domingo, 24 de março de 2013

Dinastia Isáurica

Mapa do Império Bizantino
no final da dinastia heracliana (717).
A dinastia isáurica (ou isáuria ou isauriana), também chamada de dinastia síria, governou o Império Bizantino entre 711 e 802. Os imperadores isáuricos conseguiram defender e consolidar o território do império frente à ameaça do Califado Omíada e seu sucessor, o Califado Abássida depois do massacre inicial durante a expansão muçulmana no século VII. Contudo, eles tiveram menos sucesso na Europa, onde foram derrotados diversas vezes pelo Império Búlgaro, tiveram que ceder o Exarcado de Ravena e perderam toda a influência sobre a Itália e o Papado para o Reino Franco.

A dinastia isáurica também é fortemente associada com a crise religiosa do Iconoclasma, uma tentativa de recuperar a graça divina purificando a fé de uma suposta e excessiva adoração aos ícones e que provocou grandes tumultos por todo o império.

No final da era isáurica, em 802, os bizantinos continuavam lutando contra árabes e búlgaros para conseguir sobreviver e a situação política havia se complicado sobremaneira pela ressurreição do Império Romano do Ocidente na forma do Império Carolíngio de Carlos Magno.

Imperadores

Leão III, o Isáurio (717–741) voltou a combater os árabes em 718, alcançando a vitória com a importante ajuda do cã búlgaro Tervel, que matou 32 mil árabes com seu exército. Ele também se dirigiu à tarefa de reorganizar e consolidar os temas da Ásia Menor. Seu sucessor, Constantino V Coprônimo (741–775), alcançou notáveis vitórias no norte da Síria, e minou completamente o poder do Império Búlgaro. Em 797, Irene (797–802) tornou-se a primeira mulher a ocupar o trono. No Natal do ano 800, com o pretexto da ausência de um imperador do sexo masculino no trono de Constantinopla, e por razões de conveniência, o papa Leão III coroou Carlos Magno (768–814) como imperador do Ocidente. Em Constantinopla, isto foi visto como sacrilégio. Em 802, Carlos Magno enviou embaixadores a Constantinopla propondo casamento com Irene, mas, de acordo com Teófanes o Confessor, o plano foi frustrado por Aécio, um dos favoritos de Irene. 

Nicéforo I, o Logóteta (802–811), por não reconhecer Carlos Magno como imperador, provocou uma deterioração nas relações externas entre bizantinos e francos, o que provocou uma guerra por Veneza entre 806-810. A consequente Pax Nicephori acordou que o Ducado de Veneza pertenceria explicitamente aos domínios bizantinos, enquanto a Croácia dálmata, com exceção das ilhas e cidades bizantinas, pertenceria aos francos.

Sob a liderança do imperador Krum (803–811), a ameaça búlgara também reapareceu: cidades como Sérdica (atual Sófia) e Adrianópolis foram sitiadas e tomadas, enquanto nas batalhas campais de Pliska (811) e Versinikia (813) os bizantinos foram decisivamente derrotados; em 814, o filho de Krum, Omurtag (814–831), negociou a paz com o Império Bizantino. Aproveitando-se da fraqueza do império, após a revolta de Tomás, o Eslavo no início da década de 820, o Califado Abássida capturou Creta em 824, atacou com sucesso a Sicília, sitiando Siracusa e conquistando Palermo (831), e destruiu Amório em 838. Porém, através das operações militares dos imperadores Teófilo (829–842) e Miguel III, o Ébrio (842–867), o Império Bizantino conquistou as cidades de Tarso (831), Melitene e Arsamosata (837), destruiu Sozópetra (837) e derrotou decisivamente os árabes em Lalacão (863).

Nos séculos VIII e IX, o império foi dominado pela polêmica e divisão religiosa causada pela política iconoclasta. Os ícones foram banidos em 726 por Leão III, levando à revolta dos iconódulos (apoiantes dos ícones) em todo o império. Após os esforços da imperatriz Irene, o Concílio de Niceia se reuniu em 787 e afirmou que os ícones podiam ser venerados mas não adorados. Em 813, Leão V, o Armênio (813–820) restaurou a política da iconoclastia, mas em 843, Teodora restaurou a veneração dos ícones com a ajuda do patriarca Metódio. A iconoclastia desempenhou o seu papel na alienação posterior do Oriente e Ocidente, que se agravou durante o chamado Cisma de Fócio, quando o papa Nicolau I desafiou a elevação de Fócio para o patriarcado.

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