As Guerras religiosas na França constituem uma série de oito conflitos que devastaram o reino da França na segunda metade do século XVI, opondo católicos e protestantes, marcando um período de declínio do país.
Períodos de conflitos
As guerras religiosas ocorrem entre 1562 e a promulgação do Édito de Nantes (1599), entrecortadas por curtos períodos de paz, conforme segue:
Primeira: 1562–1563
Segunda: 1567–1568
Terceira: 1568-1570
Quarta: 1572–1573
Quinta: 1574–1576
Sexta: 1576–1577
Sétima: 1579–1580
Oitava: 1585–1598
Todavia, ainda haveria prolongamentos desse conflitos, ao longo dos séculos XVII (o Cerco de la Rochelle, entre 1627 e 1628, e novas perseguições aos protestantes, após a revogação do Édito de Nantes, em 1685) e XVIII (Guerra dos Camisards), até o Édito de tolerância (1787), sob Louis XVI, considerado como um marco do fim dos confrontos.
Antecedentes
Herique II, de França |
O rei francês na época, Henrique II, odiava a "escória luterana". Coroado em 1547, com a idade de 28 anos, ele tinha a força e a vontade política para manter na linha sua minoria no Parlamento. Com um rei jovem e sadio, pai de quatro filhos e três filhas, o futuro da dinastia de Henrique Valois parecia seguro, mas então o rei teve a órbita ocular perfurada num torneio de armas em 1559. Depois de penar em agonia por diversos dias, o rei Henrique morreu, deixando a França nas mãos de seu filho Francisco, de 15 anos de idade.
A Primeira Guerra
Como tantos outros monarcas, o rei Francisco II dependia da família de sua esposa para ajudá-lo a se manter no poder. Sua rainha, Mary Stuart, da Escócia, era ligada pelo lado da mãe à família Guise, de poderosos católicos franceses.
Em 1560, os protestantes franceses conceberam um plano para matar tantos Guise quanto fosse possível, e sequestrar o rei, a fim de forçá-lo a expulsar os membros restantes da família. Os huguenotes estavam tao orgulhosos de seu plano que contaram a todo mundo o que iam fazer. Quando o golpe foi deslanchado, os Guise estavam preparados. Os conspiradores foram repelidos e depois caçados, enforcados e esquartejados, às vezes depois de julgados. O rei e sua corte assistiram à decapitação de 52 revoltosos no pátio do castelo.
Catarina de Médici |
A fim de obter apoio entre as proeminentes famílias protestantes, especialmente entre os Bourbon, e contrabalançar o crescente poder da família Guise, Catarina legalizou o culto protestante, o que aborreceu a maioria católica do país, mas manteve os protestantes em rédeas curtas, o que aborreceu a minoria deles.
As guerras começaram quando um outro Francisco, o duque de Guise, atravessava a cidade de Vassy, e parou na igreja local para assistir à missa. Os protestantes estavam orando e cantando num celeiro próximo, que lhes servia de templo, porque a Coroa proibia os protestantes de construírem igrejas verdadeiras. Surgiu uma escaramuça entre os paroquianos rivais, atraindo o séquito do duque. A luta cresceu de proporção, e finalmente os católicos terminaram incendiando o celeiro dos protestantes e matando quantos puderem alcançar.
Em pouco tempo os franceses de ambas as religiões estavam fortificando suas cidades e trazendo apressadamente milícias para suas regiões. Os exércitos sectários lutaram em diversas batalhas encarniçadas, mas por fim o duque de Guise foi assassinado, e o comandante dos huguenotes, Luís de Bourbon, príncipe de Conde, morreu no campo de batalha, deixando os lados se debatendo, sem liderança e prontos para negociar. Gaspar de Coligny, um almirante que servira com Conde, surgiu como novo líder dos protestantes.
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