domingo, 18 de novembro de 2012

Flávio Honório

Flávio Honório foi um imperador romano do ocidente já nos anos finais do império, além de ter sido uma peça chave no declínio de Roma. Seu reinado foi marcado pelo saque de Roma em 410, entre outros eventos trágicos.

Governo

Nomeado Augusto aos onze anos de idade, com a morte de seu pai Teodósio, seu irmão Arcádio assumiu o trono imperial do oriente e Honório assumiu o trono imperial do ocidente sob a tutela do mestre dos soldados (magister militum) Estilicão, um general de origem metade vândala e metade romana, casado com Serena, a sobrinha favorita de Teodósio I (pai de Honório). Estilicão governou de fato, devido à fraca personalidade do imperador, que fez casar com duas de suas filhas em sequência: Maria e Termância.

Durante o reinado de Flávio Honório foi baixado o édito que acabou com as lutas gladiatoriais (404), e a Gália foi ocupada pelos Vândalos, Suevos e Alamanos (406). Estilicão caiu em desgraça por demonstrar-se incapaz de conter as invasões bárbaras, e ainda por suspeitar-se de que conspirava com os Visigodos para colocar seu filho Euquério como herdeiro do imperador, e acabou executado (408).

Durante seu reinado ocorreu ainda o saque de Roma pelos visigodos, sob o comando de Alarico I (24 de agosto de 410), durante o qual o imperador refugiou-se em Ravena, um dos eventos mais desastrosos da história de Roma, e que repercutiu da Britânia até a Judeia. A fraqueza e timidez do imperador se combinaram às circunstâncias históricas dos ataques de vândalos e visigodos, para tornar seu governo um dos piores dos anais romanos, suas intervenções nas correntes de eventos foram invariavelmente negativas, contribuindo para o enfraquecimento e o declínio final do Império Romano do Ocidente.

Morreu de Hidropisia aos 38 anos. 

Invasão dos Godos e Visigodos

Com Teodósio morto, os godos se consideraram livres de seu acordo, que era de ficarem estabelecidos pacificamente. Eles se aventuraram e começaram a saquear os Balcãs para cima e para baixo, contra uma resistência romana fraca, ineficaz. Já em 402 os visigodos haviam invadido a Itália. Com um exército inimigo do lado civilizado dos Alpes pela primeira vez em seiscentos anos, Honório retirou a corte de Milão, que se via perigosamente exposta numa ampla planície, para Raneva, no litoral, atrás de intransponíveis pântanos. Estílico derrotou os visigodos, que recuaram para reconsiderar suas opções.

Com grande parte do exército romano na Itália caçando os visigodos, a fronteira norte enfraqueceu suas defesas, de modo que, em 406, uma grande horda bárbara, a maioria formada de vândalos germânicos e suevos, juntamente com alanos iranianos, cruzou o rio Reno congelado, em Mainz, sem encontrar oposição. Avançaram pela Gália, queimando, matando e estuprando, até que atravessaram os Pirineus, entrando na Espanha. 

Fazer para a invasão não era a maior prioridade na corte. Honório estava mais preocupado com o fato de Estílico estar se tornando poderoso demais, de modo que mandou assassiná-lo em 408.

Constantino, da Britânia

Vendo o caos se apossar do continente, Constantino, o comandante do exército romano na Britânia, declarou a si próprio imperador do Império do Ocidente. Cruzou o canal da Mancha para a Gália a fim de consolidar sua reivindicação, deixando os bretões para se defenderem sozinhos, com uma independência que não queriam.
Com as tropas leais tão escassas, Honório não estava em posição para se defrontar com Constantino. Assim, foi forçado a aceitá-lo como coimperador, mas, antes que o imperador Constantino III pudesse tomar posse e gozar das benesses do poder, um de seus próprios generais se revoltou e elevou ao trono um terceiro imperador. Depois disso, as coisas ficaram mais complicadas. Outras guarnições tomaram partido, e logo todos os romanos do noroeste da Europa estavam combatendo entre si. Por fim, entretanto, todos os usurpadores romanos e suas famílias foram assassinados. Diversas cabeças foram colocadas triunfalmente em lanças por toda a região, a de Constantino entre elas.

Os Francos e os Borgúndios

Nesse ínterim, duas outras tribos haviam se infiltrado em províncias romanas, na esteira dos vândalos. Os francos, que anteriormente se estabeleceram como federados no delta do Reno, agora se espalhavam mais para o interior da região, a qual, mais tarde receberia seu nome (França). Os Borgúndios fizeram o mesmo, terminando na Borgúndia. Os funcionários romanos locais oram forçados a pagar tributo a essas tribos até que alguém pudesse ir em socorro e expulsar os intrusos. Isso levou mais tempo do que qualquer um imaginava. 

Lenda do rei Artur

Embora o continente ainda continuasse sob o controle (nominal) de Roma, o imperador Honório enviou uma carta aos bretões declarando oficialmente que eles estavam entregues à própria sorte. Não havia nada que o Império pudesse fazer por eles. Durante as décadas que se seguiram, tribo após tribo de bárbaros - pictos, escoceses, anglos, saxões e jutos, vindo de diversas direções, Irlanda, Escócia e Dinamarca - aproveitara-se da oportunidade e mergulharam a Bretanha em uma era de violência, sem registros históricos. Sem um defensor verdadeiro que pudesse ir em seu socorro, os inermes bretões tiveram de sonhar que isso acontecia, e então surgiu a lenda do rei Arthur.

Saque de Roma

Nesse ínterim, Alarico voltou com seus visigodos em 409, e extorquiu um enorme resgate da cidade de Roma. Quando ele apresentou suas exigências nos portões da cidade, os romanos ficaram chocados. O que sobraria? "Suas vidas", respondeu ele.

Isso manteve Alarico financiado por cerca de um ano, mas então ele retornou em 410, apoderou-se da cidade e a saqueou durante vários dias. Embora Roma não fosse mais a capital, e o saque fosse mais um roubo do que a destruição indiscriminada, a queda da cidade chocou o mundo civilizado. Era claro que o que estava acontecendo era mais do que apenas outras disputa dinástica.

A fraqueza e timidez do imperador se combinaram às circunstâncias históricas dos ataques de vândalos e visigodos, para tornar seu governo um dos piores dos anais romanos, suas intervenções nas correntes de eventos foram invariavelmente negativas, contribuindo para o enfraquecimento e o declínio final do Império Romano do Ocidente.

Morreu de Hidropisia aos 38 anos.

O Império Romano é como os dinossauros. Ambos são mais famosos por terem desaparecido do que por terem sobrevividos todos esses séculos; entretanto, a cidade de Roma permanecera sem ser saqueada por estrangeiros por oitocentos anos (390 a.C. - 410 d.C.).

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