A guerra russo-turca de 1877–1878 foi originada pelo desejo da Rússia de obter acesso ao mar Mediterrâneo e de capturar a península dos Bálcãs, controlada pelo Império Otomano. A guerra trouxe como resultado a declaração formal de independência dos principados de Sérvia, Montenegro e Romênia, que já haviam possuído soberania de fato por algum tempo. Apesar da Bulgária ter permanecido formalmente sob controle otomano até 1908, procurou recuperar sua condição de Estado soberano.
História
Em 1876 irrompeu na Bósnia uma revolta contra o governo da Turquia que rapidamente se espalhou por todos os súditos cristãos do sultão nos Balcãs – macedônios, sérvios e búlgaros. Os rebeldes mais distantes, os bósnios, receberam a proteção da Áustria. Infelizmente, os mais próximos, os búlgaros, eram os mais fáceis de serem alvo do castigo otomano: quando as tropas turcas chegaram para abafar a revolta dominaram rapidamente as cidades rebeldes e assassinaram 30 mil búlgaros de todas as idades e gêneros.
Os massacres horrorizaram a Europa, e todo o mundo insistiu que alguém fizesse algo. A princípio, o governo russo hesitou. Era um problema interno, afinal de contas, e ninguém queria começar uma guerra geral europeia por causa de uma maldita tolice nos Balcãs. Tratados impediam a Rússia de interferir na Turquia, mas muitos oficiais idealistas do exército russo renunciaram e se juntaram aos rebeldes para lutar em prol dos seus amigos eslavos.
Com a opinião europeia a seu favor, os russos finalmente lançaram um ataque de surpresa em abril de 1877 ao sul da costa do mar Negro e libertaram a Bulgária do governo turco. Isso logo se transformou na única guerra popular da história da Rússia e, durante uns poucos anos, os voluntários excederam os convocados no recrutamento anual. Os russos pressionaram e frustraram várias tentativas otomanas para detê-los.
Quando, em julho, os russos se aproximaram de Constantinopla, ficaram atolados frente às trincheiras externas da cidade turca de Plevna. Meses de assaltos infrutíferos desgastaram o exército russo e, quando Plevna se rendeu, em novembro, a guerra já durara tempo suficiente para o pragmatismo substituir o idealismo nas capitais da Europa. A opinião pública no Ocidente já passara da intenção de deter os turcos para a de salvá-los. Quando a armada britânica rumou para a zona de guerra, uma reprise da guerra da Crimeia parecia inevitável, até que todos se afastaram da beira do abismo.
Quando, em julho, os russos se aproximaram de Constantinopla, ficaram atolados frente às trincheiras externas da cidade turca de Plevna. Meses de assaltos infrutíferos desgastaram o exército russo e, quando Plevna se rendeu, em novembro, a guerra já durara tempo suficiente para o pragmatismo substituir o idealismo nas capitais da Europa. A opinião pública no Ocidente já passara da intenção de deter os turcos para a de salvá-los. Quando a armada britânica rumou para a zona de guerra, uma reprise da guerra da Crimeia parecia inevitável, até que todos se afastaram da beira do abismo.
Por fim, o Império Otomano foi um pouco reduzido em favor das nacionalidades locais. O primeiro tratado imposto pelos russos tentava criar uma grande nação búlgara, que incluía quase tudo que os turcos ainda ocupavam na Europa, mas as outras potências não permitiram. Outro tratado negociado em Berlim reduzia a Bulgária à margem sul do baixo Danúbio, e ainda dividia isso em dois países. Os estados da Sérvia e da Romênia, que eram vassalos da Turquia, receberam plena independência, e à Áustria foi permitido ocupar – não possuir – a Bósnia.
Os turcos também deram a ilha de Chipre aos britânicos como agradecimento por terem sido amigos quando preciso. Para purificar suas terras de todos os traços do inimigo, os búlgaros expulsaram, com considerável brutalidade, mais de meio milhão de habitantes muçulmanos, e incontáveis milhares de pessoas morreram no êxodo.
Os turcos também deram a ilha de Chipre aos britânicos como agradecimento por terem sido amigos quando preciso. Para purificar suas terras de todos os traços do inimigo, os búlgaros expulsaram, com considerável brutalidade, mais de meio milhão de habitantes muçulmanos, e incontáveis milhares de pessoas morreram no êxodo.
Cruz Vermelha
Na maioria das batalhas contadas até essa época, os exércitos geralmente deixavam os soldados feridos sem atendimento, gemendo onde caíssem, até o exército tirar uma boa noite de sono. Lutar nas batalhas era exaustivo. Juntar e tratar feridos tomava muito tempo e recursos para que os exércitos fizessem mais do que um esforço simbólico, enquanto o inimigo ainda estava na vizinhança, ameaçando recomeçar o ataque. Na verdade, ajudar a evacuar os feridos para a retaguarda era visto como uma artimanha covarde para escapar do perigo, e os exércitos geralmente tinham regras contra isso.
Durante a década e meia que precedeu a guerra russo-turca, os humanitários do Ocidente trataram de organizar uma instituição neutra dedicada a tirar os soldados feridos dos campos de batalha e leva-los para os hospitais, sem depender das decisões dos generais. Desde que não tomasse partido, a Cruz Vermelha teria permissão para movimentar-se livremente em territória hostil no cumprimento da sua missão.
Durante a década e meia que precedeu a guerra russo-turca, os humanitários do Ocidente trataram de organizar uma instituição neutra dedicada a tirar os soldados feridos dos campos de batalha e leva-los para os hospitais, sem depender das decisões dos generais. Desde que não tomasse partido, a Cruz Vermelha teria permissão para movimentar-se livremente em territória hostil no cumprimento da sua missão.
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Bandeira da Cruz Vermelha em Terras Muçulmanas |
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