![]() |
Espártaco, Museu do Louvre. |
Espártaco nasceu na Trácia (atual Bulgária) e serviu no exército romano até desertar e virar bandido. Depois de ser capturado, foi vendido para a escola de gladiadores em Cápua. Ali foi submetido ao costumeiro treinamento brutal, até que junto com cerca de setenta colegas gladiadores, escapou para o interior do país.
Seu bando cresceu rapidamente, chegando a mil escravos fugidos, e derrotou a primeira legião romana enviada para puni-los. Depois eles acamparam na fortaleza natural formada pela cratera do Vesúvio, o vulcão adormecido. Quando uma nova legão romana encurralou Espártaco no seu refúgio, os rebeldes escaparam descendo por um penhasco íngreme com cordas feitas de cipós. Então Espártaco deslocou-se furtivamente e atacou os sitiantes, que imprudentemente haviam acampado num desfiladeiro estreito. Sem tempo ou espaço para distribuir suas tropas de modo adequado, foram terrivelmente massacrados por Espártaco e seu exército.
Já convencido da gravidade da rebelião, o Senado romano enviou quatro legiões para esmagar os rebeldes. Espártaco marchou para o norte, na esperança de fugir da Itália pelos Alpes, onde seus seguidores se dividiram e coltariam para casa separadamente; entretanto, seu exército preferia ficar e saquear a Itália, de modo que Espártaco voltou novamente pela península, e derrotando todos os contingentes romanos enviados contra ele. Com cada vitória Espártaco reunia mais armas para seus seguidores, que já somavam dezenas de milhares.
Por fim Espártaco chegou à ponta mais meridional da Itália, onde planejava cruzar o estreito para a Sicília, e libertar a ilha do domínio romano. Ele negociara com piratas o transporte de seu exército em troca da permissão para eles usarem os portos sicilianos, mas no último minuto os piratas renegam o acordo, e os gladiadores ficaram perdidos no continente. Nesse ínterim, o esforço de guerra caiu sob o comando de Marco Licínio Crasso, o homem mais rico de Roma, que financiou um novo exército. Crasso construiu na ponta da bota italiana uma enorme muralha, que seus 32 mil soldados ocuparam, para mantes os 100 mil rebeldes o sul e fazê-los morrer de fome no inverno.
Espártaco crucificou um prisioneiro romano escolhido aleatoriamente diante de seus homens, para lembrá-los do horrível destino que os esperava se perdessem, e então eles tentaram romper a muralha. Não conseguiram. Tentaram de novo, mas apenas um terço dos rebeldes escapou com seu chefe. O restante foi deixado ali, para ser vagarosamente trucidado pelos romanos quando eles quisessem.
Já com suas forças seriamente enfraquecidas, Espártaco foi sendo acossado por todo o sul da Itália, enquanto seu exército se reduzia gradualmente. Um segundo general romano, Pompeu, chegou para roubar a glória de seu inimigo político, Crasso. Indo para sua última batalha com pouca esperança de sucesso, Espártaco cortou a garganta de seu cavalo, declarando que se perdesse não necessitaria de uma montaria, e que se ganhasse escolheria o melhor cavalo de Roma.
O exército do gladiador travou a última batalha e foi varrido do terreno por Crasso, mas Pompeu levou todo o crédito por colocar-se no caminho da retirada dos rebeldes e massacrá-los quando fugiam.
Seis mil prisioneiros foram pregados em cruzes ao longo da via Ápia, a estrada que ligava Roma ao sul da Itália, para que morressem vagarosamente, com os corpos apodrecendo, até só restarem ossos espalhados, como um aviso para outros escravos descontentes. Espártaco provavelmente não estava entre eles. Nunca mais se ouviu falar dele mas seu corpo provavelmente estava entre as dezenas de milhares empilhadas no campo de batalha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário