sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Império Romano

Império Romano foi um Estado que se desenvolveu a partir da península Itálica, durante o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma autocrática de governo e por grandes propriedades territoriais na Europa e em torno do Mediterrâneo.

Os 500 anos de existência da República Romana, que precedeu o império, foram enfraquecidos e subvertidos por várias guerras civis. Muitas datas são habitualmente propostas para marcar a transição da república para o império, como a data da indicação de Júlio César como ditador perpétuo (44 a.C.); a vitória de seu herdeiro, Otaviano, na Batalha de Áccio (2 de setembro de 31 a.C.); ou a data em que o senado romano outorgou a Otaviano o título honorífico de Augusto (16 de janeiro de 27 a.C.). Assim, o termo "Império" tornou-se a designação utilizada, por convenção, para se referir ao Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efetuada pelo primeiro imperador, Augusto. Embora Roma possuísse colônias e províncias antes desta data, o Estado pré-Augusto é conhecido como República. 

A expansão territorial romana começou na época da república, mas o império alcançou sua maior extensão sob o governo do imperador Trajano: durante o seu reinado o Império Romano controlava aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre. Por causa da vasta extensão do império e de seu longo tempo de existência, as instituições e a cultura de Roma tiveram uma profunda e duradoura influência sobre o desenvolvimento dos idiomas, da religião, da arquitetura, da filosofia, do direito e das formas de governo nos território governados pelo romanos, particularmente na Europa e, por meio do expansionismo europeu, em todo o mundo moderno. 

No final do século III, Diocleciano estabeleceu a prática de dividir a autoridade entre quatro co-imperadores, a fim de melhor proteger o vasto território, pondo fim à crise do terceiro século. Durante as décadas seguintes o império era frequentemente dividido ao longo de um eixo Ocidente-Oriente. Após a morte de Teodósio I em 395, o império foi dividido pela última vez. O Império Romano do Ocidente acabou em 476, quando Rômulo Augusto foi forçado a se render ao chefe militar germânico Odoacro. O Império Romano do Oriente (conhecido como Império Bizantino) chegou ao fim em 1453, com a morte de Constantino XI Paleólogo e com a invasão da cidade de Constantinopla pelos turcos otomanos, liderados por Maomé II, o Conquistador.

História

Roma iniciou a anexação de províncias no século III a.C., quatro séculos antes de alcançar a sua maior extensão territorial e, nesse sentido, constituía já um "império", apesar de ainda ser governado enquanto república. As províncias republicanas eram administradas por antigos cônsules e pretores, que eram eleitos para um mandato de um ano com plenos poderes e autonomia. A acumulação desproporcional de riqueza e poder por parte de alguns destes líderes provinciais foi um dos principais fatores que motivaram a transição de um regime republicano para uma autocracia imperial.

O assassinato de Júlio César em 44 a.C. esteve na origem de um período de instabilidade e turbulência política. No ano seguinte, Augusto, um dos mais destacados generais republicanos, torna-se um dos três membros do Segundo Triunvirato, uma aliança política com Lépido e Marco António. As tensões entre Augusto e Marco António no período que se seguiu à Batalha de Filipos levariam à dissolução do triunvirato em 32 a.C. e ao confronto entre ambos na Batalha de Áccio, da qual Marco António e a rainha Cleópatra saíram derrotados e que proporcionou a anexação do reino egípcio por Augusto. 

Sendo agora o único governador de Roma, Augusto iniciou uma série de reformas militares, políticas e econômicas em larga escala. O senado atribuiu-lhe o poder de nomear os próprios senadores e autoridade sobre os governadores de província, criando de facto o cargo que mais tarde seria denominado imperador romano. Em 27 a.C., Augusto tentou devolver o poder ao senado, o qual recusou, confirmando assim o novo regime político. Otaviano recebeu do senado o título de Augustus e escolheu para si o título de princeps (o primeiro).

Reinado de Augusto

O reinado de Augusto, que durou mais de 40 anos, foi retratado na literatura e na arte augustina como uma nova "Era Dourada". Augusto consolidou uma duradoura fundação ideológica para os três séculos do império conhecido como o Principado (27 a.C.-284 d.C.), os primeiros 200 anos do que é tradicionalmente considerado como a Pax Romana. Mas, mesmo durante esse período, várias revoltas foram controladas e sufocadas, como na Grã-Bretanha (revolta de Boadiceia) e na Judeia (Guerras judaico-romanas). 

O sucesso de Augusto em estabelecer princípios de sucessão dinástica foi limitado por uma série de talentosos herdeiros potenciais: a dinastia júlio-claudiana durou por mais quatro imperadores: Tibério, Calígula, Cláudio e Nero; antes produziu, em 69 d.C., o conflituoso ano dos quatro imperadores, a partir do qual Vespasiano emergiu como vencedor. 

Vespasiano tornou-se o fundador da breve dinastia flaviana, seguida pela dinastia Nerva-Antonina, que produziu os "cinco bons imperadores": Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio. Na visão do historiador grego Dião Cássio, um observador da época, a adesão do imperador Cómodo em 180 d.C. marcou a queda "de um reino de ouro para um de ferrugem e ferro", um famoso comentário de que tem levado alguns historiadores, como Edward Gibbon, a considerar o reinado de Cómodo como o início da queda do Império Romano. 

Em 212, durante o reinado de Caracala, a cidadania romana foi concedida a todos os habitantes nascidos livres no império. Mas, apesar deste gesto de universalidade, a dinastia severa foi tumultuada, o reinado do imperador foi encerrado rotineiramente por seu assassinato ou execução e após a sua queda, o Império Romano foi engolido pela crise do século terceiro, um período de invasões, guerra civil, depressão econômica e pestes. Na definição das épocas históricas, esta crise é por vezes vista como a marca da transição da Antiguidade Clássica para a Antiguidade Tardia. 

A ilusão da antiga república foi sacrificada pela imposição da ordem: Diocleciano (reinou entre 284 e 305) trouxe o império de volta da crise, mas recusou o papel de princeps e se tornou o primeiro imperador a ser abordado regularmente como dominus, "mestre" ou "senhor". O estado de absolutismo autocrático que resultou no Dominato, que durou até a queda do Império Romano do Ocidente em 476. O reinado de Diocleciano trouxe também um maior esforço concentrado do império contra a ameaça do cristianismo, o que foi chamado de a "Grande" Perseguição. 

Divisão do Império

Os Tetrarcas
Foi a partir desse ponto que a unidade do Império Romano se tornou uma ilusão, como ficou graficamente revelado pela divisão de poder implementada por Diocleciano entre quatro "co-imperadores", a chamada Tetrarquia. A ordem foi novamente abalada logo depois, mas foi restaurada por Constantino, que se tornou o primeiro imperador a se converter ao cristianismo e que estabeleceu Constantinopla como a nova capital do Império Romano do Oriente. Durante as décadas das dinastias Constantina e Valentiniana, o império foi dividido ao longo de um eixo leste-oeste, com dois centros poder em Constantinopla e Roma. O reinado de Juliano, que tentou restaurar a religião helenística e romana clássica, apenas interrompeu brevemente a sucessão de imperadores cristãos. Teodósio I, o último imperador a governar Oriente e o Ocidente, morreu em 395 d.C., depois de tornar o cristianismo a religião estatal.

Desintegração do Império

No final do século IV, o império começou a se desintegrar com bárbaros do norte desafiando o controle da Roma cristã. A maioria das cronologias colocam o fim do Império Ocidental em 476, quando Rômulo Augusto foi forçado a se render ao chefe militar germânico Odoacro. O Império do Oriente, hoje conhecido como o Império Bizantino, mas chamado no seu tempo como o "Império Romano" ou por vários outros nomes, terminou em 1453 com a morte de Constantino XI Paleólogo e com a queda de Constantinopla para os turcos otomanos.

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