domingo, 25 de novembro de 2012

Nero (Enteado de Cláudio)

Nero Cláudio César Augusto Germânico (15 de dezembro de 37 d.C), foi um imperador romano que governou de 13 de outubro de 54 até a sua morte, a 9 de junho de 68. Ascendeu ao trono após a morte do seu tio Cláudio, que o nomeara o seu sucessor.

Durante o seu governo, focou-se principalmente na diplomacia e no comércio, e tentou aumentar o capital cultural do império. Ordenou a construção de diversos teatros e promoveu os jogos e provas atléticas. Diplomática e militarmente, o seu reinado caracterizou-se pelo sucesso contra o Império Parta, a repressão da revolta dos britânicos (60–61) e uma melhora das relações com Grécia. Em 68 ocorreu um golpe de estado de vários governadores, após o qual, aparentemente, foi forçado a suicidar-se. 

O reinado de Nero é associado habitualmente à tirania e à extravagância. É recordado por uma série de execuções sistemáticas, incluindo a da sua própria mãe e o seu meio-irmão Britânico, e sobretudo pela crença generalizada de que, enquanto Roma ardia, ele estaria compondo com a sua lira, além de ser um implacável perseguidor dos cristãos.

Revolta na Judeia

Em 66 estourou uma revolta na Judeia derivada da crescente tensão religiosa entre gregos e judeus. Em 67, Nero enviou Vespasiano a sufocar a rebelião, coisa que fez satisfatoriamente em 70, dois anos depois da morte do próprio Nero. Durante o conflito, os romanos destruíram a cidade de Jerusalém e destroçaram o seu Templo.

O Grande Incêndio de Roma

Durante a noite de 31 de julho de 64, ocorreu em Roma um incêndio que devastou a cidade. O fogo começou a sudeste do Circo Máximo, onde se localizavam uns postos que vendiam produtos inflamáveis.

Segundo Tácito, o fogo estendeu-se depressa e durou cinco dias. Foram destruídos por completo quatro dos quatorze distritos da cidade e outros sete ficaram muito danificados. O único historiador que viveu durante essa época e que descreveu o incêndio foi Plínio o Velho, enquanto os demais historiadores da época Flávio Josefo, Dião Crisóstomo, Plutarco e Epiteto, não mencionem o acontecimento nas suas obras.

Não está claro qual foi a causa do incêndio, quer um acidente, quer premeditado. Suetônio e Dião Cássio defendem a teoria de que foi o próprio Nero que o causou com o objetivo de reconstruir a cidade ao seu gosto. Tácito menciona que os cristãos foram declarados culpáveis do delito, embora não se saiba se esta confissão teria sido induzida sob tortura. Contudo, os incêndios acidentais foram comuns na Roma Antiga. Sob os reinados de Vitélio (69) e de Tito Flávio Sabino Vespasiano (80), estouraram outros dois mais.

Segundo Suetônio e Dião Cássio, enquanto Roma ardia, Nero estava cantando o Iliupersis. Contudo, segundo Tácito, Nero estava em Anzio durante o incêndio e, ao ter notícias do mesmo, viajou depressa para Roma para se encarregar do desastre, utilizando o seu próprio tesouro para entregar ajuda material. Após a catástrofe, abriu as portas do seu palácio às pessoas que perderam o seu lar e abriu um fundo para pagar alimentos que seriam entregues entre os sobreviventes. A partir do incêndio, Nero desenvolveu um novo plano urbanístico dentro do qual projetou a construção de um novo palácio, conhecido como a Domus Aurea, em uns terrenos que o fogo despejara. Para conseguir os fundos necessários para a construção do suntuoso complexo, Nero aumentou os impostos das províncias imperiais.

Tácito relata que, depois do incêndio, a população buscou um bode expiatório e começaram a circular rumores de que Nero era o responsável. Para afastar as culpas, Nero acusou os cristãos e ordenou que alguns fossem jogados aos cães, enquanto outros fossem queimados vivos e crucificados.

Morte

No fim de 67 ou princípios de 68, Caio Júlio Víndice, governador da Gállia Lugdunensis, rebelou-se contra a política fiscal de Nero. O imperador enviou Lúcio Vergínio Rufo, governador da Germânia Superior, a sufocar a revolta e Víndex, com o objetivo de solicitar aliados, pediu apoio a Galba, governador da Hispânia Tarraconense. Vergínio Rufo, porém, derrotou Víndice e este suicidou-se, enquanto Galba, pela sua vez, acabou sendo declarado inimigo público.

Nero recuperara o controle militar do império, mas isto foi utilizado na sua contra pelos seus inimigos em Roma. Em junho de 68, o senado votou que Galba fosse proclamado como imperador e declarou Nero inimigo público. utilizando para isso a Guarda Pretoriana, que fora subornada, e ao seu prefeito Ninfídio Sabino, que ambicionava tornar-se imperador.

Segundo Suetônio, Nero fugiu de Roma através da Via Salária. Contudo, apesar de ter fugido, Nero preparou-se para se suicidar com ajuda do seu secretário Epafrodito, que o apunhalou quando um soldado romano se aproximava. Segundo Dião Cássio, as últimas palavras de Nero demonstraram o seu amor pelas artes. "Que artista falece comigo!" 

Com a sua morte desapareceu a dinastia júlio-claudiana e o império submergiu-se numa série de guerras civis conhecidas como o ano dos quatro imperadores.

Os Quatro Imperadores

Na história romana, o ano dos quatro imperadores refere-se ao período aproximado de um ano, entre 68 d.C. e 69 d.C. no qual quatro homens sucederam-se como imperadores romanos.

Em 68 d.C., após o suicídio do imperador Nero, seguiu-se um breve período de guerra civil (a primeira guerra civil romana desde a morte de Marco António em 31 a.C.). Entre junho de 68 d.C. e dezembro de 69 d.C., Roma testemunhou a ascensão e queda de Galba, Otão e Vitélio e a ascensão final de Vespasiano, fundador da dinastia flaviana.

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