu as últimas reservas alemãs. Na primavera, as forças americanas já tinham cabeças de ponte estabelecidas na outra margem do rio, derramando-se pelo interior da Alemanha.

Operação Bagradion - Invadindo a Polônia

No leste, os soviéticos lançaram sua própria ofensiva em junho de 1944, chamada de Operação Bagradion. Quatro gigantescas colunas de tanques e infantaria romperam a linha alemã em Belarus, e rapidamente convergiram para o interior da velha Polônia. Foi provavelmente a maior vitória soviética na frente oriental. Dezenas de divisões alemãs foram encurraladas e aniquiladas. Depois de três anos de guerra, a qualidade combativa do Exército Vermelho havia finalmente superado a Wehrmacht.

Ao recuarem para a Polônia, os alemães estabeleceram uma nova linha defensiva ao longo do rio Vístula, com apoio em Varsóvia. Depois, com o Exército Vermelho realizando uma parada forçada quando a ofensiva ultrapassou o limite das linhas de suprimento, o Exército Polonês da Resistência, agindo clandestinamente, lançou um levante de guerrilheiros contra os alemães, visando estabelecer um governo independente em Varsóvia antes que os soviéticos chegassem, rebocando seus governantes fantoches. Como nem os alemães nem os russo queriam ver os nacionalistas poloneses no governo do país, os soviéticos estancaram sua ofensiva e ficaram observando da outra margem do rio Vístula enquanto os alemães se encarregavam da rebelião. Os nazistas reduziram sistematicamente Varsóvia a escombros, e massacraram a população, no que tem sido chamado de a maior atrocidade individual da guerra. Cerca de 225 mil poloneses morreram no levante de Varsóvia.

Para compreender a diferença entre as duas frentes, contraste o destino de Varsóvia com o de Paris. O plano original dos americanos era desbordar a cidade completamente e se concentrar na destruição dos exércitos germânicos no campo de batalha, em vez de desviar seus preciosos recursos para alimentar e cuidar de diversos milhões de civis pelos quais ficariam responsáveis se conquistassem a cidade. O plano original de Hitler era destruir Paris, em vez de entregá-la. Assim como em Varsóvia, os guerrilheiros franceses se levantaram contra a guarnição alemã, mas a frente ocidental era tão mais civilizada do que a oriental que o resultado foi muito diferente. O comandante alemão se recusou a destruir uma magnífica cidade, ao mesmo tempo que os Aliados permitiam que as tropas francesas avançassem e tomassem a cidade sob proteção Aliadas o mais rapidamente possível.

Encurralando os Alemães

As duas frentes que se aproximavam, os anglo-americanos do oeste e os soviéticos do leste, já havia decidido encontrar-se no rio Elba, na Alemanha Oriental, deixando a sangrenta batalha final por Berlim para Stálin. Enquanto o Exército Vermelho avançava pelo território da Prússia oriental, o pagamento por parte da Alemanha dos prejuízos por ela causados na sua invasão da Rússia tornou-se a política oficial soviética. Não apenas todos os bens portáteis foram sequestrados e despachados para a Rússia, mas quase toda mulher no caminho do avanço avassalador foi estuprada, depois jogada para o lado, e então estuprada de novo, assim que chegava uma nova unidade do Exército Vermelho. 

A Vingança dos Soviéticos 

Os civis alemães se dispersaram em pânico com o avanço das linhas de frente de batalha, e centenas de milhares de refugiados morreram na confusão para escapar à brutalidade soviética. Os navios alemães ficaram atulhados de civis e soldados feridos, e partiram de portos no mar Báltico na direção oeste, frequentemente sendo torpedeados, pelos submarinos soviéticos. 

Os soldados alemães resistiam sem expectativas de vitória, apenas com uma esperança desesperada de que poderiam retardar os soviéticos tempo bastante para escapar e se render aos britânicos e americanos mais misericordiosos. Mas Hitler tinha outros planos. Comandando agora de sua casamata subterrânea debaixo do prédio de Chancelaria em Berlim, ele não tinha a intenção de ter o mesmo destino de Mussolini, que fora recentemente capturado por partidários, fuzilado e pendurado na praça da cidade como um porco abatido. Hitler pretendia morrer num clarão de glória e levar sua pouca meritória nação com ele. 

Os soviético estava dispostos a ajudá-lo nessa empreitada. O Exército Vermelho atravessou o rio Oder, a última barreira antes de Berlim, e abriu um maciço bombardeio sobre as colinas Seelow, que davam para o rio. Apontando fortes holofotes anti-aéreos sobre as posições alemãs para cegar os defensores, os soviéticos lançaram um assalto sobre as escarpas e, depois de um curto dia de sangrentos combates, o caminho para Berlim estava desimpedido.

Morte de Hitler

Uma semana de luta selvagem nas ruas da capital matou 100 mil civis, e apertou o cerdo ao bunker de Hitler. Os avanços soviéticos eram medidos por quarteirões e prédios. O exército alemão, nesse ponto, preenchia seus claros com velhos e adolescentes, que não constituíam páreo para os veteranos do Exército Vermelho. Finalmente, a guerra ficou reduzida a apenas alguns quarteirões em torno da Chancelaria. Incapaz de retardar a derrota por mais tempo, Hitler cometeu suicídio com um tiro na cabeça, depois de envenenar seu cão e sua nova esposa. Seus seguidores atearam fogo a seu corpo e se dispersaram antes da chegada dos russos.

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