Petrónio Máximo foi imperador do Ocidente que governou nos meses de março e abril de 455, ano da sua morte. Antigo magistrado, chegou a imperador, já no período da capitulação de Roma, através de intrigas e esquemas palacianos, de que acabou por ser vítima também.
Depois de ter abraçado muitas magistraturas importantes na Itália, Petrónio Máximo coroou a sua carreira com a proclamação de imperador, embora o seu reinado tenha durado apenas onze semanas. Nomeado duas vezes perfeito urbano (420-421 e ainda antes de 433), duas vezes também prefeito pretoriano da Itália (435 e 439-441) e duas vezes cônsul (a primeira vez a par de Teodósio II), Petrónio Máximo participou provavelmente no assassínio do imperador Valentiniano III em 455.
A sua pretensão ao trono como sucessor deste tinha como fundamento as várias magistraturas que detivera na sua carreira, bem como a sua riqueza e o seu casamento com Eudósia, viúva do imperador. Esta, que suspeitava de Petrónio Máximo como mandante da morte de seu marido, Valentiniano III, pediu a ajuda a Genserico, o vândalo, então rei de Cartago.
Perante a notícia da aproximação dos exércitos de Genserico, Petrónio Máximo tratou de fugir de Roma, mas logo foi feito prisioneiro e acabou linchado pelo povo de Roma.
O Segundo Saque de Roma
![]() |
Genserico saqueia Roma. |
Em 455, o rei vândalo Genserico navegou com sua poderosa frota da sua capital em Cartago, até o Tibre e finalmente saqueou Roma. O assassinato e e usurpação do trono do imperador anterior (Valentiniano III) por Petrónio Máximo no mesmo ano foi visto por Genserico como uma invalidação de seu tratado de paz de 442 com Valentiniano.
Com a chegada dos vândalos, de acordo com Próspero, o Papa Leão I implorou a Genserico para não destruir a antiga cidade ou assassinar seus habitantes. Genserico concordou e as portas de Roma então foram abertas para ele e seus homens. Maximus, que fugiu em vez de lutar com vândalos foi morto por um romano fora da cidade.
É aceito que Genserico saqueou grandes tesouros da cidade, incluindo o candelabro de ouro saqueado do Jerusalém, e também que tomou a viúva de Valentiniano, imperatriz Licínia Eudóxia, e suas filhas como reféns. Uma dessas filhas foi Eudócia, que mais tarde casou-se com Hunerico, filho de Genserico. A outra era Placídia, esposa de Olíbrio.
Há, porém, algum debate sobre a severidade do saque vândalo. O saque de 455 é geralmente visto pelos historiadores como sendo mais destruidor que o saque de 410 pelos visigodos, porque os vândalos permaneceram em Roma por catorze dias, enquanto que os visigodos permaneceram apenas três.
A causa de maior controvérsia, porém, é a alegação de que o saque foi relativamente "limpo"', e que não houve muitos assassinatos e violência, e os vândalos não queimaram edifícios na cidade. Esta interpretação parece vir da alegação de Próspero, de que o Papa Leão conseguiu persuadir Genserico a refrear a violência.
Porém, Vítor de Vita registrou quantos carregamentos de cativos chegaram à Africa vindos de Roma, com o propósito de ser vendidos como escravos. Similarmente, o historiador bizantino Procópio relata que ao menos uma igreja foi destruída.
Nenhum comentário:
Postar um comentário