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Estátua de Carlos Magno em Frankfurt. |
Carlos Magno do latim Carolus Magnus, ou Carlos I, dito "O Grande" na numenclatura que se inicia com Clóvis I, nascido em 742 em Jupille-sur-Meuse, Herstal e falecido a 28 de janeiro de 814 em Aquisgrano, foi o rei dos francos entre 768 e imperador do ocidente (Imperatur Romanorum) entre 800 até a sua morte em 814. Pertence à dinastia Carolíngia, à qual ele deu o seu nome. Por meio das suas conquistas no estrangeiro e de suas reformas internas, Carlos Magno ajudou a definir a Europa Ocidental e a Idade Média na Europa. Ele é chamado de Carlos I nas listas reais da Alemanha (como Karl), na França (como Charles) e do Sacro Império Romano-Germânico.
Ele era filho do rei Pepino, o Breve e de Berta de Laon, uma rainha franca. Carlos reinou primeiro em conjunto com seu irmão Carlomano, sendo a relação entre os dois o tema de um caloroso debate entre os cronistas contemporâneos e os historiadores.
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Autógrafo de Carlos Magno. |
Foi rei dos Francos a partir de 768. Tornou-se, por conquista, rei dos lombardos em 774 e foi coroado Imperator Augustus em Roma pelo papa Leão III em 25 de dezembro de 800, restaurando um cargo em desuso desde a queda do Império Romano do Ocidente em 476.
Monarca guerreiro, expandiu o Reino Franco através de uma série de campanhas militares, em particular contra os saxões pagãos cuja submissão foi bastante difícil e muito violenta (772-804), mas também contra os lombardos em Itália e os muçulmanos de Espanha, até que este se tornou o Império Carolíngio, que incorporou a maior parte da Europa Ocidental e Central. Durante o seu reinado, ele conquistou o Reino da Itália.
Posteriormente, o exército de Carlos, em retirada, sofreu a sua pior derrota nas mãos dos bascos na Batalha de Roncesvalles (778) (eternizada Canção de Rolando, de teor fortemente fictício). Ele também realizou campanhas contra os povos a leste, principalmente os saxões e, após uma longa guerra, subjugou-os ao seu comando. Ao cristianizar à força os saxões e banindo, sob pena de morte, o paganismo germânico, ele os integrou ao seu reino e pavimentou o caminho que levaria à futura dinastia Otoniana.
Soberano reformador, preocupado com a ortodoxia religiosa e cultura, ele protegeu as artes e as letras.O seu reinado também está associado com a chamada "Renascença carolíngia", um renascimento das artes, religião e cultura por meio da Igreja Católica.
O seu trabalho político imediato, o império, não lhe sobrevive, no entanto, por muito tempo. Em conformidade com o costume sucessório germânico, Carlos Magno promove a partir de 806 a partilha do império entre os seus três filhos. Após numerosas peripécias, o império acabará finalmente partilhado em entre três dos seus netos (Tratado de Verdun).
A fragmentação feudal dos séculos seguintes, mais a formação na Europa de Estado-nações rivais condenaram à impotência aqueles que tentaram explicitamente restaurar o império universal de Carlos Magno, em particular os governantes do Santo Império Romano Germânico, de Otão I em 962 no século XVI, e até mesmo Napoleão I, perseguido pelo exemplo dos mais eminentes dos Carolíngios.
As monarquias francesa e alemã descendentes do império governado por Carlos Magno na forma do Sacro Império Romano-Germânico cobriam a maior parte da Europa. Em seu discurso de aceitação do Prêmio Carlos Magno, o papa João Paulo II se referiu a ele como Pater Europae ("Pai da Europa"): "...seu império uniu a maior parte da Europa Ocidental pela primeira vez desde os romanos e a Renascença carolíngia encorajou a formação de uma identidade europeia comum".
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Evolução do território franco. As conquistas de Carlos Magno estão em verde claro. Os territórios além-fronteira representados em verde são os vassalos do Império Carolíngio. |
A figura de Carlos Magno foi objeto de discórdia na Europa, incluindo a questão política entre os séculos XII e XIX entre a nação germânica que considera o Santo Império Romano como o sucessor legitimo do imperador carolíngio e a nação francesa que é de facto um elemento central da continuidade dinástica dos Capetianos.
Os dois principais textos do século IX que retratam o Carlos Magno real, a "Vita Caroli Magni", de Eginhardo, e a "Gesta Karoli Magni", atribuída a um monge da Abadia de São Galo chamado Notker, igualam as lendas e mitos enumerados nos séculos seguintes: "Há o Carlos Magno da sociedade vassálica e feudal, o Carlos Magno da Cruzada e da Reconquista, o Carlos Magno inventor da Coroa de França ou da Coroa Imperial, o Carlos Magno mal canonizado mas tido como verdadeiro santo da igreja, o Carlos Magno da boa escola".
Morte
Carlos Magno morreu a 28 de janeiro de 814 em Aquisgrano, de uma doença aguda que parece ter sido uma pneumonia.
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Tumba de Carlos Magno, em Saint-Denis |
Segundo Éginhardo, Carlos Magno não teria deixado nenhuma indicação relativa ao seu funeral, após as cerimônias fúnebres simples na Catedral de Aquisgrano (embalsamamento e sepultamento antes da cerimônia durante a qual uma "efígie viva" provavelmente colocada em seu caixão para o representar), ele foi enterrado numa cova no mesmo dia sob o pavimento da Capela Palatina.
O monge Ademar de Chabannes, na sua Chronicon, crónica escrita entre 1024 e 1029, torna este funeral mais faustoso, criando o mito de um Otão III, que encontrou uma adega abobadada na qual o Imperador "com a barba que flui" está sentado num banco de ouro, revestido com as suas insígnias imperiais, cingindo a sua espada de ouro, com as mãos um Evangelho de ouro, e sobre a sua cabeça uma coroa com um pedaço da Cruz Verdadeira. Em 1166, Frederico Barbaruiva, depois de obter a canonização de Carlos Magno, faz abrir o túmulo para depositar os seus restos mortais num sarcófago de mármore onde diz "sarcófago de Proserpina", a 27 de julho de 1215 Frederico II começa um segundo translatio num sarcófago de ouro e em prata. Segundo a lenda, durante a exumação, foi encontrado pendurado no pescoço de Carlos Magno o talismã, que ele sempre usava.
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