Joana d'Arc (6 de janeiro de 1412 — Ruão, 30 de maio de 1431), por vezes chamada de donzela de Orléans, era filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée. É a santa padroeira da França e foi uma chefe militar da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses. Foi executada pelos borguinhões em 1431.
Camponesa, modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa e também heroína de seu povo, canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva em um auto de fé.
Segundo a escritora Irène Kuhn, Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como o século do nacionalismo, o que pode confirmar as teorias de Ernest Gellner. Irène Kuhn escreveu: Foi apenas no século XIX que a França redescobriu esta personagem trágica.
Antes aos fatos relacionados, Shakespeare tratou-a como uma bruxa; Voltaire escreveu um poema satírico, ou pseudo-ensaio histórico, que a ridicularizava, intitulado La Pucelle d´Orléans ou A Donzela de Orléans
Guerra dos Cem Anos
Em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV - era a Santa Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira de França. Joana d´Arc permanece como testemunha de milagres que pode realizar uma pessoa, ainda que animada apenas pela energia de suas convicções, mesmo adolescente, pastora e analfabeta,2 de modo que seu exemplo guarda um valor universal.
Por volta dessa época, 1429, uma camponesa adolescente ouviu as vozes desencarnadas de santos ordenando-lhe que se armasse, montasse num cavalo e salvasse a França. Como se estava na Idade Média, ela não foi sedada e enviada de cadeira de rodas a um quarto de hospital por seus parentes preocupados. Em vez disso, ela obedeceu às vozes e procurou a corte francesa, refugiada no interior. Depois de convencer o Delfim que realmente ouvira santos sussurrando-lhe ao ouvido, Joana liderou o exercito contra as forças inglesas que sitiavam Orleans, uma passagem crucial sobre o rio Loire, que estancara o avanço dos hunos de Átila, mil anos antes.
Na verdade, a situação dos franceses em Orleans não era tão ruim assim, nem os ingleses tinham uma vantagem avassaladora. Provavelmente o sítio teria sido levantado se qualquer um tentasse a empreitada; entretanto os franceses quase já estavam desistindo. O moral estava baixo e eles já haviam aceitado passivamente que a cidade cairia. A chegada de Joana levantou o espírito de luta dos franceses, que atacaram e expulsaram os ingleses da região.
Depois que a guerra passou a ser travada em campo aberto, Joana encurralou o exército inimigo, esperando uma fraqueza por parte dele. Finalmente, em Patay, ela avançou contra os ingleses antes que eles conseguissem estabelecer uma linha defensiva. O ataque francês trucidou os ingleses e capturou a maior parte de seus comandantes. Isso abriu caminho para a cidade de Reims, onde os novos reis eram tradicionalmente coroados, de modo que o Delfim subiu ao trono com o nome de Carlos VII da França.
Em 1430, os borgonheses capturaram Joana e a venderam aos ingleses, que então convocaram clérigos complacentes de Paris para julgá-la. Joana foi declarada culpada de usar roupas de homem e queimada viva como bruxa.
A principal contribuição de Joana para a guerra fora mostrar que os cavaleiros franceses podiam vencer a formação "porco-espinho" dos ingleses, se parassem de ser idiotas. O código de cavalheirismo francês exigia que eles não fugissem à luta, por mais desfavoráveis que fosse a situação. A tática comum, corrente, usada pelos franceses nas suas derrotas em Crecy, Poitiers e Agincourt, era lançar uma carga de cavalaria contra uma forte posição inimiga. Nunca ocorrera aos franceses esperar até que pudessem surpreender os ingleses em desvantagem. Joana teve a autoridade moral para convencer os cavaleiros a modificar suas regras rígidas, e a colocar mais inteligência nos ataques. Com seu encorajamento, inspirado por Deus, os franceses começaram a aplicar táticas modernas no seu esforço de guerra.
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