As Guerras religiosas na França constituem uma série de oito conflitos que devastaram o reino da França na segunda metade do século XVI, opondo católicos e protestantes, marcando um período de declínio do país.
Períodos de conflitos
As guerras religiosas ocorrem entre 1562 e a promulgação do Édito de Nantes (1599), entrecortadas por curtos períodos de paz, conforme segue:
Primeira: 1562–1563
Segunda: 1567–1568
Terceira: 1568-1570
Quarta: 1572–1573
Quinta: 1574–1576
Sexta: 1576–1577
Sétima: 1579–1580
Oitava: 1585–1598
A Terceira Guerra
O Massacre do Dia de São Bartolomeu
A Terceira Guerra
Dentro de poucos meses, as forças reais tentaram se infiltrar e surpreender os líderes protestantes na área deles, mas os huguenotes escaparam para o norte, onde poderiam fazer uma ligação com holandeses e ingleses que os apoiavam. Os Guise fizeram contato com a Espanha e partiram para eliminar os bastiões protestantes no sul da França. Embora os protestantes houvessem sido derrotados fragorosamente na guerra que se seguiu, a Coroa não tinha recursos de continuar com as ações bélicas. Foi selada a paz em 1570 e os huguenotes tiveram permissão para fortificar e guarnecer quatro cidades como refúgios seguros, no caso de os católicos renovarem a agressão.
O Massacre do Dia de São Bartolomeu
Henrique de Navarra |
Tentando ajeitas as coisa, Catarina de Médici casou sua filha Margaret com o nobre de mais alta estirpe entre os huguenotes, Henrique, chefe da casa de Bourbon e rei do pequeno reino de Navarra, nos Pirineus. Catarina também tentou trazer huguenotes para seu governo, o que naturalmente enfureceu os católicos.
Quando todo mundo estava reunido em Paris para o casamento de Margaret, alguém tentou assassinar o líder militar dos huguenotes, Gaspard de Coligny. Quando ele percorria uma rua, um franco-atirador baleou-o de uma janela. Ninguém sabe realmente quem planejou o atentado, mas a história tem tradicionalmente culpado Catarina. O ferimento não foi sério, e não fez mais do que levantar a fúria dos protestantes.
Massacre do Dia de São Bartolomeu |
Embora o rei Carlos e seu conselho não tivesse nada a ver com a tentativa de assassinato, Catarina lhes explicou que agora os huguenotes iriam retaliar, tornando um ataque preventivo a única estratégia de sobrevivência possível. Na véspera do Dia de São Bartolomeu, 24 de agosto de 1572, Guise e seus homens irromperam na casa de Coligny e o assassinaram no seu leito, doente enquanto outros esquadrões da morte saíam à caça de protestantes. Com toda a probabilidade, Catarina só queria decapitar a causa huguenote matando os líderes, mas Paris explodiu em ódio contra os protestantes. Multidões por toda a cidade saíram caçando qualquer huguenote que podiam, matando entre 2 mil a 10 mil deles, por que meios tivessem à mão
Adultos foram enforcados, espancados, retalhados e esfaqueados; crianças foram jogadas pelas janelas ou no rio. Durante as semanas que se seguiram, os protestantes foram massacrados em outras cidades por toda a França, elevando em dez vezes o número de mortos, chegando às vizinhas de 50 mil.
O líder dos huguenotes e noivo, Henrique de Navarra, um Bourbon, sobreviveu apenas se convertendo ao catolicismo na última hora. Foi levado para dentro do palácio, para ser vigiado de perto, seus movimentos ficando restritos.
O Massacre do Dia de São Bartolomeu horrorizou a Europa. Até mesmo Ivã, o Terrível, da Rússia, condenou-o. O acontecimento mudou a natureza das guerras religiosas na França, que passaram de uma luta de bandos a uma guerra de extermínio.
A história foi relatada por Alexandre Dumas em sua obra A Rainha Margot, um romance de 1845, historicamente acurado, apesar de Dumas ter inserido tons de romantismo e aventuras em seu texto. O romance de Dumas foi adaptado ao cinema em 1994, em A Rainha Margot ("A Rainha Margot"), de Patrice Chéreau.
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