sábado, 29 de dezembro de 2012

Aníbal

Aníbal, filho de Amílcar Barca; Cartago, 248 a.C. - Bitínia, 183 ou 182 a.C., conhecido comumente apenas como Aníbal foi um general e estadista cartaginês considerado por muitos como um dos maiores táticos militares da história. Seu pai, Amílcar Barca, foi o principal comandante cartaginês durante a Primeira Guerra Púnica, travada contra Roma; seus irmãos mais novos foram os célebres Magão e Asdrúbal, e seu cunhado foi Asdrúbal, o Belo.

Sua vida decorreu no período de conflitos em que a República Romana estabeleceu supremacia na bacia mediterrânea, em detrimento de outras potências como a própria Cartago, Macedônia, Siracusa e o Império Selêucida. 

Foi um dos generais mais ativos da Segunda Guerra Púnica, quando levou a cabo uma das façanhas militares mais audazes da Antiguidade: Aníbal e seu exército, onde se incluíam elefantes de guerra, partiram da Hispânia e atravessaram os Pirenéus e os Alpes com o objetivo de conquistar o norte da península Itálica. Ali derrotou os romanos em grandes batalhas campais como a do lago Trasimeno ou a de Canas, que ainda se estuda em academias militares na atualidade. 

Apesar de seu brilhante movimento, Aníbal não chegou a capturar Roma. Existem diversas opiniões entre os historiadores, que vão desde carências materiais de Aníbal em máquinas de combate a considerações políticas que defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, senão obrigá-la a render-se. Não obstante, Aníbal conseguiu manter um exército na Itália durante mais de uma década, recebendo escassos reforços. Por causa da invasão da África por parte de Cipião, o Senado púnico lhe chamou de volta a Cartago, onde foi finalmente derrotado por Públio Cornélio Cipião Africano na Batalha de Zama.

Vitórias de Aníbal

Durante os poucos anos que se seguiram, um série de exércitos romanos tentou barrar a marcha de Aníbal, mas todos foram derrotados. Mais do que simplesmente derrotados, as forças romanas foram aniquiladas. Em Trebia, no norte da Itália, Aníbal fingiu que se retirava, o que fez os romanos saírem de uma forte posição defensiva para serem emboscados num rio raso. No lago Trasimeno, três legiões romanas foram atraídas para a estrada à margem do espelho d'água e emboscadas no nevoeiro matinal. Àquela altura os romanos já estavam alertados para os truques do inimigo e recusaram-se a enfrentá-lo em batalha durante todo um ano.

Finalmente, os romanos reuniam seu maior exército até então, oito legiões romanas mais aliados e cavalaria, 80 mil homens no total, e enfrentaram Aníbal em campo aberto, à luz plena do dia, em Cannae, no sul da Itália. Com um exército que era metade do efetivo de Roma, Aníbal fincou pé para enfrentar o inimigo. Colocou dois pesados blocos de infantaria em pequenas elevações do campo e ligou-os com uma linha flexível de infantaria ligeira no centro. Quando os romanos atacaram, os flancos cartagineses aguentaram firme, enquanto o centro era empurrado para trás. Isso criou um túnel que atraiu os romanos para o centro. A vanguarda romana empurrava os cartagineses, enquanto a retaguarda empurrava a própria vanguarda, e logo os romanos viram-se aglomerados de tal maneira que não podiam usar suas armas com eficácia. Nesse ínterim, a cavalaria de Aníbal repeliu os cavaleiros romanos e fechou a retaguarda aberta do funil, prendendo todo o exército romano em um campo mortífero apinhado de gente. Os romanos foram sistematicamente trucidados durante o resto do dia, até não restar um soldado de pé.

Legado Militar 

O historiador militar Theodore Ayrault Dodge o chamou "pai da estratégia". Foi admirado inclusive por seus inimigos — Cornélio Nepos o batizou como «o maior dos generais» —, assim sendo, seu maior inimigo, Roma, adaptou certos elementos de suas táticas militares a seu próprio arsenal estratégico. Seu legado militar o conferiu uma sólida reputação no mundo moderno, e tem sido considerado como um grande estrategista por grandes militares como Napoleão ou Arthur Wellesley, o duque de Wellington. Sua vida tem sido objeto de muitos filmes e documentários. Bernard Werber lhe rende homenagem através do personagem do «Libertador», e de um artigo em L’Encyclopédie du savoir relatif et absolu mencionada em sua obra Le Souffle des dieux.

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