sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Napoleão Bonaparte

Napoleão Bonaparte (Ajaccio, 15 de agosto de 1769 — Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (20 de março a 22 de junho). Sua reforma legal, o Código Napoleônico, teve uma grande influência na legislação de vários países. Através das guerras napoleônicas, ele foi responsável por estabelecer a hegemonia francesa sobre maior parte da Europa.

Oriundo de uma grande, influente e respeitável família da pequena, desacreditada e inconsequente ilha da Córsega, na parte italiana da França, Napoleão Bonaparte nunca realmente se encaixou. Embora originalmente almejasse seguir o sacerdócio como o irmão, foi em vez disso enviado pelo pai a uma escola militar na França, onde aprendeu sua profissão e fez muitos poucos amigos. Sonhava um dia libertar a Córsega da França, mas, enquanto a Revolução Francesa avançava, foi empolgado por visões grandiosas de libertar o mundo inteiro. Em 2011, um exame de DNA de costeletas de Napoleão que eram guardadas em relicário confirmou a origem caucasiana de Napoleão desmentindo uma possível ascendência árabe do imperador. 

Bonaparte ganhou destaque no âmbito da Primeira República Francesa e liderou com sucesso campanhas contra a Primeira Coligação e a Segunda Coligação. A trajetória da carreira de Bonaparte nunca foi tranquila e, durante as duas décadas do seu domínio, suas oscilações violentas arrastavam a Europa, conforme ele jogava e ganhava ou jogava e perdia. No término da campanha italiana, Bonaparte alcançara o apogeu. Ele voltou, teve uma recepção de herói em Paris, e gozou da adulação do povo francês. Então jogou e perdeu.

A Companhia do Egito

Ninguém sabe, realmente, por que Bonaparte invadiu o Egito, país controlado pelos turcos. Aparentemente, seria o primeiro passo para atacar a Grã-Bretanha na Índia. Publicamente, era a anunciada política da França para levar a civilização republicana e racional aos atrasados povos do Oriente. Os inimigos de Bonaparte no governo da França queriam vê-lo tão longe quanto possível e o próprio Bonaparte queria imitar Alexandre e César. O planejamento, no entanto, era deficiente, com muitos suprimentos e tropas não chegando no tempo previsto aos portos de embarque. Por pura sorte, a armada francesa conseguiu cruzar o Mediterrâneo sem ser apanhada e capturada pela superior esquadra inglesa.

Em julho de 1708, depois de um nauseante desembarque na praia, Bonaparte mandou seus trôpegos soldados se reerguerem e os comandou pelo deserto, sem água bastante ou quaisquer mapas atualizados, indo vagamente em direção ao Cairo. Acossada durante todo o caminho pelos guerrilheiros beduínos, a coluna finalmente se viu nos subúrbios do Cairo, e Bonaparte declarou o Egito livre de séculos de desgoverno dos turcos. Nesse meio-tempo, a frota inglesa, sob o comando de lorde Nelson, encontrou os navios franceses na baía de Abukir, no delta do Nilo, e sangrentamente confirmou a superioridade naval da Inglaterra, deixando a força expedicionária de Bonaparte encalhada a milhares de quilômetros de casa.

Os 13 meses que Bonaparte passou no Egito abririam essa antiga e misteriosa terra aos estudiosos europeus, mas isso quase não teve efeito na trajetória da carreira dele. O isolamento desesperador de seu exército significava que ninguém na França sabia das condições de deterioração das tropas, a eclosão da peste bubônica, os massacres dos nativos insubordinados, um ataque fútil à Palestina e os suicídios de oficiais desesperados. Tudo o que Paris sabia era que Bonaparte derrotara a temível e exótica cavalaria mameluca à sombra das pirâmides. O fato de que os egípcios rapidamente aprenderam a evitar a batalha aberta em troca da tática de bater e correr, que consumia o moral da tropa, não fazia diferença; Bonaparte provara ser o novo Cesar.

Em agosto de 1799, Bonaparte abandonou seu desgastado exército ao seu destino e voltou sorrateiramente à frança - para uma nova recepção de herói. Seu país precisava dele. Todos os inimigos estrangeiros que ele derrotara haviam voltado a se reunir numa Segunda Coalizão e atacado.

1799

Em 1799, liderou um golpe de Estado e instalou-se como primeiro cônsul. Cinco anos depois, o senado francês o proclamou imperador. Na primeira década do século XIX, o império francês sob comando de Napoleão se envolveu em uma série de conflitos com todas as grandes potências europeias, as Guerras Napoleônicas. Após uma sequência de vitórias, a França garantiu uma posição dominante na Europa continental, e Napoleão manteve a esfera de influência da França, através da formação de amplas alianças e a nomeação de amigos e familiares para governar os outros países europeus como dependentes da França. As campanhas de Napoleão são até hoje estudadas nas academias militares de quase todo o mundo.

Guerra Peninsular

Os únicos reveses de Napoleão durante o apogeu foram na Espanha e seus arredores. Em 1800, ele forçara a Espanha a fazer uma aliança para unir sua frota com a dele. No papel, parecia que Napoleão estava pronto para desafiar o controle britânico dos mares;  no entanto, em 1804, Nelson destruiu a frota franco-espanhola em Trafalgar, terminando com a esperança de Napoleão de expandir seu império além da Europa. Jogando com as forças restantes, ele tentou arruinar a Grã-Bretanha, proibindo todo comércio entre o continente e o Reino Unido. Quaisquer países que quebrassem o embargo eram invadidos pelas forças francesas e incluídos no império. Para aumentar o controle sobre os portos, ele anexou, em sequência, grande parte da costa europeia, do mar Báltico no norte à costa croata no sul.

Portugal, no entanto, obstinadamente se recusou a aderir ao Sistema Continental. Napoleão enviou um exército para remover essa mancha pró-britânica do mapa da Europa, mas isso requeria uma longa linha de suprimentos cruzando a Espanha. O pesado trânsito militar que cruzava o país provocou atrito com os espanhóis, causando rixas, depois tumultos e, finalmente, a rebelião. Uma completa invasão francesa em 1808 substituiu o rei Bourbon em Madri pelo irmão de Napoleão, mas os espanhóis continuaram de guerrilha, a palavra espanhola para "guerras pequenas". Os franceses torturavam e executavam, rotineiramente, os rebeldes suspeitos que caíam em suas mãos, o que forneceu motivo para uma assombrosa série de desenhos de Goya, mas que não acabou com a rebelião. Finalmente, tropas britânicas regulares sob o comando do duque de Wellington abriram caminho à força, a partir de Portugal, para ajudar os rebeldes.

Estilo de Guerra

A diferença mais significativa entre a arte de guerra sob napoleão e aquela das gerações anteriores foi a paixão nacionalista desencadeada pela Revolução Francesa. A França era capaz de lutar contra a Europa inteira, porque todo o país se unia na defesa dos ideais de igualdade e razão contra os ressentidos camponeses recrutados por oficiais aristocratas, característica na maneira monarquista de guerrear.

As guerras napoleônicas representaram o auge da era do mosquete, em que os exércitos se dispunham em linha, disparavam um contra o outro de depois avançavam. Isso pode parecer estúpido para nós, mas o poder de fogo napoleônico era tão ineficiente que a única maneira de fazer uma cunha no oponente era concentrar em um ponto centenas de mosquetes, descarregando tranquilamente constantes salvas de tiros. Os mosquetes foram desenhados para serem carregados e disparados com rapidez, não com precisão.

A Campanha da Rússia 

A invasão da Rússia por Napoleão foi a campanha mais solitária e chocante das guerras napoleônicas, provavelmente de todo o século XIX. Quando a Rússia se recusou a cortar o comércio dom a Grã-Bretanha, Napoleão recrutou por toda a Europa ocupada 611.900 soldados e 25 mil civis de apoio para o Grande Exército. Seu Grande Armée foi seriamente danificado na campanha e nunca se recuperou totalmente. Em 1813, a Sexta Coligação derrotou suas forças em Leipzig. No ano seguinte, a coligação invadiu a França, forçou Napoleão a abdicar e o exilou na ilha de Elba. Menos de um ano depois, ele fugiu de Elba e retornou ao poder, mas foi derrotado na Batalha de Waterloo, em junho de 1815. Napoleão passou os últimos seis anos de sua vida confinado pelos britânicos na ilha de Santa Helena. Uma autópsia concluiu que ele morreu de câncer no estômago, embora haja suspeitas de envenenamento por arsênio.

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